A comissão responsável pelas investigações internas sobre a fraude nos Exames de Ordem de 2006 apresentou, quinta-feira (23), o relatório final das apurações ao Conselho Seccional da OAB/DF. O grupo presidido pelo conselheiro Walter Barletta verificou irregularidades em provas de nove candidatos e o envolvimento de integrante da banca examinadora de Direito Penal. No mesmo dia, os conselheiros aprovaram, por unanimidade, o relatório da comissão. Laudos periciais constataram provas copiadas, letras diferentes, uso de canetas distintas, dentre outras irregularidades no II e III Exames do ano passado. No I Exame, houve indício de fraude em avaliação de dois candidatos aprovados, que ganharam pontos mesmo tendo entregado peças profissionais em branco. A comissão sugeriu a instauração de processos nos órgãos competentes para responsabilização dos envolvidos. O resultado da investigação, que durou cerca de cinco meses, será encaminhado ao Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/DF, à Polícia Federal e ao Ministério Público do Distrito Federal. Alguns processos de inidoneidade já foram instaurados na Seccional, os envolvidos podem ser impedidos de exercer a advocacia. Devido à pontualidade da fraude, Barletta afirmou não ver motivos para cancelar os exames. “As fraudes não contaminam o resultado dos candidatos aprovados regularmente”, declarou. O conselheiro avalia como positivo o trabalho realizado pelo grupo que analisou as provas. “Fizemos todo o esforço possível e conseguimos atingir o nosso objetivo”, conclui.