Estelionatários agem usando nome e inscrição de advogados

Brasília, 04/12/2012 – A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Distrito Federal (OAB/DF) alerta advogados para um novo golpe na praça envolvendo a classe. Usando o nome do advogado e o seu número de inscrição na entidade, o golpista liga para um cidadão qualquer, preferencialmente fora de Brasília, informando que ele tem dinheiro a receber referente a resíduos de planos de governo anteriores, a exemplo do Plano Collor, de revisão de aposentadorias, entre outros.

Para recorrer em nome da pessoa, o suposto advogado, que na verdade é um estelionatário, pede para que a vítima deposite uma quantia em sua conta para que ele possa mover a ação. O golpe é recorrente no DF e neste ano já foram registrados na Ouvidoria da Seccional pelo menos dez casos semelhantes. A última denúncia foi registrada na manhã desta terça-feira (04/12), encaminhada pelo médico veterinário aposentado Abraão Gomes de Holanda, residente na cidade de Itabuna, na Bahia.

Ele recebeu a ligação de um golpista que se identificou como “Carlos Eduardo, auditor fiscal do Tribunal Regional de Brasília”. O estelionatário informou que Abraão tinha a receber R$ 147 mil remanescentes dos Planos Bresser e Collor. Com muita pressa, pedindo dados bancários do aposentado e exigindo uma ação imediata, o golpista indicou ao aposentado a advogada que iria cuidar do caso, passando-lhe o nome, o número da inscrição e o suposto telefone da advogada para contato.

O objetivo do golpista era convencer o Abraão a fazer um depósito na conta da suposta advogada que iria resgatar o resíduo e depositar na conta do aposentado. Desconfiado da proposta, Abraão comunicou o fato à OAB/DF, que imediatamente fez contato com a advogada que teve seu nome e sua inscrição utilizados pelos golpistas. Bastante abalada com o fato, a advogada esteve na Seccional colhendo as informações necessárias para fazer uma ocorrência policial.

Ela chegou há poucos dias dos Estados Unidos e acabou de tomar posse em emprego oriundo de concurso público. Sua maior preocupação é com a proporção dos golpes. “Se alguém cair no golpe, poderá vir depois a me cobrar e tentar me acionar judicialmente por algo que eu desconheço totalmente”. Segundo o ouvidor da OAB/DF, Marcelo França, a apreensão da advogada procede. “Até que se prove o contrário, isso poderá lhe causar grandes transtornos como uma representação no Tribunal de Ética da OAB/DF, além de ser prejudicada profissionalmente”.

Reportagem – Helena Cirineu

Comunicação Social – Jornalismo
OAB/DF