XVII ENJA: Diálogos com a magistratura

A integração entre a cooperação entre a advocacia e a magistratura foi o principal assunto debatido durante o painel “Diálogos com a Magistratura”, no XVII Encontro Nacional da Jovem Advocacia. Durante cerca de uma hora, o juiz assistente do Tribunal de Justiça dos Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Daniel Carnachioni, e a juíza de Direito do TJDFT Lilia Simone Vieira deram instruções aos jovens advogados sobre como devem se portar no exercício da atividade profissional.

O painel foi aberto pelo diretor social do Instituto Brasileiro de Direito de Família do Distrito Federal (IBDFAM/DF), Leonardo Carvalho. “O advogado precisa ter um bom trânsito nos tribunais, nos cartórios. Ele também precisa saber se comunicar bem. A forma como o advogado se porta para solicitar uma audiência com magistrados, para requerer a entrega de um memorial, pode ser entendido como um diferencial. Trate os servidores e funcionários dos órgãos que frequenta com respeito e educação. Essas regras eu trago desde quando fui estagiário”, orientou.

Na sequência, o juiz Daniel Carnachioni alertou que o advogado deve, em qualquer fase da carreira, buscar sempre estar atualizado. “O juiz vai respeitar o advogado que tem conhecimento jurídico e conhecer o Direito não é saber artigo de lei. É muito mais do que isso. O mundo passou por grandes transformações e o profissional do Direito precisar estar atento a tudo. Vocês, jovens, que estão ingressando agora no mercado de trabalho, têm que estudar. Não parem de estudar nunca. Estejam sempre atualizados e essa atualização vem com estudo, com conhecimento”.

Ele destacou que o advogado não precisa ter medo de procurar o magistrado para tratar de aspectos importantes do seu processo. “Não tenha receio de discordar do juiz, do promotor. Você precisa, no entanto, saber se portar durante um despacho, uma audiência, uma sustentação oral. Não se deixe levar pela emoção do seu cliente no momento de despachar com o magistrado. O juiz não respeita o advogado que deixa seu cliente tomar conta da audiência”, alertou.

A juíza Lilia Simone Vieira reforçou a necessidade de preparação do advogado para o contato com a magistratura. “Ao demonstrar conhecimento, o advogado cativa a atenção do juiz. Isso demonstra seriedade e capacidade profissional. É essencial conhecer do Direito e do processo em que está atuando”, advertiu.

A magistrada ainda ponderou a importância da comunicação bem feita entre as partes. “A melhoria da comunicação entre juízes, promotores, defensores e advogados gera evidentes benefícios para todos os envolvidos, em especial, para o jurisdicionado. Essa aproximação é fundamental para o funcionamento cada vez melhor, integrado e regular da justiça”.