Seminário debate racismo e a necessidade de ações afirmativas - OAB DF

“Ser inclusivo, ser plural, ser independente,
ser uma referência no exercício da cidadania.”

DÉLIO LINS

Seminário debate racismo e a necessidade de ações afirmativas

No Mês da Consciência Negra, as ações sobre a temática seguem a todo vapor. E como fruto dos esforços pela igualdade racial, foi assinado um Protocolo de Intenções entre a OAB/DF (Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil) e a Sejus-DF (Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal) com o objetivo de unir forças para combater o racismo e promover a igualdade racial. As ações propostas envolvem a promoção de campanhas de conscientização para prevenção e combate de práticas racistas; aprimoramento dos canais de denúncias, implementação de medidas de combate ao racismo nas redes sociais e nos canais digitais de comunicação, entre outras ações.

O documento foi assinado durante o Seminário em Alusão ao Dia da Consciência Negra, organizado pela OAB/DF, por meio de sua Diretoria de Igualdade Racial e Social, juntamente com a Sejus-DF, na última sexta-feira (24), na sede da Seccional. O seminário visou promover debate sobre ações afirmativas como forma de promover maior inclusão.

Participaram da mesa de abertura o presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva Jr.; a diretora de Igualdade Racial e Social, Lívia Caldas Brito; a secretária de Estado de Justiça e Cidadania do Distrito Federal, Marcela Passamani; a subsecretária de Direitos Humanos e Igualdade Racial da Sejus, Sueli Vieira; e a assessora especial da Casa Civil do DF, Cristine Alves.

Délio Lins e Silva Jr. parabenizou a realização do evento e recordou a importância da igualdade racial para a gestão. “Desde 2018, quando pensamos na formação da chapa, já priorizávamos essa temática. Tenho muito orgulho de lembrar que já era uma necessidade nossa, mesmo quando não era regra no Conselho Federal. Essa pauta antirracista sempre foi uma pauta muito forte aqui dentro.”

“A parceria entre a Sejus e a OAB será frutífera. Depois desse papel assinado, vem muito trabalho. É uma responsabilidade fazer com que as propostas que forem discutidas sejam realmente colocadas em ações para serem cumpridas. Vivemos em uma sociedade que ainda é racista. E temos a responsabilidade de promover essa mudança”, avalia a secretária de Justiça e Cidadania do DF, Marcela Passamani, durante o evento.

A assessora especial da Casa Civil do DF, Cristine Alves, falou sobre a empatia. “Você realmente reconhece a dor do outro? Você realmente se preocupa com o porquê ela está chorando ou está triste? Não. Nosso egoísmo está tão grande nesse mundo virtual, que a gente só vê quando sai nas redes sociais. Se não sair nas redes sociais, a gente não se importa. Então, nós precisamos sair um pouquinho das redes sociais e olhar para o lado. Hoje, eu estou na Casa Civil, mas para dentro e para fora do meu barracão de santo, eu sou de santo. Eu não nego a minha religião, eu não nego a minha fé, eu não nego os meus ancestrais.”

“A gente dorme pensando na nossa cor. Os pretos, especialmente a mulher preta, ainda sofrem muito racismo e desigualdade. Esse interesse institucional da Sejus com parceiros é importante porque o racismo não pode acontecer. Essas inciativas nos mostram o interesse para mudança”, afirma a subsecretária da Sejus, Sueli Vieira.

Lívia Caldas Brito, diretora de Igualdade Racial e Social, enfatizou a necessidade de lutar não apenas por uma sociedade igualitária, mas também por um ambiente onde as mulheres negras ocupem os lugares que desejam. “É uma batalha árdua e longa, mas devemos lutar para alcançar uma sociedade desenvolvida, na qual mulheres negras possam ocupar os lugares que lhes interessam.”

Para Lívia, o enfrentamento ao racismo é uma questão de todos. “Não é exclusivo das pessoas negras, e por isso é crucial que as instituições estejam engajadas nesse enfrentamento, atuando na redução das desigualdades. Sabemos que enfrentamos um histórico que contribui para o cenário atual de desigualdade, e é nossa responsabilidade lutar de forma persistente e rigorosa para reduzir essas disparidades”, completa.

Após as falas oficiais, os presentes tiveram a oportunidade de participar da palestra “Ações afirmativas como medida antirracista”, proferida por Magali Dantas, graduada em Ciências Sociais, mestre em Desenvolvimento e Governança, e servidora do poder judiciário, além de escritora e pesquisadora. Lívia Caldas também foi palestrante e falou sobre disparidades sociais, econômicas e histórico de discriminação.

No evento também ocorreu uma feira de empresárias pretas e pardas para fomentar o setor e dar visibilidade a esse público.

Confira aqui o evento na íntegra e as respectivas fotos.



Jornalismo OAB/DF, com informações da Sejus-DF.