OAB/DF recebe 28 novos profissionais em cerimônia híbrida de entrega de carteiras

A Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) recebeu, nesta quinta-feira (12/11), 28 novas advogadas e novos advogados, em cerimônia que ocorreu presencial e virtualmente, com transmissão pelo YouTube. Todos que vieram ao auditório da OAB/DF respeitaram os protocolos de distanciamento para a preservação da saúde, usaram máscara e álcool em gel. A solenidade foi prestigiada por representantes da diretoria, do Conselho Pleno, das subseções e de comissões da Casa.

ORADORA

A oradora da turma foi Alessandra Nunes Costa, que em seu discurso falou da alegria do momento, a conquista da carteira, mas, também, dos desafios e dos medos por serem jovens advogados. Ela recordou o quão árdua é a trajetória para formar um profissional: cinco anos de graduação, estágios, apresentar o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), participar de palestras e contar com o apoio de professores. Tudo isso levando ao “amadurecimento”. Segundo a oradora, “agora vem o desafio da jovem advocacia”. Para ela, “os medos passarão com o desenvolvimento da profissão”.

Outro aspecto que Alessandra destacou foi o caminho de oportunidades, que é ímpar, pois com a tecnologia, a virtualização do Direito, é possível ao advogado atuar de norte a sul e dentro e fora do país. Ao final, fez lembrar o compromisso primordial de todos: “Somos a voz que pode ser ouvida pelos julgadores… Ética, respeito e sabedoria são os valores da advocacia.”

PARANINFA

Em um discurso muito emocionado, a paraninfa da turma, Selma Carmona, presidente da Comissão de Combate à Violência Doméstica e Familiar da OAB/DF, colocou-se como “uma jovem advogada”. Recordou ter recebido sua carteira das mãos do ex-presidente da OAB/DF Maurício Corrêa, e logo depois ingressou na Polícia Cívil, tendo atuada como delegada por 26 anos. Após aposentar-se, em 2013, voltou-se para a advocacia. Um recomeço e de acordo com os valores éticos da profissão que sempre prezou. “Assim, estamos juntos! Sou uma jovem advogada, como vocês!”

Para a sua turma, ela deu conselhos: “Devorem livros, dominem boas técnicas, usem adequadamente a Língua Portuguesa. Especializem-se. Atualizem-se. Tenham conhecimentos sólidos. Sejam sagazes. Tenham boa escuta, ética, elegância e grandeza. Leiam, releiam, peçam a um amigo para ler as suas peças. Tenham, sobretudo, humildade, pois ela é a irmã mais próxima da sabedoria. Combatam a injustiça e a descortesia. Perseverem. Não desistam, mesmo diante de portas fechadas. Ao final, perguntem a si mesmos: ‘se eu necessitasse de um advogado, contrataria a minha pessoa?’”

Encerrando suas palavras, Selma Carmona considerou a importância de firmar parcerias e de ser feliz na profissão e nas escolhas, buscando o bem e o equilíbrio, exercendo a empatia. Citou o exemplo de Mahatma Gandhi, um advogado da humanidade. Disse Gandhi: “A soma de tudo o que vive é Deus. Podemos não ser Deus, mas somos de Deus, assim como uma pequena gota d´água é do oceano.”

“Sejam uma transformação, assim como foi Mahatma Gandhi no sistema judiciário”, afirmou a paraninfa.

Após as falas e homenagens à oradora e à paraninfa, o presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva Jr., concedeu a palavra a representantes da jovem advocacia, das Subseção e das advogadas. Lembrou que a atual gestão valoriza os que ingressam na profissão, os que trabalham em cada Subseção e tem, também, em sua composição na diretoria e comissões o respeito à paridade de gênero.

JOVEM ADVOCACIA

Falando pela jovem advocacia, o convidado foi Matheus Eleutério, secretário-geral adjunto do Conselho Jovem da OAB/DF. “Não faz três anos, estava sentado aí, no mesmo lugar que vocês, recebendo a minha carteirinha nesta mesma sala. Um pouco nesse período já pude aprender, mas o que mais consegui ver até agora é que não adianta a gente achar que está pronto. É normal esse sentimento de vocês de ‘não sei o que fazer agora’… fiquem tranquilos! Aprendam a viver!”

Eleutério fez, então, o convite a que os novos profissionais venham participar das programações da OAB/DF, e de comissões, atuar, também, junto à jovem advocacia. “No Conselho Jovem nosso papel é trazer novos projetos, iniciativas para apoiar quem passa pelas dificuldades de vocês”. O Conselho Jovem pode compartilhar experiências e o tempo poderá mostrar caminhos, segundo contou. “Se você não tiver a quem mostrar o trabalho e a competência, nada adiantará”, observou. No Conselho Jovem é possível conhecer grandes advogados e crescer profissionalmente.

SUBSEÇÕES

O presidente da Comissão de Prerrogativas da Subseção do Paranoá e do Itapoã, da OAB-DF, Joaquim Pedro de Medeiros Rodrigues, parabenizou os novos profissionais pela conquista da carteira. “É o ápice de uma trajetória desde quando ingressaram na faculdade de Direito. Levem os conselhos da paraninfa, dra. Selma.”

Para Joaquim Pedro, a OAB/DF é do Distrito Federal, tem sua importância no cenário nacional, mas há um espaço importante para a atuação nas subseções. “Estou, por exemplo, no Paranoá. A advocacia é feita na ponta, nas subseções. Venham participar.”

MULHERES

Myrian Ribeiro Mendes, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM/DF) e secretária-geral da Comissão de Direito das Famílias e Sucessões, falou sobre a emoção da cerimônia, que traz a lembrança de quando a pessoa se forma e pega a sua carteira. “Nós (na mesa) ficamos emocionados!” Destacou que a gestão tem priorizado a atenção às mulheres e que isso é muito bom, mas fez um convite aos advogados: “homens, participem da Casa!”.

Para a jovem advocacia, fez a reflexão de que mesmo com 13 anos de carreira, fez total diferença participar das atividades da OAB/DF. “Tenho uma advocacia antes da OAB e depois de realmente estar ativa na Casa. Faz diferença! Hoje, estamos em um mundo que precisamos de rede de relacionamentos. Não temos todo o saber. Façam parcerias! Contem conosco e sejam bem-vindos.”

Encerrando a cerimônia, Délio Lins e Silva Jr., agradeceu a paraninfa e todos os parentes que vieram prestigiar os compromissandos; também, os integrantes da mesa de cerimônia. Abordou o momento de transição, com a pandemia, e a necessidade de reinvenção na profissão, da busca de novos nichos de mercado. Escritórios estão enxugando, concursos diminuindo, muitas pessoas se formando. “Digo isso porque, a partir de hoje, a responsabilidade sobre os ombros de vocês é outra. Não só como advogadas e advogados perante os seus clientes, mas para a OAB e a sociedade. Atuamos de braços abertos para a sociedade.”

Délio ainda recordou os 60 anos da OAB/DF. “Nossa responsabilidade é cultuar e manter essa história e olhar para a frente.” Sobre as possibilidades de crescimento profissional acrescentou: “Para quem for atrás, para quem estiver antenado, as oportunidades virão! Importante é foco e planejamento, mas é preciso saber agarrar as oportunidades. Dou os seguintes conselhos: estudem, estudem, estudem; leiam, leiam, leiam!” Por fim, recomendou cuidado e ética. “O nome de um advogado se constrói com muito trabalho!”

Compuseram a mesa: o secretário-geral da OAB/DF, Márcio Oliveira, e o presidente da Comissão de Seleção, Thiago Guimarães.

Comunicação OAB/DF
Texto: Montserrat Bevilaqua
Fotos: Valter Zica