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O primeiro curso de inovação na advocacia do CARREIRAS TEC: Casos Práticos de Tecnologia Aplicada aos Serviços Jurídicos chegou ao final nesta semana, com o concurso do Melhor Projeto de Tecnologia Aplicada aos Serviços Jurídicos premiando duas propostas inovadoras.
O primeiro lugar trouxe ao grupo premiado mais conhecimento: uma bolsa da Finted e Jusbrasil de Gestão Jurídica e Ciência de Dados, com carga de 10 horas, que terá início a partir de 20 de maio próximo. O grupo segundo colocado recebeu uma assinatura semestral do Jusbrasil PRO.
EXAMINANDO OS ALUNOS
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Julia Amaral (foto), Head de Comunidade do Jusbrasil, participou da banca examinadora, acompanhando oito dos 10 trabalhos apresentados na conclusão do curso: “Foram dois dias intensos! Os grupos levaram o curso muito a sério, preparam-se e trouxeram soluções realmente inovadoras, para serem aplicadas de fato. Solucionaram problemas com ideias concretas, bons fundamentos, considerando valores e tempo de desenvolvimento. Super alto nível”, resumiu.
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A mentora do grupo vencedor, Gabriela Marcondes (foto), advogada há 12 anos e que estagiou desde o início da graduação, portanto tem 17 anos de mercado, disse que “Carreiras TEC é um projeto incrível, revolucionário”. Segundo ela, os alunos foram extremamente engajados: “eles têm gás”. Além de mentora, Gabriela deu aula sobre Organização e Prática Cível.
Na condução do grupo vencedor, Gabriela pontuou a eles que pensar a solução era fundamental, mas, também, não poderiam descuidar de que “vender a ideia do produto era questão-chave”. Ela conta que fez ver aos alunos a importância de pensar os custos, os benefícios, o atendimento aos clientes. Incentivou que fizessem uma apresentação muito agradável e envolvente ao ponto de que quem ouvisse ficasse convencido de que valeria a pena investir e comprar a solução. “Foi uma preparação parecida com Shark Tank“. Deu certo: o grupo faturou o primeiro lugar.
AS PROPOSTAS CAMPEÃS
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Em primeiro lugar, recebendo a bolsa de estudos do Jusbrasil de Gestão Jurídica e Ciência de Dados, estavam Luiza Malheiro (foto) e mais seis colegas de curso. “Chegamos sem saber muito bem o que viria ser. Passamos por uma parte teórica robusta, fundamental, com a apresentação de carreiras e de várias ferramentas e soluções tecnológicas. Isso ampliou nossos horizontes. Depois fomos para o desafio prático: refletir sobre as dores nos escritórios de advocacia, escolher a prioridade, e propor a solução”, explicou a jovem advogada, que atua no mercado desde 2019.
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O problema enfrentado pelo grupo da Luíza foi a baixa eficiência operacional da atividade exercida pelos setores de proteção e privacidade de dados de escritórios de advocacia, especificamente nas equipes jurídicas que analisam contratos para a adequação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
“Focamos nessa questão, e trabalhamos para pensar na resolução. Desenvolvemos uma possibilidade que é usar ‘databot’ – tecnologia que é revolucionária, usa a inteligência artificial e é capaz de analisar, em pouco tempo, um volume preciso de contratos. Identifica os dados coletados, analisa o contrato quanto à proteção de dados, separa por temas. É uma visão corporativa, panorâmica do mercado, que analisa riscos, e assim ajuda muito os advogados a terem mais tempo para a real atividade de pensar as causas. Em resumo: um software que utiliza de automação e inteligência artificial”, contou Luíza.
Além disso, o grupo campeão propôs um fluxo de trabalho, para que o profissional da advocacia não se perca ao longo das tarefas a serem desenvolvidas. “Cada contrato tem sua especificidade. Alguns são mais complexos, outros mais simples. Assim, o ‘databot’ separando os contratos, daria um resultado para que o trabalho intelectual fosse de fato aplicado de modo mais prático, rápido e eficiente. Qualidade de tempo é o resultado desse fluxo, visão estratégica de dedicar o tempo ao que interessa”, detalhou Luíza.
O que ficou demonstrado é que o trabalho repetitivo e maçante pode ser feito pelo ‘databot’, mas isso não significaria necessariamente desempregar, e sim potencializar a função do escritório. Seria possível desenvolver o projeto? Luíza tem certeza que sim e entende que demandaria uma equipe multidisciplinar. “Vencemos o concurso porque nos dedicamos e ao longo do projeto aprendemos muito. A bolsa que ganhamos é um prêmio muito especial e que nos trará mais aprendizados. Estou muito feliz”, finalizou.
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Em segundo lugar, recebendo a assinatura semestral da Jusbrasil PRO, veio o grupo de Raquel P. Corazza (foto), uma advogada que atua em consultoria empresarial há 20 anos e, no curso, dividiu conhecimentos e aprendeu com colegas da jovem advocacia.
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“Ficamos em segundo lugar por uma margem bem apertada, o que mostra como foi competitivo o concurso: 0,04 de distância do grupo primeiro colocado. A nota deles foi 8,85 e a nossa 8,81, numa competição em que foram avaliados o projeto escrito, a apresentação oral e tivemos a votação dos colegas participantes do curso. Muito justos os critérios adotados”, comentou Raquel.
A dor identificada por esse grupo para ser tratada na gestão de um escritório é a dificuldade para despachar com juízes, desembargadores, ministros, problema agravado com a pandemia. “A nossa resposta é muito simples e usa soluções gratuitas no mercado de trabalho. São tão fáceis de usar que demorei 15 minutos para explicar como fazer em nosso escritório: trabalhar com QR Code em petições escritas e hiperlinks para dar acesso a um vídeo em que a advogada ou o advogado faz um memorial descritivo do caso, resumindo o que falaria ao magistrado em despacho presencial”, esclareceu a advogada do time vice-campeão.
Na compreensão de Raquel, essa solução implicaria mudança de cultura nos escritórios e seria interessante para os juízes. “Consultamos e percebemos que desafogaria a agenda de atendimentos. No entanto, nada obrigaria o Judiciário a adotar essa solução. Daí sugerimos aos coordenadores do curso levar uma proposta à OAB/DF para que a Seccional recomende ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) normatizar esse procedimento. Comunicação não é só a escrita no processo. É muito importante o vídeo, pois nele teremos a vida real apresentada de modo eficiente”, detalhou Raquel.
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Texto: Montserrat Bevilaqua
Comunicação OAB/DF