Brasília, 30/4/2014 – A Seccional da OAB do Distrito Federal realizou duas entregas de carteiras a novos advogados, nesta quarta-feira (30), na sede da Seccional. O orador da primeira turma, Guilherme Machado de Oliveira, enfatizou que a carreira dos novos advogados deve ser trilhada pela ética. “Ninguém mais do que nós, advogados, deve ter tanto empenho em fazer brilhar no cidadão mais humilde a ideia de que só vale a pena, em nossa jornada, uma vida permeada e caracterizada pela ética, honestidade, respeitar e ser respeitado, ou seja, a conduta abonadora; do contrário, nós operadores de Direito, seríamos completamente desprovidos de propósitos”.
Ao relembrar o juramento dos novos advogados, o presidente da Seccional Ibaneis Rocha afirmou que o verdadeiro compromisso que os advogados devem assumir é com as suas consciências. “É com o que querem fazer da sua profissão para manter a advocacia com o status constitucional, é com o que vocês querem fazer com a advocacia que vão exercer em favor da sociedade. Não se preocupem com os bens materiais porque eles podem ou não vir, mas, com a consciência e com o trabalho, esses vocês têm que ter compromisso”.
O paraninfo da primeira turma Pierre Tramontini lembrou aos novos advogados que a educação muda a vida das pessoas e que o conhecimento transforma. “A nossa autoridade é intelectual, somos respeitados por aquilo que sabemos”. Tramontini ainda aconselhou os advogados sobre o desejado sucesso profissional. “Saibam que sucesso profissional e qualidade de vida são incompatíveis, não se alcança os dois ao mesmo tempo. Como advogados, alcançarão o sucesso se conciliarem duas situações: conhecimento e ética”.
Para o orador da segunda turma, Thiago Henrique dos Santos Sousa, ao advogado foi dado o dom de cuidar de pessoas e de seus interesses. “Uma espécie de ser humano distinto, sem semelhantes, figura ímpar, indispensável à sociedade, que assume responsabilidades alheias, para em seu nome, resolvê-las e devolve-as com maior grau de satisfação, cumprindo assim seu chamado, sua vocação”, destacou.
O paraninfo da segunda turma, José Gomes de Matos, aconselhou os presentes, usando de sua experiência de mais de 30 anos como advogado. “Quero dizer que vocês vão ter muitas decepções na vida profissional, mas isso não deve ser motivo de desânimo, ao contrário, deve ser combustível para seguir em diante e tentar mudar aquilo que está errado. Em segundo lugar, quero alertá-los: sempre façam contratos de honorários por escrito”.
Confira abaixo as ideias dos oradores das duas turmas sobre seus planos, expectativas e metas na nova jornada profissional:
Guilherme Machado de Oliveira, 23 anos
Por que você escolheu ser advogado?
A minha família é toda do ramo do Direito. Meu pai começou a advogar, depois dois irmãos dele, meu padrinho também é advogado. Eu vi ali um eixo para começar minha carreira profissional. Confesso que quando saí do ensino médio me bateu uma insegurança sobre o que fazer, mas depois dos dois primeiros semestres eu vi que tinha vocação e que a área do Direito seria muito boa pra mim. Eu sempre via meu pai saindo de terno e gravata e com nove anos comecei a carregar a pasta dele nos tribunais. Mesmo tendo a insegurança de que eu seria feliz, eu nunca me vi fazendo outra coisa que não atuando no direito. Na faculdade, a partir do momento em que comecei a estagiar, eu não fui direto para o escritório do meu pai. Eu fui para um órgão público, para a Defensoria Pública, ter uma visão prática. E quando eu comecei a atuar com aquela frequência, podendo realmente ajudar as pessoas, eu realmente descobri e sanei todas as minhas dúvidas sobre seguir a carreira ou não.
Como você se vê daqui a 10 anos?
Eu quero seguir na advocacia privada. É uma realização pessoal minha manter vivo o nome da advocacia do meu pai. Eu tenho um irmão que está cursando o sétimo semestre e nós vamos tocar o escritório. Meu sonho é poder ser um advogado competente a ponto de manter o nome do meu pai. Eu me vejo, a exemplo do professor Pierre, lecionando em faculdades ou cursinhos. Mesmo na faculdade, eu já tinha o dom de explicar para outras pessoas.
Para você, qual o papel da Ordem na sua jornada profissional?
Sem dúvida a OAB tem um papel ímpar e que eu vejo, no momento, de muita apoio ao advogado iniciante. É uma instituição de liderança para defender os direitos de todos os advogados. Como eu, muitos advogados que pegaram a carteira, se sentem, muito inseguros em alguns momentos. Algum juiz, promotor, procurador que não acorda em um dia bom e se vê no direito de poder afrontar de forma denegrativa a imagem do advogado. Aí que a OAB vai entrar para dar mais segurança ao advogado iniciante que não tem escritório, que não tem padrinho, para garantir que o advogado pode exercer a profissão e que a sua imagem não será viola por cliente ou servidor público. Fora as outras atribuições de representação nos tribunais, de buscar as prerrogativas dos advogados, cada vez mais facilitar e melhorar o exercício da advocacia que hoje não é fácil.
Thiago Henrique dos Santos Sousa, 26 anos
Por que você escolheu ser advogado?
Era um sonho, na verdade, sempre me despertou muito interesse o amor pela causa, defender e assumir a responsabilidade de outra pessoa para poder batalhar naquele objetivo em prol de de trazer um benefício a outra pessoa. É essa peculiaridade do direito que é diferente de toda profissão, acho que mais semelhante à medicina, na qual você assume o problema alheio para dar uma solução. Isso sempre me despertou muita curiosidade,foi um dos pontos principais que me trouxe para o direito.
Como você se vê daqui a 10 anos?
Eu me vejo um grande advogado, um professor, também tenho muita vontade de lecionar, me vejo estudando muito mais do que hoje, aprendendo muito mais. Pelo esforço que eu tenho, eu vejo um futuro promissor. Nunca fiz um concurso e não tenho a vontade de fazer, o meu sonho se realiza hoje. Eu atuo como preposto há dois anos na Justiça do Trabalho.
Para você, qual o papel da Ordem na sua jornada profissional?
A OAB é totalmente vital para o exercício pleno da advocacia, pelas prerrogativas que os advogados têm, e nesta gestão do Ibaneis estão pegando bem firme nisso, defendendo bastante as prerrogativas dos advogados. E, se a nossa casa, a nossa força está aqui, a gente tem que lutar para fortalecer ainda mais a advocacia. Isso é vital, a OAB é que nos dá o respaldo.
Reportagem – Tatielly Diniz
Foto – Valter Zica
Comunicação social – jornalismo
OAB/DF