Oitenta e seis novos advogados e advogadas foram saudados, na manhã desta quarta-feira (19/2), no auditório da OAB/DF, em uma cerimônia marcada pela emoção entre pais e filhos. O orador da turma, Caio Neno Silva Cavalcante, recebeu a carteira das mãos de seu pai, Ophir Filgueiras Cavalcante, presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil durante o triênio 2010/2013.

Da mesma maneira, o jovem advogado Mateus Frota Carmona recebeu a carteira das mãos de sua mãe, a conselheira Selma Carmona, presidente da Comissão de Combate à Violência Doméstica e Familiar da Seccional. A carteira do novo advogado Pedro Henrique Magalini Almeida Zago também foi entregue pelo pai, Aldo Zago, ex-diretor do Clube dos Advogados do Distrito Federal. Outros jovens fizeram questão de subir ao palco ao lado dos pais para receber o documento, que confere aos profissionais do Direito a permissão para advogar.

“Os senhores e as senhoras conferiram aos seus filhos e filhas aquilo que é mais importante para um pai e uma mãe deixarem aos seus descendentes: a educação. Sem ela, nós não conseguiríamos transformar a sociedade. Essa vitória, portanto, também é dos senhores”, saudou Ophir Cavalcante em seu discurso como paraninfo da turma, pedindo uma salva de palmas aos familiares e ressaltando a emoção por falar na condição de pai e de ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Pará e do Conselho Federal.

Ophir Cavalcante enfatizou aos jovens advogados e advogadas a força do Artigo 133 da Constituição Federal, que considera a advocacia indispensável à administração da justiça. “Ele deve ser lido com a missão de transformação da sociedade brasileira e sobretudo de conservação da democracia do país. O compromisso que vocês assumem hoje não é só com os senhores ou com seus clientes, mas com a sociedade brasileira, com ordem jurídica deste país e sobretudo com a democracia, para que ela continue pujante e viva”, disse.

Agentes de mudança
Transformação foi a tônica do discurso de seu filho, Caio Neno Silva Cavalcante, que levou à solenidade uma pergunta que, segundo ele, o perseguiu durante toda a faculdade de Direito: qual é realmente a função do advogado? “Minha resposta é de que, na verdade, a função da advogada e do advogado é simplesmente transformar. A advogada e o advogado são agentes de mudança da ordem jurídica e social vigente”, disse.

O questionamento, contou ele, surgiu da leitura dos artigos 92, 126, 127, 133 e 134 da Constituição Federal, que determinam a função do juiz, do promotor e do defensor, mas não a do advogado. “O aprendizado mais marcante, para mim, foi chegar à conclusão de que o Direito pode ser, em igual medida, tanto um instrumento de transformação, quanto de conservação”, apontou. “Mesmo quanto aos direitos e garantias fundamentais, é a ação transformadora da advogada e do advogado que lhes confere eficácia e possibilita sua conservação”, argumentou. “Nós, advogados, temos o dever de sermos agentes de transformação social”, convocou.

Mateus Frota Carmona, que também recebeu a carteira das mãos de sua mãe, comentou após a entrega do documento seu gosto pela advocacia. “Adoro advogar e vejo que o papel do advogado deve ser o de buscar a conciliação, o menor número possível de litígios”, disse ele, que encontrou inspiração na escolha da carreira não só na mãe, mas também em tios que seguiram o Direito. “Advogar é um privilégio e é uma emoção enorme falar isso a vocês”, afirmou a mãe de Mateus Carmona, Selma Carmona, que também deixou uma mensagem aos novos advogados e advogadas. “Estudem sempre e aproveitem tudo o que o OAB/DF propicia para que vocês possam ter uma carreira de sucesso”, aconselhou.

O presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva Junior, encerrou a solenidade pedindo novamente uma homenagem aos pais. “Sem eles, vocês não estariam aqui”, disse. “Que siga com vocês esta alegria que vejo nos olhos de todos aqui”, afirmou.