Instagram da OAB/DF passa a contar com “Texto Alternativo” para deficientes visuais

Vivemos em um mundo onde a comunicação digital é cada dia mais presente e necessária para nossas rotinas diárias, sejam elas profissionais ou particulares. Porém essa digitalização do mundo passa a ser um problema para quem tem deficiência visual, por exemplo. Pensando nesse público a Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) está transformando o seu Instagram em um ambiente mais inclusivo a partir do recurso do “Texto Alternativo”. 

Basicamente, o texto alternativo existe para substituir uma imagem, criando uma descrição sobre ela para que pessoas com deficiência possam saber do que se trata. Quando pensamos em acessibilidade, o recurso acaba tendo um propósito ainda maior, já que possibilita a absorção do conteúdo por todos os usuários. “Tornar o mundo mais acessível e ser inclusivo é consolidar a cidadania sem distinção. Felizmente, a tecnologia nos permite trazer para perto quem antes ficava distante. É com muita alegria que inauguramos essa nova fase nos veículos da OAB/DF”, comemora a diretora de Comunicação da OAB/DF, Raquel Cândido. 

O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB/DF (CDDPD/DF), Enio Santiago Chagas Jr., diz que aos poucos o mundo vai se conscientizando da importância de tornar o mundo um lugar onde todos possam viver em plenitude, independente de suas limitações. “Tudo aquilo que puder ser usado para melhorar a vida da pessoa com deficiência, que já é dificultosa por natureza, para diminuir barreiras, e incluir cada vez mais pessoas em todas as pautas é algo emergencial e obrigatório. É um absurdo o quanto as pessoas com deficiência ainda são invisíveis aos olhos da sociedade. Então saudamos mais essa iniciativa da OAB/DF, sabemos que a atual direção se pauta pela igualdade para a advocacia e também para a sociedade de uma forma geral”, declarou Enio.

Redes sociais mais acessíveis

Pessoas com deficiências visuais usam leitores de tela com tecnologia assistiva como o Voice Over (iOS) e TalkBack (Android) para conseguir ler textos nas redes sociais em seus celulares. A tecnologia, porém, esbarra nas imagens e vídeos, já que não há uma forma precisa de identificar o que há no conteúdo e repassar para o usuário. Este é o caso da advogada Maria Eduarda Soares Mendonça. Quase cega, ela tem dificuldades para usufruir dos conteúdos do Instagram, por isso saudou a iniciativa. “Utilizo o Instagram, mas sem esse recurso muitos conteúdos tornam-se inacessíveis. O ideal, inclusive, é que haja uma descrição logo abaixo da imagem para que todos possam saber do que se trata, pois muitos computadores e aparelhos celulares não leem a imagem direito. É uma ótima iniciativa, pois tornar o mundo mais inclusivo deveria ser uma obrigação de todos”, disse Maria Eduarda, que participa da CDDPD/DF.

O que é o Texto Alternativo?

Para tentar burlar essa lacuna dos sistemas, que não leem as imagens para assim conseguir descrevê-las, muitos perfis nas redes sociais adotaram a hashtag #PraCegoVer ou #ParaTodosVerem, que consiste em descrever as imagens e vídeos de uma publicação para que os leitores de tela possam ler isso pro usuário, que assim consegue absorver todo o conteúdo.

Porém, com o texto alternativo do Instagram, já é possível fazer isso com as ferramentas da própria plataforma, um grande avanço para a acessibilidade. O recurso do Instagram na verdade veio em dobro: de acordo com a plataforma, o sistema utilizado já cria textos descritivos para imagens automaticamente com a ajuda de tecnologia de reconhecimento de objetos, que determina o que há na imagem  – de uma forma genérica, claro. 

Para a diretora de Comunicação da OAB/DF, é fácil imaginar que esse tipo de “descrição automática” não vai dizer com precisão o que há na foto e ainda pode cair no perigo da falta de contexto. “Por isso, seremos proativos e sempre escreveremos textos alternativos dos posts. Assim, a gente se assegura de que a mensagem vai ser passada da melhor forma possível e que tudo o que for realmente importante será mencionado”, explica Raquel Cândido.

Texto: Euclides Bitelo – Comunicação OAB/DF