Comissão vai acompanhar investigação das mortes de advogados

Por determinação do presidente Juliano Costa Couto, uma Comissão Especial da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal irá acompanhar todos os procedimentos judiciais e de apoio à família dos advogados Saint’Clair Martins Souto e Saint’Clair Diniz Martins Souto, brutalmente assassinados no município de Vila Rica, Mato Grosso. A entidade trabalhará ao lado das Seccionais da OAB/MT e OAB/RJ na apuração do caso.

Os corpos dos advogados, pai e filho, já foram localizados em uma fazenda após a prisão do gerente da propriedade, José Bonfim Alves de Santana, que confessou a autoria do crime, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública mato-grossense. O duplo assassinato teria ocorrido na última sexta-feira (9). A fazenda pertencia aos advogados, que viajaram ao local para tratar de problemas relacionados a desvios de cabeças de gado.

Saint’Clair Martins Souto tinha 78 anos, já foi prefeito de Unaí (MG), onde possui outra propriedade agrícola, e era procurador aposentado do Distrito Federal. O filho, Saint’Clair Diniz Martins Souto, de 38 anos, era procurador do Estado do Rio de Janeiro. Ambos mantinham escritório de advocacia no Lago Sul, em Brasília.

Para o presidente da Seccional da OAB/DF, o crime choca a advocacia e não serão poupados esforços para dar um basta a estas manifestações inaceitáveis de violência. “O clima de insegurança endêmica que se espalha por todo o País exige uma ação rápida e enérgica das autoridades, sob pena de nos tornarmos todos reféns de pistoleiros”, disse.

Em mensagem de solidariedade às famílias, Costa Couto manifestou: “Desejo paz e conforto aos familiares desses magníficos pais de família, que eram exemplo para a advocacia do Distrito Federal”. O secretário-geral adjunto do Conselho Federal e ex-presidente da OAB/DF, Ibaneis Rocha, amigo da família, também registrou que o momento “é de grande consternação para advocacia brasiliense diante da absurda perda de dois valorosos colegas, advogados honrados que deixarão saudades.”

Em novembro de 2002, também em Vila Rica, o então conselheiro federal da OAB Waldemar Pereira Júnior foi executado à queima-roupa quando se reunia com clientes no restaurante do hotel da cidade. Segundo testemunhas, um desconhecido vestindo jaqueta preta aproximou-se e disparou um tiro de revólver no rosto do advogado, que morreu na hora. Waldemar atuava em processos envolvendo conflitos pela posse de terras na região.