Após 23 anos, o Rio de Janeiro voltou a sediar o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Criada em 1930, no começo da Era Vargas, a OAB teve o Rio como sede por 56 anos. Depois, a entidade se transferiu definitivamente para Brasília, em 1986. Nesta segunda (08) e terça-feira (09) a entidade se instala na sede da Seccional fluminense para sessões do Conselho Pleno, composto de 81 conselheiros, três de cada um dos 26 estados e do Distrito Federal. A presidente da OAB/DF, Estefânia Viveiros, participou da sessão desta segunda-feira. No Rio, os conselheiros deliberam nesses dois dias sobre 47 processos que tratam de diversos interesses da sociedade e da advocacia brasileiras. Mas um dos principais motivos para a transferência é a sessão solene de outorga da Medalha Raymundo Faoro ao ex-presidente e atual membro honorário vitalício da entidade, Hermann Assis Baeta. Ele presidiu o Conselho Federal da OAB de abril de 1985 a março de 1987 e encampou as lutas em defesa da redemocratização do País, tendo presidido antes o Instituto dos Advogados do Brasil (IAB). Foi na gestão de Hermann Baeta que ocorreu a mudança de sede do Rio para Brasília, no dia 15 de setembro de 1986. Inicialmente, a entidade funcionou junto à sede da Seccional da OAB no Distrito Federal. Sua mudança para a Capital Federal seguiu uma tendência que já se consolidara com a transferência dos órgãos do Poder Judiciário e de praticamente toda a administração pública – que iniciaram esse movimento desde abril de 1960, com a inauguração da nova Capital da República. Além de protagonizar lutas históricas em defesa da cidadania por mais de cinco décadas no Rio de Janeiro, em 1980 ocorreu um dos fatos mais marcantes na história da entidade: a carta-bomba que explodiu na sede da OAB, na Rua Marechal Câmara 210, no Castelo, matando a secretária do seu então presidente, Eduardo Seabra Fagundes, dona Lyda Monteiro. A bomba-assassina foi obra de setores da ultradireita, incomodados com a atuação cada vez mais incisiva e relevante da OAB contra a ditadura e com seu engajamento em causas históricas como a luta pela anistia, pela volta da democracia e em favor dos direitos humanos e do fortalecimento da sociedade civil brasileira. Com informações do Conselho Federal da OAB