Brasília, 26/11/2014 – A Comissão de Direitos do Animais da OAB/DF realizou evento, nesta quarta-feira (26), para discutir uma questão de saúde pública, a leishmaniose visceral canina. A doença afeta principalmente cães, mas é transmissível a seres humanos. A estimativa é que, para cada caso em humanos, há uma média de 200 cachorros infectados. A principal preocupação da Comissão é com a falta de controle sobre a eutanásia de animais com a doença.
A secretária-adjunta da comissão Luísa Salim e o membro Guilherme Carvalho abordaram a questão dos “Centros de Controle de Zoonoses e o desrespeito aos direitos dos animais”. Luíza criticou a forma como animais com a doença são sacrificados. “Os animais não são coisas, mesmo aqueles que representam perigo a sociedade não podem ser sacrificados por câmara de gás, que é um meio cruel”. Guilherme sugeriu que os animais fossem castrados, além de vacinados, para que a doença seja controlada.
Foram convidadas as médicas veterinárias Fabiana Sperb Volkweiss e Lia Guaraciaba Martins Constante, que falaram sobre os tipos de tratamento para animais com a doença. Elas defenderam a normatização do tratamento. “Só vamos conseguir lutar pela vida dos animais se a gente conseguir conscientizar. É uma doença vetorial, não é uma doença contagiosa. As pessoas têm medo, acham que vão adoecer. Isso não existe, não tem risco de contaminação. A doença só é transmitida pelo mosquito”, explicou Fabiana.
Beatriz Bartoly, presidente da comissão, também defendeu a criação de normas para padronizar o tratamento. “Realmente, as pessoas ficam apavoradas com a possibilidade do cachorro ser sacrificado. Então não levam o cão ao veterinário por medo de serem denunciadas. As pessoas protegiam seus animais dentro de casa”, alertou.
Fernanda Ferreira Dias abordou a questão do controle do vetor. De acordo com ela, a leishmaniose é a segunda doença mais grave, atrás da malária, segundo dados da ONU. “A sensibilização tem que começar de pequeno, na escola, mostrando o que as crianças tem que fazer. Com crianças a médio e longo prazo pode surtir mais efeito”, disse. Ela também sugeriu que seja proposto ao GDF um código de postura.
Comunicação social – jornalismo
OAB/DF