Advogada lança livro sobre origens da Ceilândia e a luta de seus primeiros moradores - OAB DF

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DÉLIO LINS

Advogada lança livro sobre origens da Ceilândia e a luta de seus primeiros moradores

Brasília, 28/11/2013 – A advogada Milza d'Assunção Guidi lançará a obra “Incansáveis moradores da Ceilândia – Uma história de lutas”, no dia 3 de dezembro, a partir das 19h, no Carpe Diem (104 Sul). Milza iniciou o trabalho de advocacia em Brasília como integrante da Comissão de Direitos Humanos da OAB/DF, em 1981, e atuou em diversas causas populares.

No livro, a advogada conta a história dos primeiros moradores de Ceilândia, que foi formada por construtores de Brasília e nasceu da erradicação das invasões existentes em torno do Núcleo Bandeirante. Em março de 1970, já existiam 14.607 barracos que abrigavam 70.128 pessoas nas Vilas Tenório, IAPI, Esperança, Bernardo Sayão e Morro do Querosene.

À época houve grande preocupação dos órgãos públicos em remover essas pessoas, desencadeando a Campanha de Erradicação de Invasões (CEI), dirigida pela esposa do então governador do Distrito Federal, Hélio Prates da Silveira. De CEI originou-se o nome da cidade de Ceilândia.

A remoção teve início em 1971, com o consentimento dos moradores porque lhes foi oferecido um lote para morar. Em 1979, os novos carnês emitidos pela Terracap trouxeram um aumento de mais de 5.000% sobre o preço inicialmente estipulado, o que deu origem ao movimento dos Incansáveis Moradores de Ceilândia. “Os moradores sentiram-se traídos pelo Poder Público, que, beneficiando-se da infraestrutura conseguida em grande parte à custa do seu trabalho, passou a cobrar pelos lotes preço de mercado”, comenta a autora do livro.

Depois de tentarem resolver o problema de forma amigável, os moradores procuraram a OAB/DF, que nomeou como seus defensores os conselheiros Francisco Gomes Macedo, Luiz Carlos Sigmaringa Seixas e a advogada Milza Guidi. “Ingressamos com a ação em nome de 468 moradores, em 1980, com o objetivo de obrigar a Terracap a firmar com os moradores compromisso de compra e venda. Iniciou-se uma batalha que durou quase cinco anos e, finalmente, em 1984, o processo foi definitivamente julgado pela Seção Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e os Incansáveis Moradores da Ceilândia saíram vitoriosos”, diz Milza Guidi.

Reportagem – Tatielly Diniz
Imagem – Divulgação
Comunicação Social – Jornalismo
OAB/DF