Valorização da advocacia foi destaque em entrega de carteiras - OAB DF

“Ser inclusivo, ser plural, ser independente,
ser uma referência no exercício da cidadania.”

DÉLIO LINS

Valorização da advocacia foi destaque em entrega de carteiras

A Seccional da OAB do Distrito Federal realizou nesta segunda-feira (26) duas cerimônias de entrega de carteira a novos advogados, durante as quais  os paraninfos das turmas alertaram para a necessidade de reforçar os mecanismos de defesa das prerrogativas profissionais em face das tentativas, por setores da Justiça e do Ministério Público, de criminalizar o exercício da advocacia. Este foi o destaque dado, por exemplo, pela paraninfa da primeira turma, a professora Ana Frazão, para quem esse tipo de ataque representa uma afronta ao Estado democrático de Direito. “Vivemos um momento delicado”, disse ela.

entrega de carteiras 26-09-2016 095“Tenho muita confiança que as novas gerações, ou seja, vocês, lutarão pelas prerrogativas dos advogados e também pela consolidação da nossa democracia”, afirmou. Para Ana Frazão, o exercício da advocacia reúne três qualidades: coragem para fazer as escolhas certas, humildade para estar sempre aberto ao aprendizado e gratidão pelo privilégio de poder ser advogado.

entrega de carteiras 16 hs 26-09-2016 045O paraninfo da segunda turma, o professor e ex-conselheiro Seccional, Jonas Fontenele, destacou que a caminhada dos novos advogados será de trabalho e estudo. “O advogado é um escravo do seu trabalho, não se iludam com a ideia que é moleza a vida de advogado”, disse o advogado ao pontuar que “existe, como é de sabença geral, um descrédito da sociedade para com a nossa profissão, que associam nossa profissão com malandragem ou coisa pior”, criticou ao mencionar o árduo trabalho do advogado para fazer valer os direitos do jurisdicionados.

Juliano Costa Couto, presidente da OAB/DF, concordou com os paraninfos ao reafirmar que a advocacia é uma carreira difícil. Costa Couto disse não haver atalho para o crescimento profissional. O segredo para o sucesso é o trabalho, o esforço e a dedicação. “A advocacia é dura, os primeiros anos são muito duros e o êxito vem ali nos sete primeiros anos de profissão, mas vale a pena”, disse o presidente.

O orador da primeira turma, Gabriel Cabral Parente Bezerra, defendeu as prerrogativas da advocacia e disse que os novos advogados estavam adentrando na advocacia em um período muito sombrio. “O que nós vemos hoje em dia é uma tentativa de criminalizar o advogado por defender o cliente. Criminalizá-lo por realizar a sua função mais elementar, por realizar o trabalho que dá razão a profissão do advogado”.

A oradora da segunda turma, Zilda Inês Evangelista Jatobá, recebeu a carteira para voltar a advogar depois de anos como servidora no Supremo Tribunal Federal. “Estou com o mesmo anseio de vocês que é advogar”, disse. “Nós que optamos por essa carreira, deveremos ser merecedores do respeito de todos e contribuir para o prestígio da nossa classe. Nossa inspiração nessa caminhada que hoje começa deve ser em profissionais éticos, comprometidos com a Justiça, para um dia sermos também espelhos e fonte de admiração”.

entrega de carteiras 26-09-2016 029Além dos citados acima, também compuseram mesa na primeira cerimônia o secretário-geral Jacques Veloso de melo; o secretário-geral adjunto e presidente da Comissão de Prerrogativas, Cleber Lopes de Oliveira; o diretor-tesoureiro Antonio Alves; o conselheiro federal Severino Cajazeiras; o presidente da Subseção de Taguatinga, Lairson Rodrigues Bueno; os conselheiros Denise Andrade da Fonseca, Ildecer Amorim, Ronald Siqueira Barbosa Filho, Og Pereira de Souza; a vice-presidente da Comissão de Combate a Violência Família, Roxane Nazarete; o secretário geral da Fundação de Assistência Judiciária, Rafael Vasconcellos de Araújo Pereira; e a ex-conselheira e advogada militante dos direitos humanos, Herilda Balduíno.

Compuseram a mesa da segunda solenidade o presidente Juliano Costa Couto, a vice-presidente Daniela Teixeira, o secretário-geral adjunto Cleber Lopes, o diretor-tesoureiro Antonio Alves, o conselheiro federal Severino Cajazeiras, o presidente da Subseção de Ceilândia Edmílson de Menezes, o presidente da Subseção do Gama e Santa Maria Amaury Andrade, o vice-presidente da Subseção do Núcleo Bandeirante Rodrigo Bezerra Correia, além dos conselheiros Cristiane Damasceno, Cristiane Brito, Indira Quaresma, Marília Mesquita, Elísio Freitas, Erich Endrillo, Glauco Alves e Santos e Pierre Tramontini e do presidente da Comissão de Sustentabilidade Rodrigo Figueiredo, do coordenador-geral do Escritório Modelo Hamilton Amoras e da secretária-adjunta da Comissão de Relações Internacionais Marielle Brito.

A equipe de comunicação conversou com os oradores sobre planos e desafios, confira a seguir:

Gabriel Cabral Parente Bezerra:
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Por que você escolheu a advocacia?

Para ser bem sincero eu fiz Direito por exigência da família, mas eu me apaixonei pelo curso durante o curso. Meu pai é advogado. Por ser apaixonado pela advocacia, se eu for prestar concurso eu quero prestar para advogar. Eu gosto de muitas áreas diferentes, mas eu acho que a área que prevalece um pouco mais é o Direito Tributário. É difícil de dizer. Eu ainda não escolhi em que área eu vou atuar.

Como você se vê profissionalmente no futuro?
Eu me vejo como um advogado com um escritório já estabelecido e trabalhando para a manutenção e para o progresso da minha prática advocatícia.

De que forma a Ordem pode influir na sua jornada?
A OAB é a guardiã dos advogados. Eu posso falar com uma certa proximidade porque eu fiz a carteira de estagiário antes de fazer a carteira definitiva. Eu sempre me mantive razoavelmente próximo das atividades da OAB. Especialmente no que eu considero existem alguns aspectos que a OAB cuida da vida dos advogados, como a Caixa de Assistência e a Escola Superior de Advocacia. Mas pra mim, o mais importante é a defesa das prerrogativas do advogado. Por que no fim das contas o único direito que do advogado é o de ser ouvido, de postular na justiça. Quando uma das prerrogativas é violada, a OAB age. Eu acho isso brilhante. Acho isso de uma importância tamanha porque se não tivesse a OAB para apontar e barrar esse tipo de atitude com certeza a advocacia no Brasil já estaria mercantilizada.

entrega de carteiras 16 hs 26-09-2016 024Zilda Inês Evangelista Jatobá:

Por que você escolheu a advocacia?
Eu sempre gostei do Direito, mas resolvi fazer letras porque gostava muito de português e de língua estrangeira. Eu morava em Fortaleza e quando vim para Brasília fiz concurso para o Governo do Distrito Federal e fui trabalhar na procuradoria. Lá eu me apaixonei mesmo pelo Direito e fui fazer a graduação. Eu comecei a fazer concurso só na área, fui para o Supremo, fiquei lá 15 anos e agora que eu me aposentei quero advogar.

Como você se vê profissionalmente no futuro?
Eu pretendo montar um escritório com um amigo e ser advogada autônoma. A área do direito que eu mais gosto é Penal, mas no momento eu estou trabalhando na área civil.

De que forma a Ordem pode influir na sua jornada?
A OAB é um órgão muito importante para dar apoio aos advogados. Eu me sinto apoiada.