Comissão de Igualdade Racial da OAB/DF realizará roda de conversa sobre suicídio e racismo

A Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) promoverá através de sua Comissão de Igualdade Racial uma roda de conversa baseada no artigo “Setembro Amarelo – Suicídio em Interface com o Racismo Estrutural”. O encontro acontece no dia 29/09, às 19h, através da plataforma Zoom. A roda de conversa contará com a presença do conselheiro da Seccional da OAB/DF e presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB/DF Beethoven Andrade, e da palestrante, ativista social e psicóloga Neusa Maria. 

O bate-papo terá como fonte o artigo que discorre sobre como jovens negros são tratados em uma sociedade que não foi construída para ampará-los, sendo insensível ao seu sofrimento e tornando o jovem vulnerável e pré-disposto ao desenvolvimento de doenças mentais que podem levar ao suicídio.

Segundo Beethoven Andrade, o texto serve como um “start” para que cada pessoa envolvida no debate consiga compreender os próprios momentos, entender quando sofre uma violência, como passou por uma violência, ou a compreensão da própria vivência atual, identificar as barreiras sociais, impostas por questões de raça, etnia, religião, orientação sexual, como isso interfere nos projetos e planos de vida individuais. 

Para o presidente da Comissão, o importante é provocar a identificação de pessoas negras e poder promover o acolhimento através do artigo e do debate. “A intenção é despertar esses saberes para podermos fazer um debate aberto, trazer à tona todo esse sofrimento que vivenciamos no dia a dia e conseguir ter um debate mais próximo. Quase toda a população negra já passou por alguma forma de violência, e muitas vezes acabamos não compreendendo que é, de fato, uma violência”, afirma Beethoven.

Neste sentido, o racismo estrutural não representa exclusivamente a prática racista entre indivíduos, é um conceito que se enraiza no modelo e na história da sociedade, as formas como esta se construiu para tratar de maneira excludente a população negra, negando direitos básicos humanos, como direito à religião, respeito, oportunidades, e até a própria existência, tendo problemáticas que datam à época em que povos negros foram escravizados, visto que os efeitos da escravização reverberam na sociedade atual. 

Para Neusa Maria, autora do artigo, a nossa sociedade é quem produz ciclicamente esse resultado, através de um sufocamento causado pelo racismo estrutural e suas mazelas, condicionado ao tratamento desumano que desencadeia em suicídio.

Explorando o tema, os palestrantes apresentarão na roda de conversa a importância de enxergar o sofrimento de pessoas negras e acolhê-las através de políticas públicas que promovam a igualdade racial dando visibilidade, oferecendo melhores oportunidades e edificando suas existências. 

Confira aqui o artigo escrito por Neusa Maria.

Não perca! O encontro acontece nesta quarta-feira, às 19h, pelo Zoom.

Texto por Rayssa Carneiro (estagiária sob supervisão de Esther Caldas)

Comunicação OAB/DF