Ocorreu nesta segunda-feira, 04/02, na OAB/DF, o debate sobre gravidez na adolescência, organizado pela Comissão de Liberdade Religiosa da entidade. O evento contou com a presença de diversas entidades e com um público presente participativo que apresentou encaminhamentos sobre o tema.
O Secretário-Geral da OAB/DF, Márcio Oliveira, abriu o debate agradecendo a todos os participantes e lembrando que o assunto é alarmante. “O tema é muito preocupante, seja para nós advogados, seja para sociedade. A OAB tem uma escola para levar noções de direito constitucional, inclusão social e profissional da mulher para mostrar o quanto ele é importante”, declarou.
O presidente da Comissão de Liberdade Religiosa, Danilo Porfírio C. Vieira, fez uso da palavra justificando o debate do tema pela Comissão de Liberdade Religiosa da OAB/DF. “Estamos aqui porque temos preocupação com a proteção da criança e do adolescente. Viemos aqui para discutir emancipação, inclusão, pluralidade e assim tentar garantir que todos espaços seculares necessariamente não sejam colonizados por certos discursos obscurantistas religiosos”, acentuou.
Mantendo a mesma linha de raciocínio, a vice-presidente da Comissão de Liberdade Religiosa, Patrícia Luiza Moutinho Zapponi, afirmou que o tradicionalismo de algumas religiões impede o diálogo aberto sobre educação sexual e, portanto, o debate sobre o tema se justifica. “Precisamos pensar juntos e encontrar maneiras de como a OAB pode ajudar nesse debate”, salientou.
A secretária de Políticas para a Criança e o Adolescente do GDF, Adriana Farias, trouxe um discurso pronto, com dados e informações programadas, mas preferiu
deixar os números de lado e falar de improviso, pois, como ela mesmo disse, “não adianta pregar para convertido”. Segundo ela, o grande número de meninas grávidas já na adolescência influencia diretamente no futuro do país, por isso a necessidade debater e encaminhar concretamente o assunto.
Também fizeram uso da palavra o Sub-Secretário de Direito Humanos do GDF, Juvenal Araújo; a delegada chefe da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, Ana Cristina Santiago; a Coordenadora Dos Pavs da Secretaria de Saúde, Fernanda Falconer; a chefe do Centro Integrado 18 de Maio da Sejus, Jimmyana Godim.
A representante da Secretaria de Educação, Sônia Prado, disse que a SEEDF está de portas abertas para tratar do tema que impacta diretamente a vida dos adolescentes. “Nós estamos dispostos a contribuir com o debate. Sei que temos essa responsabilidade como educadores, pois o número de adolescentes grávidas só aumenta, então precisamos ver onde estamos falhando e traçar novas estratégias”, considerou.
A secretária de Política para Mulheres do DF, Ericka Filippelli, disse estar honrada com o convite e considerou a diversidade dos representantes na reunião muito importante, pois, em sua análise, o tema merece mesmo a atenção das mais diversas pastas. “Precisamos dos esforços de todos. Só assim teremos números menos assustadores”, afirmou.
O debate seguiu com a palavra aberta aos demais participantes, e os encaminhamentos do evento serão divulgados em breve pela Comissão de Liberdade Religiosa.