OAB celebra Dia da Consciência Negra com palestra - OAB DF

“Ser inclusivo, ser plural, ser independente,
ser uma referência no exercício da cidadania.”

DÉLIO LINS

OAB celebra Dia da Consciência Negra com palestra

Consciência Negra2Em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), a Seccional da OAB/DF, por intermédio da Comissão de Igualdade Racial, realizou palestra intitulada “Justiça e Racismo”. O desembargador Paulo Sérgio Rangel do Nascimento, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), foi o palestrante da noite e falou sob o aspecto da visão histórica do direito do negro no Brasil.

“É importante abordarmos o aspecto histórico desse racismo, como é que construímos esse racismo na sociedade. Nós estamos em pleno século XXI, 2016, e ainda temos pessoas que acham bonito, ou não, chamar o outro de macaco, negrinha fedorenta e diversos outros chamamentos discriminatórios”, ressaltou o jurista.

Consciência NegraNa visão do desembargador, a escravidão perdura, tendo mudado apenas o contexto e a forma. “Escravizam até hoje, basta olhar o sistema penitenciário, basta olhar os tribunais do país. Na Universidade UERJ somos uns 300 professores e eu sou um dos únicos professores negro de Direito. Eu não vejo como nós termos um mundo diferente sendo indiferente às pessoas”, afirmou.

O presidente da Seccional, Juliano Costa Couto, que realizou a abertura do evento, ressaltou que palestras como a do desembargador Paulo Rangel costumam ser “verdadeiras aulas”. “Paulo Rangel é um homem com uma história de vida maravilhosa. Resiliência, persistência e sabedoria são algumas das grandes características desse desembargador”.

Consciência Negra3A presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB/DF, Indira Quaresma, ressaltou que a data não poderia ser melhor representada na Seccional do que com a palestra do desembargador. “Nós não poderíamos deixar essa data passar em branco e fizemos essa decisão acertada de trazer uma pessoa com uma história de muito talento”, elogiou.

O promotor de Justiça do Distrito Federal, Thiago André Pierobom de Ávila, afirmou que em pesquisa realizada pelo órgão, onde foram abordadas questões sobre racismo, homofobia, intolerância religiosa e outras discriminações, 96% dos casos foram relacionados à pessoas negras. “Realmente, o racismo no Brasil é um problema estrutural, vem da nossa herança do colonialismo, vem da escravidão e está enraizado nas relações sociais brasileiras”.

Consciência Negra1Presente no evento, o subsecretário da Igualdade Racial do Distrito Federal, Victor Nunes, apresentou projetos que estão desenvolvendo no âmbito de política sociais no Distrito Federal. “A educação é o caminho para transformação social e é nesse pilar que a gente vem fundamentando as nossas políticas de igualdade racial no DF”, ressaltou.

Fizerem parte da mesa, além dos já citados, a vice-presidente da Seccional, Daniela Teixeira; Andressa Ferreira Barbosa, representando a Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sedestmidh); Jonas Rodrigues da Silva Júnior,da Fundação Palmares; e Olavo José Viana, representante da OAB no Conselho de Defesa dos Direitos Negro do Distrito Federal.