Comissão Especial da Memória e da Verdade reúne dados da Ditadura Militar - OAB DF

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DÉLIO LINS

Comissão Especial da Memória e da Verdade reúne dados da Ditadura Militar

Brasília, 06/05/2013 – A Comissão Especial da Memória e da Verdade da OAB/DF está recebendo dados de advogados ou pessoas que tenham histórico de fatos ocorridos durante a Ditadura Militar, envolvendo a classe. A Comissão foi criada temporariamente, por meio da Portaria nº 13/2013, e pretende reunir, num prazo de 18 meses, dados para apresentação de relatório sobre o assunto.

A coordenadora da Comissão, Herilda Balduino de Sousa, disse que os interessados devem procurar a Seccional para prestar esclarecimentos. A ideia, segundo os membros da Comissão, é recuperar informações do período da repressão que geraram ataques aos advogados e à Instituição, como comenta Jomar Alves Moreno. “Será feito um relatório com todos os acontecimentos, perseguições contra os advogados e a própria Ordem”, pontou.

Djalma Nogueira dos Santos Filhos, membro da Comissão, afirma que, entre 1964 e 1988, “todos os anseios populares, como movimento estudantil e grevistas vinham até a OAB/DF, pois era uma das caixas de ressonância da cidade. A Ordem teve um papel importante na construção da história de Brasília, naquele momento. Muitos fatos aconteceram e queremos resgatar isso”.

A presidência da República criou a Comissão da Anistia, que tem por objetivo apurar as violações aos direitos humanos cometidos entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar. João Pedro Ferraz dos Passos integrou a Comissão da presidência e agora pretende ajudar a esclarecer os fatos ligados aos advogados de Brasília. “Tenho relação com várias pessoas que participaram, algumas foram, inclusive, vítimas dessa perseguição e têm forte ligação com os fatos que aconteceram na ditadura e que nós queremos esclarecer”, ressaltou.

Félix Angelo Palazzo afirma que existe a obrigação de resgatar essa história. “Temos de tornar isso claro para as outras pessoas que não viveram nesse tempo. Não falo com saudade, mas com tristeza. Eu participei nos dois lados, como vítima e também como advogado, ajudando vítimas”, afirmou.

Reportagem – Tatielly Diniz
Comunicação Social – Jornalismo
OAB/DF