Brasília, 31/12/2014 – Nascido em Cajazeiras, na Paraíba, Severino de Sousa Oliveira é advogado há mais de 30 anos. Quase o mesmo tempo em que ele, conhecido como professor Cajazeiras ou Severino Cajazeiras, é docente em faculdades de Direito de Brasília. Hoje ele é o vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Distrito Federal. Título que carrega com muito orgulho e amor, como ele mesmo define. Respeito é a palavra que impera para Cajazeiras, que é conhecido por seu lado carismático e atencioso com todos os que o rodeiam.
A equipe de comunicação da OAB/DF conversou com Severino Cajazeiras sobre o ano de 2014, desafios e planos. Confira:
OAB/DF – Como é ser vice-presidente da OAB/DF?
Cajazeiras – O vice-presidente não tem uma função determinada. A atividade é substituir o presidente nas suas faltas e impedimentos eventuais. Por isso, eu substituí o presidente diversas vezes – e é muito difícil substituir uma pessoa tão dinâmica. Tenho a honra de recepcionar, por dia, até 30 colegas advogados. Uma das graças que Deus me deu é saber acolher as pessoas. Uma coisa que não podemos abrir mão é tratar os colegas com respeito e com valor, daí vem reciprocidade, o carinho e o respeito que eles têm comigo.
OAB/DF – O senhor é um dos membros mais ativos da Ordem…
Cajazeiras – Nunca faltei a sessões sem justificativas. Ausentei-me apenas em duas oportunidades porque estava representando a Ordem em eventos externos de alta relevância para casa. Todos os ad referenduns, desde o início da nossa gestão, com exceção dos dois primeiros, sempre eu que faço. Tenho o privilégio de ter recebido essa delegação do presidente Ibaneis. Faço a posse dos colegas advogados que vem prestar seu nome e colaborar para os trabalhos da OAB nas suas diversas comissões temáticas. Essa é uma importante missão, que para mim é um privilégio.
OAB/DF – O senhor valoriza muito as Comissões, não é mesmo?
Cajazeiras – Eu valorizo demais. Sempre digo que as comissões são o braço forte da OAB, o braço que chega até a sociedade, que chega até os advogados. São elas que canalizam, levam a nossa atividade como entidade de classe até os advogados e a sociedade. É por meio das comissões de Direitos Humanos, de Direto do Consumidor, da Mulher Advogada que canalizamos isso.
OAB/DF – Uma das suas principais bandeiras é a defesa de prerrogativas por meio da Procuradoria e da comissão, correto?
Cajazeiras – O cuidado com as prerrogativas é a parte mais importante da nossa gestão. É uma bandeira pela qual todos os conselheiros e comissões estão engajados: a defesa intransigente, aonde houver uma reclamação ou uma denúncia de quebra ou violação das prerrogativas dos advogados, a OAB irá atuar – como tem atuado – veementemente na defesa do cumprimento da lei e da Constituição Federal. Um ponto positivo é que o advogado será desagravado no local em que ele foi desrespeitado. Então, se foi numa Vara da Justiça, será lá na porta dessa Vara que ele será desagravado. Foi uma bandeira da gestão e os advogados gostaram muito da ideia. Se a autoridade não tem constrangimento de constranger o advogado, então a OAB também não vai ter o constrangimento de constranger aquela autoridade que violou as prerrogativas do advogado.
OAB/DF – O senhor é conhecido pela cordialidade. Como conciliar um ofício tão duro com a calma natural que o senhor inspira?
Cajazeiras – Uma coisa que tenho falado sempre para os colegas, principalmente aqueles novos advogados que vêm receber a carteira, é que o respeito é mútuo. Não é porque eu tenho minhas prerrogativas que eu tenho que chegar na porta de um fórum e tratar mal o porteiro, o recepcionista, o segurança, o estagiário, o magistrado. Ali tem um ser humano também. A educação é uma via de mão dupla: eu respeito para ser respeitado. Outro ensinamento é que do outro lado da mesa em uma audiência não tem um inimigo. É um colega advogado que amanhã pode estar sentado ao seu lado discutindo e debatendo a mesma tese. Tem advogado que não fala com o outro porque a tese dele ganhou. Ele não está desqualificando a pessoa, apenas a tese. Aquele colega que está ali pode ser seu amigo e um grande parceiro na advocacia. Ninguém consegue ser um bom advogado sozinho. Ele pode ser o melhor profissional do mundo, se ele não tiver uma rede de relacionamentos, não acontece.
OAB/DF – O senhor é bem popular com os jovens advogados. Qual o motivo?
Cajazeiras – Sou, graças a Deus! Eu tenho o respeito deles porque eu os respeito. Eu percebia, quando era estudante, a forma grosseira que alguns professores tratavam os alunos. Aquilo me incomodava. Eu dizia que se um dia fosse professor eu nunca trataria um aluno meu daquele jeito. O aluno ele é uma pessoa insegura, indefesa, ele está buscando um horizonte e nós temos que dar o exemplo. Eu comparo a atividade do professor como a de um pai. Eu nunca tive um problema com aluno, durante 28 anos de magistério. Eu me formei e comecei a dar aula um ano depois. Eu vejo muitos advogados bem sucedidos, mais do que eu, e isso me dá orgulho. Não inveja.
OAB/DF – E a popularidade na OAB?
Cajazeiras – Nunca fui tão bem acolhido na Ordem dos Advogados do Brasil. Desde a época do presidente Maurício Corrêa sempre participei de todos os movimentos na Ordem. Fui conselheiro, secretário-geral, diretor-tesoureiro e agora tenho privilégio de ser o vice-presidente de uma das mais atuantes gestões que a OAB já teve, que é a gestão Ibaneis Rocha. Uma diretoria unida, um conselho altamente qualificado. Todos os conselheiros são pessoas comprometidas com a advocacia, comprometidas com as causas da OAB. Todos são importantes, cada um com sua contribuição, com sua sabedoria, com seu ponto de vista diferente. É isso que faz uma OAB forte e respeitada.
Comunicação social – jornalismo
OAB/DF