Artigo: História de cidadania

Brasília. 22/4/2016 – O Jornal de Brasília publicou, nesta sexta-feira (22), artigo do presidente da Seccional Juliano Costa Couto sobre o aniversário de Brasília, ocorrido ontem. Costa Couto lembra que a Ordem foi inaugurada na mesma época. “A partir daí a história da cidade e da advocacia se misturam de forma bela e exitosa”, diz ele. Confira, abaixo, a íntegra:

História de cidadania

Juliano Costa Couto

Presidente da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil

No dia de ontem completaram-se 56 anos desde que Juscelino Kubistchek realizou a façanha de unir o Brasil com a transferência da Capital da República para o coração da Nação, o cerrado brasileiro. Apenas 34 dias depois, era inaugurada a Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. A partir daí a história da cidade e da advocacia se misturam de forma bela e exitosa.

Primeiro, a Ordem ocupou uma pequena sala cedida pelo Tribunal de Justiça. Depois, com sede própria inaugurada pelo saudoso Maurício Corrêa, que hoje dá nome ao prédio, não foram poucas as vezes em que os desafios pareceram intransponíveis. Mas a OAB nunca esmoreceu diante dos obstáculos quando o que estava em jogo era Brasília e o bem-estar da sociedade.

A OAB/DF cumpriu papel de destaque na consolidação de Brasília como centro administrativo, de desenvolvimento e de ideias. A Seccional foi palco de discussões e atuou com vigor para garantir a autonomia política do Distrito Federal. Hoje, luta para que sejam implementadas eleições diretas para os administradores regionais. Ou seja, luta por mais democracia, como sempre fez.

Basta lembrar que a Ordem ocupou a trincheira de resistência ao golpe de 1964, exigindo o restabelecimento da ordem democrática. A sede se tornou palco das discussões, a ponto de ser invadida por ter se recusado a obedecer a ordem ilegal de não se reunir no I Encontro dos Advogados do DF. E essa é só uma pequena parte da história.

Desde então, diversos atos mostram o envolvimento da OAB/DF nas lutas pela democracia e em defesa dos interesses da população. Prova disso está no número de ações ajuizadas pela entidade, desde a gestão passada, em defesa da cidadania. Foram mais de dez. Na mais recente, a OAB conseguiu impedir o GDF de limitar o número de doadores de medula.

Nesses 56 anos, nossa capital enfrenta problemas graves que ameaçam algumas das conquistas que fizeram de Brasília um exemplo de qualidade de vida. Aos poucos, enfrentamos problemas comuns a metrópoles de todo o país e vivemos a contradição de não reproduzir em outras localidades do DF o modelo de bem-estar consagrado no urbanismo do Plano Piloto. Que a lembrança da data, além de alegria, reforce nosso ânimo para enfrentar todos esses desafios.