Seccional promove ato contra violência alarmante em Taguatinga

Brasília, 7/11/2013 — A OAB/DF promoverá um ato na próxima terça-feira (12/11), em Taguatinga, para alertar e cobrar das autoridades locais ações efetivas contra a violência crescente em uma das quadras comerciais mais movimentadas da cidade: a C12, no centro. Advogados de todo o Distrito Federal e muitos que mantêm seus escritórios nas proximidades participarão do ato, marcado para as 11h.

A OAB/DF enviará ofícios para o governador Agnelo Queiroz, para o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, cobrando ações para melhorar a segurança pública na área. E constituirá uma comissão para acompanhar a implementação das soluções para enfrentar a questão. Todos os dias, há relatos de uso e tráfico de drogas, violência física, roubos e furtos de cidadãos que têm de passar ou que trabalham nas imediações da C12. “Advogados contam histórias de violência em plena luz do dia, sem qualquer amparo das autoridades. A OAB/DF quer criar um canal de comunicação com o governo para enfrentar a situação”, afirma o presidente da entidade, Ibaneis Rocha.

Os números revelam o tamanho do problema. De acordo com dados do Núcleo de Estatística da Secretaria de Segurança Pública do DF, de janeiro a setembro deste ano foram registradas 200 ocorrências de crimes apenas na C12. Do total, 85 registros são de roubo a pedestres, 30 por uso de drogas, 26 por tráfico e 14 por furto em comércio. Os dados, apesar de alarmantes, ainda não refletem a realidade. Isso porque muitas ocorrências sequer são registradas.

A C12 é uma quadra composta por vários escritórios de advocacia, de contabilidade, clínicas de odontologia e um pujante comércio. Todos trabalham intimidados pela abordagem e intimidação de usuários de drogas, traficantes e assaltantes que atuam na região. Há relatos de advogados que evitam marcar reuniões com clientes em seus escritórios por conta da violência.

O advogado Wilson Prezotto, que há 15 anos tem seu escritório na quadra, diz que está perdendo clientes por conta do medo que as pessoas têm de transitar pelo local. “Há uma cracolândia instalada no local. Marginais se instalaram ali há três anos e, de lá para cá, o problema só cresce”, afirma o advogado. De acordo com Prezotto, os assaltos são constantes. “A área crítica começa na C12, mas se estende até o Conselho Tutelar. Instalamos câmeras para proteção, mas pouco adiantou. A Polícia sempre alega que não há muito o que fazer, que o governo não tem condições de enfrentar o problema. O local está abandonado”.

Gustavo Pereira Gomes, advogado que tem escritório no Edifício Central 1, conta que a Polícia até aparece, mas quando dá as costas, usuários de drogas e traficantes voltam ao local. Segundo ele, seria necessário um posto fixo da Polícia Militar na quadra. “Só assim acho que coibiria a ação do tráfico e dos assaltantes. Sair de noite do escritório é um caos. Eu mesmo costumo deixar o carro em outra quadra e, quando vou embora, saio apressado daqui”, afirma Gomes.

O diretor do Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro, Restaurantes, Bares e Similares do Distrito Federal, Hosanah José da Costa,conta que conhece pessoas que foram assaltadas ao sair da sede do sindicato, que fica na quadra. “As pessoas estão com medo de fazer a rescisão contratual na sede. Já há salas e prédios abandonados por conta desse problema, que só aumentou, principalmente nos últimos três anos”, diz Costa.

“Com o ato, a OAB/DF pretende chamar a atenção para a questão e espera que as autoridades tomem medidas efetivas para enfrentar a situação. No que for necessário, a Seccional do DF estará a postos para ajudar a implementar as soluções viáveis para que a vida no local volte à normalidade”, garante Ibaneis Rocha.

Comunicação Social – Jornalismo
Foto – Divulgação
OAB/DF