Um ato de honestidade e generosidade mudou o início do ano de dois advogados. Na última sexta-feira (26), o advogado José Araújo da Silva Junior encontrou R$4.152 dentro de um envelope na Sala de Apoio ao Advogado Iniciante do Edifício Assis Chateaubriand. O envelope havia sido esquecido pelo advogado Sérgio Tamanini, que era responsável por acertos financeiros de colaboradores de uma empresa.
Jose Araújo esteve na sala dos advogados na sexta-feira (26) para conversar com uma cliente, já no fim do expediente. “Eu tinha ganhado a causa da cliente e estava questionando o recebimento dos honorários. Ela me disse que não tinha condições. Depois disso, estávamos conversando sobre outros assuntos e decidi abrir o gaveteiro. Foi aí que encontrei o envelope com o nome Gilsonei”, comentou ao dizer que contou com a ajuda e testemunho da cliente para computar o dinheiro.
Depois de conversar com a secretária da sala e procurar pelo nome em mídias sociais, José Araújo decidiu procurar ajuda da OAB/DF. Ao se dirigir à Seccional, o advogado foi recebido pelo presidente Juliano Costa Couto que o orientou à formalizar a entrega da quantia à secretaria administrativa.
“Deixei meu contato com a secretária da sala e resolvi vir à nossa Casa [OAB/DF], que eu sei que acharia o dono. Para mim esse dinheiro faria muita diferença, imagina para quem perdeu”, ao completar: “o fato de estar passando por dificuldades financeiras não me dá legitimidade para me apropriar do que não é meu”.
Na segunda-feira (29), Tamanini entrou em contato com a sala e foi comunicado que o envelope estava com a Seccional. A secretaria administrativa confirmou os dados e marcou o encontro dos advogados na terça-feira (30), na sede da OAB/DF.
Ao se recordar do fato, Tamanini conta que esqueceu o envelope na quinta-feira (25), mas como fez o acerto de vários colabores e esse não compareceu, acabou se esquecendo. “No sábado foi que me dei conta de que havia deixado o envelope na gaveta da sala. Não tinha o contato da secretária e torci para que o envelope ainda estivesse na gaveta”, disse. “O que mais doeu foi a perda, o que me causou muita angústia”, contou ele que já havia estudado uma forma de restituir a cliente, o que afetaria seu financeiro por alguns meses.
“A sensação de reaver o dinheiro foi muito boa. Eu senti crise de choro na segunda-feira. Estou extremamente aliviado. Eu sempre tive um carinho e respeito por ele. Esse ato só vem reforçar que ele é uma pessoa de conduta ilibada e reta”.
O presidente da OAB/DF, Juliano Costa Couto, exaltou a atitude do colega José Araújo. “A vida é feita de atos e exemplos. Dr José Araújo deu um grande exemplo de honestidade hoje, como tanto precisamos no Brasil”.