Baile Black: OAB/DF celebra a cultura negra em evento inédito

Com o objetivo de elevar traços, a ancestralidade africana e celebrar a cultura negra, a Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) realizou na última sexta-feira (18/11) a 1ª edição do Baile Black, evento coordenado pela Diretoria de Igualdade Racial e Social e pela Comissão de Igualdade Racial, com o apoio da Caixa de Assistência ao Advogado do Distrito Federal (CAADF).

A diretora de Igualdade Racial e Social, Lívia Caldas, apontou o evento como um marco para a OAB/DF. “A realização do baile pela OAB/DF é um marco. Primeiramente, um marco por exaltar a cultura negra, tão consumida pelo povo brasileiro. É um marco também por ser uma celebração liderada por advogadas e advogados negros. Um espaço de cultura feito por pessoas negras para lembrar que todos nós devemos estar empenhados na luta diária contra o racismo. Neste caso, por meio da exaltação dessa cultura. Feito o primeiro baile e dado esse passo inicial, agora devemos pensar nos próximos para que isso vire uma tradição da OAB/DF”, destacou Lívia.

“O primeiro Baile Black da OAB/DF é um resgate da cultura negra, que por muito tempo contagiou toda sociedade brasileira nas pistas de dança. Muitos de nós, nossos pais e avós, participaram dos bailes, e poder resgatar isso para a advocacia do Distrito Federal é muito representativo”, comemorou Beethoven Andrade, presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB/DF.

Luís Landers, conselheiro e um dos organizadores do evento, destacou que o evento foi pensado e organizado para resgatar aquela cultura negra dos bailes blacks que surgiram nos anos 70 e 80. “Os bailes eram realizados para elevar a beleza negra e também para valorizar a cultura do hip-hop, do soul e da música black. Trouxemos o baile como forma de homenagear a cultura negra. O movimento black ainda é muito forte.”

Expressão cultural

“O Baile Black é uma expressão cultural, uma representação daquilo que se construiu de modo sólido por meio da Ordem. Um momento crucial e de vitória para toda a OAB/DF. Ter os negros incluídos em cargos importantes da OAB é extremamente relevante para futuros projetos que surgirão ao longo do triênio. É a advocacia negra dizendo: ‘temos voz’, e é isso o que esperamos com a realização do Baile Black”, afirmou Lívia Caldas.

Na ocasião, o servidor público do Senado Federal, Washington Lopes, esteve presente no evento e se alegrou em se sentir representado. “É uma nova fase para tudo que nós negros precisamos. Esses bailes e encontros tem que acontecer mais vezes durante o ano, não só no mês da consciência negra. Eu me senti muito representado e acolhido nesta noite, espero participar de outros bailes como este”, relatou.

Em concordância, as artistas independentes e dançarinas de Hip-Hop que foram convidadas para a festividade, Sophia Dinis e Layla Paulino, descreveram a festa como um momento de expressão da cultura negra e um evento importante para relembrar que representatividade não é só no mês de novembro. É necessário apoiar a causa e estar lutando por ela.

Representatividade negra na OAB/DF

“A tendência dessa gestão de igualdade racial é que façamos mais eventos voltados para a comunidade negra. Teremos uma representatividade, não somente para negros, mas para mulheres negras também. Nós teremos um lugar de fala, esse é só o início da gestão black da OAB”, ressaltou Patrícia Campos, vice-presidente da Comissão de Igualdade Racial.

O advogado Ronald Siqueira Barbosa agradeceu ao presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva Júnior, por dar visibilidade aos advogados negros. “Faço aqui um agradecimento ao presidente Délio pela liberdade em que trata o tema. Nós somos advogados negros e sabemos o quão difícil é esse tema. Ter uma diretoria e uma comissão negra é abraçar a causa e dar espaço à advocacia ocupada por homens e mulheres negros”, disse.

A secretária-geral da Comissão de Igualdade Racial, Victória Cristina, comemorou a realização do evento como um rompimento de barreiras para que homens e mulheres negros estejam em destaque. “Quando uma mulher negra se move, toda a sociedade se move junto e nós precisamos desse destaque. Um negro precisa estar no centro também, e é isso que estamos fazendo hoje aqui, dando lugar e visibilidade para todos nós”, festejou.

Texto: Letícia Marchi

Comunicação OAB/DF

Fotos: Roberto Rodrigues