Persistência profissional é destaque em entrega de carteiras - OAB DF

“Ser inclusivo, ser plural, ser independente,
ser uma referência no exercício da cidadania.”

DÉLIO LINS

Persistência profissional é destaque em entrega de carteiras

As solenidades de entrega de carteiras da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB/DF) realizadas na última sexta-feira (9) foram marcadas pela importância da persistência pessoal quando se busca o sucesso profissional. Em ambas, os paraninfos ressaltaram a necessidade do estudo, da dedicação e da paciência no decorrer da carreira como advogado.

entrega de carteiras 9hs 09-09-2016 065Na parte da manhã, o presidente do Instituto dos Advogados do Distrito Federal (IADF), José Leite Saraiva Filho, paraninfo da turma, alertou aos novos advogados que, nesta profissão, é difícil pensar em aposentadoria. “Caminham com as senhoras e os senhores 1 milhão de profissionais [o número corresponde à estimativa de advogados em pleno exercício no país]. Daí porque os obstáculos agora são muitos”, disse. “Os atalhos são os da desgraça, são os desvios que transformam as garantias que a nossa profissão tem, em nome da cidadania, nos caminhos da desgraça. Não há atalho, existem oportunidades que a vida oferece, para alguns diferentes do que para outros”.

Sobre carreira e sucesso, Saraiva Filho parafraseou Ariano Sussuna ao falar a diferença entre êxito e sucesso. “O sucesso está permeado de valores e ideias alheias à nossa própria realização, como fama e poder. O advogado que têm êxito, não é necessariamente o advogado que tem dinheiro, não é o advogado que tem fama, é o advogado que alcança o resultado do respeito daqueles do qual ele apresenta o exercício da sua profissão. Por isso nós temos vários advogados que têm êxito na defesa dos direitos humanos, na defesa dos direitos da mulher, na defesa dos direitos das minorias”, destacou.

entrega de carteiras 17hs 09-09-2016 054Já na cerimônia realizada à tarde, o paraninfo Marcelo Henriques Ribeiro de Oliveira, ex-conselheiro federal pela OAB/DF e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lembrou que em 1986 esteve na Casa para receber carteira e foi orador da turma à época. Ao aconselhar os jovens advogados, Ribeiro destacou que Brasília é o melhor lugar do Brasil para se advogar por reunir os tribunais superiores. “Há espaço para novos advogados atuando. Mas se você quiser atuar em grandes causas, tem que se preparar”, afirmou.

O ex-ministro também destacou que é preciso uma boa dose de persistência. “Tem que ter paciência. Eu sou filho de juízes que atuavam aqui, meu avô também era juiz, e para pagar as despesas do meu escritório eu levei mais de cinco anos. Foram uns oito anos para começar a ganhar dinheiro. É uma profissão muito bonita, terão problemas, mas depende muito da própria pessoa se dedicar, estudar, circular, e procurar fazer parte dessa engrenagem que é o Judiciário e a advocacia”.

Para o orador da primeira turma, Edson Ferreira dos Santos, não há como falar em justiça deixando à margem o advogado, que é o pilar da Ordem Social e do Estado Democrático de Direito. “Não me intimido em falar que somos a personificação da justiça”, disse ao completar: “Somos os defensores dos cidadãos, das empresas, da família, das obrigações. Somos a voz que pode ser ouvida pelos julgadores. Somos os que atacam e defendem as afrontas aos direitos”.

A paraninfa da segunda turma, Heloisa Meirelles Bettiol, contou que nasceu em uma família de advogados e que, graças aos exemplos que tinha em casa, desde de pequena sabia qual seria sua profissão. Para ela, o mais nobre objetivo de um advogado é ser responsável por resguardar os direitos de todos. “Nós temos a oportunidade de começar algo novo. É possível construir uma imagem cada vez mais positiva, zelando pela ética, caráter e respeito ao próximo”, disse a oradora. Heloisa também citou o novo Código de Ética da Advocacia como uma das belezas da profissão.

entrega de carteiras 9hs 09-09-2016 018O presidente da OAB/DF, Juliano Costa Couto, destacou que os jovens advogados passam a ser olhos e ouvidos da Ordem. “Nós somos o primeiro juiz da causa, a nós cabe a primeira avaliação. A sinceridade e a lealdade com o cliente é o primeiro passo para que vocês tenham sucesso. Vossas Excelências saíram com um papel social mais importante do que quando entraram devido ao juramento que prestaram. Vocês têm um papel mais importante no palco da vida brasiliense”, disse o presidente.

Costa Couto defendeu que “a ética é o caminho a ser seguido. Não há atalho, na vida não há. Advogar é muito mais difícil do que fazer concurso público. A Paixão é nosso combustível e a vontade de ganhar é o que mantém a chama acesa”, disse o presidente ressaltando que é necessário trabalho duro para que haja crescimento e reconhecimento profissional.

entrega de carteiras 17hs 09-09-2016 004Além dos citados acima, também compuseram mesa na primeira cerimônia do dia o diretor-tesoureiro Antonio Alves; o presidente da Subseção do Núcleo Bandeirante, Sebastião Duque; o presidente da Subseção do Gama e Santa Maria, Amaury Andrade; o diretor-tesoureiro da Subseção de Taguatinga Antonio de Jesus; o secretário-geral da CAA/DF Maxmiliam Patriota; os conselheiros Ildecer Amorim, Antonio Rodrigo, Jackson Domenico, José Domingos; o vice-presidente da Comissão de Direito das Famílias João Paulo de Sanches, o advogado Clementino Contreiras.

Ainda compuseram mesa o conselheiro federal Severino Cajazeiras, o vice-presidente da Subseção do Núcleo Bandeirante, Rodrigo Bezerra, o corregedor-geral adjunto do Conselho Federal Erik Bezerra, os conselheiros Flavia Amaral, Silvia Andrea, Carlos Augusto Bezerra, Elisio Freitas, Erich Endrillo, Fernando Assis, Alexandre Queiroz, Wanderson Menezes, e o advogado Luiz Carlos Bettiol.

A equipe de comunicação conversou com os oradores sobre planos e desafios, confira a seguir:

entrega de carteiras 9hs 09-09-2016 033Edson Ferreira dos Santos:

Por que você escolheu a advocacia?
Já fui servidor público e corretor de imóveis. Vim de uma família muito humilde, morei na roça e para mim é uma vitória muito grande chegar aqui. Ser advogado é um sonho de criança. Tive que passar por outras profissões para chegar até aqui, uma vez que meus pais não tinham como me ajudar.
Como você se vê profissionalmente no futuro?
Quero continuar sendo quem sou, ética acima de tudo, pessoa simples lá do interior, mas sempre buscando meu objetivo de crescer profissionalmente e intelectualmente. Pretende ter meu escritório, vários outros colegas que passaram antes de mim já montaram. Estarei trabalhando com eles no início até que eu possa conseguir ter meu escritório. Optei pelo Direito Tributário por ser uma área com poucos especialistas.

De que forma a Ordem pode influir na sua jornada?
Eu vejo a Ordem como uma instituição muito respeitada. A gente não vê questionamentos, falhas, a Ordem está sempre ligada com a justiça social, com a democracia, com a sociedade.

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Heloisa Meirelles Bettiol:

Por que você escolheu a advocacia?
Foi uma questão de vocação. Eu cresci neste meio, eu sempre tava presente quando o meu pai estava trabalhando, sempre gostei deste ambiente de escritório, sempre olhei para os advogados com admiração. É aquela coisa, você nasce e sabe o que você quer. Eu nunca pensei em outra profissão, então foi uma questão de vocação mesmo.

Como você se vê profissionalmente no futuro?
Sendo advogada. Eu sempre quis ser advogada então eu me vejo trabalhando ou no escritório da minha família, e como ninguém sabe o que pode acontecer, talvez eu trabalhe em outros lugares, mas definitivamente advogando.

De que forma a Ordem pode influir na sua jornada?
A Ordem dos Advogados é um apoio. É muito bom você ter um ciclo de advogados, um ciclo de pessoas que compartilham das mesmas situações que você. Enfim, eu acho que é um tipo de proteção você fazer parte da Ordem.