Brasília, 28/4/2016 – Não há alternativa ao advogado militante além da prática permanente do estudo e o empenho para manter-se atualizado. Não só as leis e a jurisprudência mudam, como a própria prática do advogado sofre transformações o tempo inteiro. Essa foi a tona dos discursos e manifestações em solenidade de entrega de carteiras a novos advogados realizada pela Seccional da OAB do Distrito Federal nesta quarta-feira (27). O orador da primeira turma, Hugo de Assunção Nóbrega, destacou que valores como trabalho, dedicação e qualificação profissional sempre foram determinantes para o sucesso profissional. “O trabalho deve ser realizado com o intuito de alcançar a máxima excelência, sempre com determinação e empenho que demonstrem a nobreza da advocacia, fazendo jus a em desempenhar função tão essencial à Justiça”, disse.
No mesmo sentido, o presidente da Seccional, Juliano Costa Couto, orientou os novos advogados a sempre se atualizar. “Tudo muda o tempo todo, um exemplo é o novo CPC. A gente se adapta, estuda e toca em frente. No Brasil, independente do número, todos são tão advogados quanto nós”, disse. “Vocês serão atores que ocuparão o papel mais importante na sociedade. Esse termo que vocês prometeram garante a proteção da sociedade. Não tenham dúvida de que cumprirão com êxito essa tarefa”.
O paraninfo da primeira turma, que também é pai do orador, o advogado Airton Rocha Nóbrega, colocou em destaque as dificuldades da fase inicial do exercício da advocacia. Ele também insistiu sobre a necessidade de empenho e estudo por parte dos novos advogados, especialmente em relação a mudanças nas leis e o avanço na jurisprudência. “O advogado que falha em acompanhar essa atualização enfrenta grandes dificuldades para avançar na profissão”.
A oradora da segunda turma, Fernanda Brito Lopes, pontuou que os novos advogados não podem se deixar abater pelas adversidades diárias, “tão menos pelos atos antidemocráticos que tentam manchar a imagem desta instituição, não é a primeira vez que somos atacados e, seguiremos, mesmo assim, de cabeça erguida lutando pelos ideais democráticos e pela boa convivência e sociedade”.
O paraninfo da segunda turma, o conselheiro Divaldo Theophilo aconselhou aos novos advogados exercer a profissão com independência e sem receio de desagradar às autoridades. Como exemplo, o conselheiro citou os advogados criminalistas, que frequentemente recebem críticas das autoridades policiais e do Ministério Público, que se mostram “insensíveis” a atuação dos defensores. “A ética do advogado pertence ao cliente, a partir do momento em que, após a análise de causa, ele decide aceitá-la”, afirmou. “Os que se dedicarem à advocacia criminal, tal qual faço há 40 anos, enfrentarão muitas lutas e terão muitos reparos a fazer à investigação criminal”. O conselheiro encerrou seu discurso exortando os novos advogados a manterem o código de ética como “seu livro de cabeceira”.
Ainda compuseram mesa a vice-presidente Daniela Teixeira, o secretário-geral Jacques Veloso, o secretário adjunto Cleber Lopes, o presidente da Subseção do Núcleo Bandeirante Sebastião Duque, o ex-presidente Everardo Gueiros, o conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público Otávio Brito Lopes, os conselheiros Seccionais Wesley Bento, Fernando Martins, Hamilton Amoras e Hellen Falcão e o membro da Comissão de Direitos Humanos Fábio de Sá.
Confira, abaixo, entrevistas com os oradores:
Hugo de Assunção Nóbrega, orador da primeira turma
Por que você escolheu ser advogado?
Minha família é toda de advogados. Tanto que meu pai foi o paraninfo. Ele é advogado pelo tempo que tenho de vida. Desde o início da minha vida, fui encaminhado a seguir a advocacia. Sim, desde menino. Via meu pai de terno e gravata, às vezes ia ao tribunal com ele, ou o acompanhava ao CNPQ, onde ele trabalhava na área jurídica, e desde pequeno fui vendo a advocacia como meu caminho. Meu primeiro emprego foi no escritório do meu pai.
Como você se vê profissionalmente daqui a 10 anos?
Seguindo o que meu pai sempre me ensinou, me vejo crescendo na advocacia. Quero seguir a carreira de advogado no escritório da família. Como já estou lá há muito tempo, vejo o crescimento do escritório como crescimento familiar. Lá eu tenho a oportunidade de levar clientes e de continuar utilizando a experiência que já adquiri. Quero seguir a área Trabalhista, que é a principal do escritório. Eu, pessoalmente, gosto muito de Direito do Consumidor e Direito de Família. Mesmo meu pai me aconselhando a “fugir” um pouquinho de direito de família, pois há muitas brigas, é uma área que eu gosto bastante. São basicamente estas três.
Qual o papel da Ordem na sua jornada profissional?
Para mim, o trabalho da Ordem é fundamental. Desde que comecei a usufruir o que a Ordem proporciona, como estagiário, me senti auxiliado de uma forma que nunca vi igual em outra profissão. Há o acesso aos tribunais por meio de vans, sem que o advogado tenha que se preocupar se com vagas de estacionamento, disponibilizam os computadores para acesso a e-mails e petições, impressões de documentos. Para mim, a Ordem ajuda muito e tem só melhorado.
Fernanda de Brito Lopes, oradora da segunda turma:
Por que você escolheu ser advogada?
Pela beleza da profissão, poder ajudar outras pessoas a resolver seus problemas. É uma questão que chega a ser humanitária, você se doar e doar seu conhecimento. Trabalhar com os problemas dos outros e resolvê-los é gratificante. Não chega a ser como a profissão de médico, mas é tão importante quanto. Os problemas cotidianos sempre estressam muito as pessoas e a advocacia as ajuda a enfrentar os problemas do convívio em sociedade.
Como você se vê profissionalmente daqui a 10 anos?
Eu acredito que terei muito sucesso na profissão. Quando se escolhe fazer o que se deseja, o sucesso é garantido. Eu penso em ter escritório próprio. No começo, acho importante trabalhar em um escritório particular, porque se aprende muito, técnicas de liderança, convívio, trabalho em equipe. Mas, meu desejo é ter o meu próprio escritório. Gosto muito das áreas de Direito Administrativo e Trabalhista, e gostaria de seguir estas linhas.
Qual o papel da Ordem na sua jornada profissional?
Extremamente importante, visto que a profissão é regulada por eles. Eu acredito que o papel da Ordem é ajudar o advogado a fazer o seu trabalho, ter segurança, ter regras específicas que regulam a profissão e fazem com que tenhamos um melhor convívio com outros profissionais, inclusive
Comunicação social – jornalismo
OAB/DF