Posse da nova diretoria da OAB/DF

A solenidade de posse da presidente reeleita da OAB/DF, Estefânia Viveiros, e da nova diretoria da entidade aconteceu ontem no Senado Federal em cerimônia presidida pelo presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto. Estefânia Viveiros diplomou e deu posse aos novos conselheiros federais e seccionais. Várias autoridades estiveram presentes na cerimônia, entre elas: o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, o presidente do Superior Tribunal de Justiça, Raphael de Barros Monteiro Filho, os ministros do STJ Fátima Nancy Andrighi, Humberto Gomes de Barros, José Augusto Delgado, Paulo Benjamin Fragoso Gallotti, Cláudio Santos, Antônio Herman Benjamin, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Sepúlveda Pertence, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Brito Pereira, representando o presidente do TST, ministro Rider Nogueira, o desembargador José Cruz Macedo, representando o presidente do TJDFT, desembargador Lécio Resende, o desembargador Flávio Rostirolla, desembargador Estevam Carlos Lima Maia, desembargador Mário-Zam Belmiro Rosa, o secretário de Justiça do Distrito Federal, Raimundo Ribeiro, procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, procurador-Geral do Distrito Federal, Túlio Arantes, subprocuradora-Geral da república, Edylcéa Tavares De Paula, o desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Carlos Fernando Mathias, representando a presidente do TRF da 1ª Região, desembargadora Assusete Magalhães, a Juíza Maria Isabel da Silva, presidente da Associação dos Magistrados do Distrito Federal e dos Territórios, Sebastião Azevedo, procurador-Geral do IBAMA, Antônio Gomes, presidente da Terracap, Antônio Gomes, presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil, Walter Nunes da Silva Júnior, presidente do Tribunal de Contas do DF, Paulo César Ávila, subprocurador-Geral Federal, Lúcio Flávio Camargo Bastos, representando a Procuradoria Geral Federal, Eliene Bastos, presidente do IBDFAM/DF, Sebastião Vieira Caixeta, presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, Maria Thereza Mendonça de Rezende, presidente do Conselho Federal de Fonaudiologia, Alexandre Fachetti Villant Moulin, presidente do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região, Wilson Moore, embaixador da república de Trindad e Tobago, o deputado Estadual pelo Rio Grande do Norte, Ezequiel Ferreira de Souza, senadores, deputados federais e distritais. Leia o discurso da presidente Estefânia Viveiros na íntegra: Senhoras e Senhores,“Começar pelos fins e acabar pelos princípios são primores da onipotência de Deus e sutilezas de sua divina sabedoria.”Sermão da Conceição da Virgem Senhora Nossa, de Padre Antonio Vieira.Vou começar pelos fins e depois acabar pelos princípios.Vou começar pela minha reeleição à Presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Distrito Federal, pois tentaram me despojar da túnica de mestra, bordada de vermelho, a serviço do Direito, ciência do bom e do justo: sou professora e mestra, com muita honra, e continuarei ao lado da minha profissão – advogada também – a ensinar aos mais jovens. Mas a generosidade destes mesmos advogados, meus companheiros de Brasília, cobriram-me com outra túnica. Esta com que me distinguem, num reconhecimento desprendido do meu primeiro mandato, é fruto, para mim, muito mais do coração dos abnegados colegas à companheira que luta por ideais, por justiça, em defesa de nossas prerrogativas, pelo fortalecimento do jovem advogado, e, sobretudo, pela transparência de todas as ações.Não é o momento, nem o lugar, para prestar contas do meu primeiro mandato, pois já o fiz inúmeras vezes, sobretudo ao longo da campanha. Nas palavras de Fernando Pessoa, não sou nada, não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. Sonhos que podem se tornar realidade, se sonharmos juntos. Quero uma Justiça sempre – é o que importa e o que conta. Justiça rápida, ágil, transparente e Justiça eficiente.Quero uma Justiça hoje – Justiça agora. Porque justiça atrasada, como bem lembrou o mestre Rui Barbosa, não é Justiça, senão justiça desqualificada e malfeita. Quero uma Justiça para todos e especialmente para os mais pobres, os desamparados, os necessitados, os eternamente marginalizados pela sociedade em permanente débito com a cidadania;Quero um País menos desigual e mais fraterno, promovendo o bem-estar e tranqüilidade.Quero um País mais cidadão.Quero as regiões geográficas do meu País com menos diferenças, mais próximas uma das outras;Quero um País com políticas públicas de segurança, saúde, educação para todos, mas para todos mesmo;Quero um País onde o salário pago corresponda efetivamente ao serviço prestado e que possa dar dignidade à família;Quero um programa de aceleração do crescimento que efetive as garantias dos direitos individuais consagrados na Constituição Federal;Quero um País com teto, com terra e, sobretudo, com oportunidades de trabalho;Quero um País com políticas sociais justas, que não sejam meras práticas assistencialistas. Quero um País com segurança, onde possamos confiar em nossos semelhantes e respeitá-los.Quero uma juventude com perspectiva de futuro e orgulhosa de seu País.  Essas questões têm merecido da OAB não apenas uma profunda reflexão, mas uma ação consciente, na forma de denúncias, na forma de pressão, na forma de mobilização e na forma de permanente articulação junto aos Poderes Públicos. Afinal, que cidadania pode se ganhar dentro de uma moldura social precária como a que temos? Os cárceres se transformaram em um Estado dentro do Estado, com as lideranças acionando o tráfico e determinando assassinatos. Não por menos, as ondas de angústia, insegurança e medo tomaram conta das grandes cidades, onde se verifica a expansão dos núcleos de miséria metropolitana. As chacinas ocupam as manchetes dos veículos de comunicação, diariamente. Senhoras e Senhores, meus queridos amigos advogadas e advogados.A responsabilidade social da OAB resvala pela defesa dos direitos individuais e sociais, pela preservação das normas positivas e pela garantia da ordem pública.  A advocacia está intimamente atrelada à idéia de paz social, que se traduz por sua atuação em busca da conciliação das partes. Acredito, firmemente, que o Brasil está diante de seu maior desafio histórico: ou promove reformas para o seu definitivo ingresso no mundo dos países desenvolvidos, ou verá se multiplicar as demandas sociais ante uma visível deterioração das estruturas públicas. A sociedade está cada vez mais distante das instituições. Em meio a um turbilhão de mudanças políticas, há pouco mais de 20 anos, Tancredo Neves – cuja lembrança permanece viva, principalmente nesta Casa – lembrou que na vida das nações, todos os dias são dias de história. E todos os dias são dias difíceis. Para manter a paz é que foram criadas as instituições, mas para aprimorá-las nunca devemos parar de lutar.É isso que torna a OAB uma entidade tão presente na vida de nossa sociedade. E é isso também que nos torna cada vez mais responsáveis com os ideais republicanos de democracia.Trilhando o caminho da defesa dos direitos da coletividade, desfraldando as bandeiras da Justiça e do Estado Democrático de Direito, bradando contra as arbitrariedades, as injustiças e as perseguições políticas, a Ordem liderou os momentos mais importantes da história do Distrito Federal, seguindo a tradição dos advogados, de não calar a voz, de não se dobrar diante das pressões, de defender, intransigentemente, a dignidade humana, a Cidadania, a moralidade pública, a Justiça e a paz social.Senhoras e Senhores,Não temo o futuro, não tenho incertezas. Sei que às vezes o destino é ingrato, pois une o bruto ao inteligente; o feio à beleza
e um ponto ao seu contraste. Daí o resfolegar incerto de um e a serenidade fria do outro. Mas acredito em mim, na minha geração, na geração dos que estão à minha frente, neste Congresso Nacional eleito pelo povo para fazer a vontade do povo.Acendo hoje e agora a luz branca, que era a cor da toga do magistrado romano, e a serviço da República vestiam-se de branco também os senadores, mesmo que lá estivesse Brutus, o assassino de César. Branca é a luz da vida, eterna, acompanha a alegria e a tristeza e é para o homem e para a mulher o roteiro suave que aclara caminhos e abre soluções nas trevas e na escuridão das tormentas.É o branco da minha paz, da nossa paz, da paz do Senhor, para que este País possa, em paz, crescer e se desenvolver. Tanto é verdade que o salmista entoava o hino de que a “misericórdia e a verdade se encontram e a Justiça e a Paz se abraçam”.E, nesta Casa, diante de todos, relembro que “Roma consagrou na palavra Senador, o epíteto de velho – senectus – exemplo de homem prudente, pensado e reflexivo, como dizia meu avô Paulo Viveiros, e, por tais condições de poder merecer o titulo de Pai da Pátria e conselheiro do príncipe e que no decorrer de mais de dois mil anos, ainda hoje, por toda a parte representa, na composição política dos povos, o agrupamento conselherial dos regimes. Todos nós sabemos: em menos de duas décadas, o mundo exigiu por suas violentas transformações um novo comportamento no estudo das coisas e dos fatos sociais. O conhecimento do mundo físico desabrochou de maneira nunca vista. Até mesmo agora as novas descobertas tentam confundir a fé, confundir o inconfundível, que Cristo é o filho do Homem e que veio ao mundo com as suas novas crenças sociais de paz e igualdade que tanto queremos. Mas as novas descobertas não encobrirão a minha  fé e suplico a Deus para que em sua infinita bondade afaste de nós, do povo brasileiro, o amargo daquele cálice que Ele não quis beber.   Por tudo o que me destes na vida, Senhor:Pela família que tenho e de que tanto me orgulho. (Meu pais Augusto Viveiros e Dagraça aqui presentes)Pelos alunos que ensinei, pois são eles frutos silentes que tanto bem fazem ao coração. Dos bons e leais companheiros da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Distrito Federal, de hoje e de ontem, amigos diletos feitos ao convívio diuturno de anos sofridos e em cujos exemplos medi passos e firmei atitudes de inusitado orgulho.Pelo convívio feliz dos servidores desta OAB, tudo oferecendo em benefício das causas comuns.Pela terra que me destes como Pátria, cheia de encantos mil e a cujo serviço sempre estarei disposta a todo sacrifício.Pela fé inabalável que criastes no meu espírito cristão. Pela cidade em que nasci, Governadora Wilma Faria, de rios e dunas encantadas e pelas mulheres que o meu Estado projetou no mundo.Pela nova cidade que adotei como minha,  Governador Arruda, com suas linhas arquitetônicas divinas e seus contornos celestiais e pela feliz ocorrência que foi o encontro de Oscar Niemayer e Lúcio Costa.E por tudo isso, pelas minhas virtudes e pelos meus defeitos, pelo coração que ama e perdoa – muito obrigada, Senhor.