Brasília, 29/09/2011 – Discursos inflamados marcaram a solenidade de entrega de carteiras a 72 novos advogados, ocorrida na manhã desta quinta-feira (29/09) no auditório da OAB/DF. O conselheiro federal da Ordem, Rodrigo Badaró, foi o paraninfo da turma. A cerimônia contou com a ilustre presença do ministro aposentado do STJ, Humberto Gomes de Barros, um dos mais renomados representantes da advocacia a ingressar na magistratura por meio do Quinto Constitucional.Gomes de Barros integrou o Conselho Seccional de 1969 a 1985, tendo presidido o primeiro encontro de advogados da capital e presenciado momentos marcantes para a entidade. “Me sinto em casa aqui. Advogar sempre foi meu objetivo de vida. A magistratura foi um período muito rico, de muita aprendizagem, mas nunca considerei não retornar à advocacia. Estar aqui me deixa muito emocionado”.O orador da turma, Kaio Marcellus de Oliveira Pereira, ressaltou o compromisso que os novos advogados devem ter com a instituição que defende e preserva as prerrogativas profissionais da classe. Também destacou que o exercício da advocacia não pode prescindir da observância do Código de ética e do Estatuto da Ordem. “A ética está para o direito assim como a alma está para o corpo. São elementos indissociáveis”.Rodrigo Badaró falou aos compromissandos sobre os desafios da atualidade. “As senhoras e os senhores nascem aqui como advogados em meio a uma revolução tecnológica promovida pelo processo eletrônico, em meio a discussões de extrema importância quanto à mudança do Código de Processo Civil, do Código Penal e do Código Florestal. Também presenciam mudanças radicais nos costumes, como a questão da diversidade sexual, já enfrentada inclusive pelo Supremo”.O presidente da OAB/DF, Francisco Caputo, encerrou a cerimônia destacando a contribuição do ministro Gomes de Barros para o desenvolvimento da Justiça no Brasil e elogiou os oradores que o precederam. Retomou a questão da ética. “Não podemos admitir dividir os balcões da Justiça com profissionais que mancham a reputação de nossa classe. Ao assumirmos a direção desta Seccional, recebemos o nosso Tribunal de ética com mais de seis mil e oitocentos processos, mais de mil deles sem despacho inicial, vários processos julgados e não executados e vários sendo arquivados por prescrição. Isso faz parte de um passado que jamais voltará a esta Casa, pois nossa categoria não mais tolera mais a impunidade”.Reportagem – Demátrius Crispim FerreiraFoto – Valter ZicaComunicação Social – JornalismoOAB/DF