OAB/DF debate Constelação no Judiciário

Constelação2A OAB do Distrito Federal realizou, na noite da última terça-feira (20), palestra intitulada “A Constelação como um Instrumento de Resolução de Conflitos no Poder Judiciário”. Com uma plateia formada por magistrados, servidores do Tribunal de Justiça, voluntários de varas de família do DF, advogados e estudantes de Direito, a palestrante Adhara Campos Vieira, analista Judiciária da vice-presidência do Tribunal Superior do Trabalho (TST), e a juíza Magáli Dellape Gomes, da Vara Cível de Família e de Órfãos e Sucessões do Núcleo Bandeirante, deram explicações e orientações sobre o método de conciliação de conflitos.

Presente à abertura do evento, o presidente da Seccional, Juliano Costa Couto, lembrou que os conflitos vivenciados por familiares em separação de casais, quando o divórcio é litigioso, destroem relações familiares e se arrastam por anos no Judiciário. De acordo com ele, a técnica da Constelação pode ser uma boa saída. “Ver famílias destruídas é estarrecedor. Que saibamos realizar e tornar real a solução com mais amor para os problemas familiares. É muito melhor do que uma decisão arbitrária, no sentido de impor uma solução”.

Constelação3A presidente da Comissão de Direito de Família, Liliana Marquez, elogiou a atuação das palestrantes e destacou a importância de tentar entender o problema para que haja uma solução consensual. “No Direito de Família, necessariamente, a conciliação e a mediação são muito importantes. A gente precisa caminhar juntos. Sentar, tentar conciliar e saber qual o real problema é muito importante e benéfico do que deixar a família por anos se arrastando para resolver um problema”, disse Liliana, que também destacou os danos causados com a demora na resolução dos conflitos. “Passa o tempo, perde a convivência e gera inimigos dentro da família.”

Adhara Campos explicou os aspectos da técnica para uma plateia atenta. Apesar de antigo, o termo ainda é desconhecido por grande parte da advocacia. “Constelação vem de colocar a família na posição. É um termo em alemão que significa posicionar a família. O método foi construído sob o conhecimento de vários percursores, que desenvolveram uma dinâmica rápida. É uma técnica construída em cima de vários outros métodos terapêuticos”

Constelação6Para Adhara, “o emprego da técnica da Constelação sistêmica permite identificar os conflitos humanos que se escondem por trás das demandas judiciais”. De acordo com ela, “a constelação esclarece as percepções equivocadas das relações familiares que repercutem no convívio social e comunitário e constrói percepções positivas. O método trabalha os padrões destrutivos do comportamento e da interação do sujeito com seu grupo familiar ou com seu grupo de convívio. O resultado prático da intervenção com a constelação é a melhora no relacionamento da parte consigo e com seus familiares, ao desenvolver soluções integradoras”.

A juíza Magáli Dellape, que atua na Vara Cível de Família do Núcleo Bandeirante há menos de um ano, vem conseguindo bons resultados com a técnica por meio da redução de processos em tramitação. Ela ressaltou que o trabalho da Constelação na Vara onde atua tem transformado o órgão. De acordo com Magáli, o desconhecimento por parte dos advogados gera muitos temores relacionados a honorários. “O medo do advogado é que, se ele está criando algo para resolver o problema, com isso não vai ter seus honorários. Aqui estamos falando em algo que vai além disso, da responsabilidade social de todos vocês”, relatou.

ContelaçãoA juíza destacou que é importante que o problema seja visto de forma externa. “A dinâmica da constelação permite que a parte veja o problema, reorganize aquela situação que está toda conflituosa e bagunçada e perceba qual que é a imagem de solução para aquela família. A constelação traz essa percepção do problema. Tanto é que os resultados que eu tenho são incríveis”.

Além dos já mencionados, também compuseram mesa a presidente da Comissão Especial de Mediação, Elisabeth Leite, e o conselheiro Seccional e presidente da Comissão Especial de Direito Imobiliário do Conselho Federal da OAB, Leonardo Mundim. O evento foi organizado pela Comissão de Direito das Famílias em parceria com a Comissão Especial de Mediação.

 

Foto: Valter Zica