Nabor Bulhões ressalta papel da jovem advocacia na efetividade da CF

Mais de mil advogados compareceram à abertura do Encontro Nacional da Jovem Advocacia (Enja) 2018, na noite desta quinta-feira (2), no Centro de Eventos de Convenções Brasil 21. O evento contou com mais de 30 patrocinadores e apoiadores, entre eles a Caixa Econômica Federal. O momento mais esperado da noite foi a Conferência Magna do membro honorário vitalício da Ordem dos Advogados do Brasil e ex-presidente Seccional, Antônio Nabor Areias Bulhões. O tema da conferência foi o papel dos advogados na efetividade da Constituição Federal de 1988, que completa 30 anos de vigência em 5 de outubro deste ano.

Num primeiro momento, Nabor Bulhões trouxe o contexto histórico dos regimentos constitucionais brasileiros e quais foram as dificuldades encontradas para a sua efetividade até a elaboração da atual Constituição Federal de 1988. De acordo com ele, os profissionais da advocacia tiveram e têm participação direta no processo constituinte brasileiro. Ele avaliou o advogado como “profissional indispensável à democracia e ao estado democrático de Direito”.

“A Ordem dos Advogados e, nós, advogados, tivemos uma participação muito significativa na construção do processo constituinte. Toda nossa tradição de luta histórica está nas mãos da jovem advocacia. A função do advogado vai muito além daquela social. O advogado tem a consciência cívica de que a sua atuação está intimamente ligada ao regime democrático, aos direitos e garantias do cidadão. Historicamente tem sido assim, é assim, e entregamos a vocês, jovens advogados, a responsabilidade de fazer com que continue assim”, defendeu Nabor Bulhões.

O palestrante ressaltou a importância do papel dos jovens advogados na efetividade e no cumprimento da legislação brasileira. Para ele, o futuro do Brasil está sob responsabilidade dos jovens advogados. “A constituição é o documento que comprova o poder que as forças efetivas vão exercer. Por isso, o jovem advogado tem a enorme responsabilidade de lutar pela eficácia da CF, pela garantia dessa efetividade. A CF, em si, não passa de um papel, mas é preciso que haja eficácia e isso deve vir de vocês”, pontuou.

Por fim, Bulhões tratou sobre o endeusamento da Justiça, tema que será abordado em um dos painéis desta sexta-feira (3). “Não é tolerável que haja uma mudança de postura no Supremo Tribunal Federal (STF) para mudar a constituição a fim de atingir um certo número de pessoas bem postas na sociedade que estariam gozando dos benefícios da impunidade. Fora da lei e da constituição não há salvação”, asseverou.

Para acompanhar a programação completa do Enja 2018, acesse o site do encontro.