O penúltimo painel do XVII Encontro Nacional da Jovem Advocacia foi sobre o impacto da inteligência artificial na advocacia. O mundo jurídico, ano após ano, é o mais atingido pela tecnologia. Automação de tarefas, gestão de processos mais eficiente, exercício da profissão de forma mais assertiva, robotização da advocacia e análises de dados referentes ao Poder Judiciário foram discutidos pelos doutores Ricardo Fernandes e Ivar Hartmann.
O primeiro palestrante, Ricardo Fernandes, abordou quais aplicações que os advogados estão em busca e o que os tribunais estão construindo para aplicar. “A inteligência artificial é uma tecnologia que está nas universidades e no mundo inteiro. Hoje em dia, 80% é tecnologia e 20% é do Direito, mas esse 20% é essencial, porque somos nós quem ensinamos a máquina”.
De acordo com Fernandes, o objetivo é que a jovem advocacia possa entender e se preparar para esse novo mercado de atuação. “Espero que vocês se interessem sobre o assunto e se juntem com outros advogados pesquisadores. Quanto mais a tecnologia se desenvolver, mais o país estará para frente”, alertou.
Ivar Hartmann trouxe três exemplos práticos de alunos de graduação no Direito envolvidos com a inteligência artificial. O primeiro era um software que gera petições de Habeas Corpus. O segundo, uma ferramenta de inteligência artificial que auxilia os alunos para estudarem o Exame de Ordem com provas antigas. E, por fim, o Due Diligence, que é um software que aprende com inteligência artificial.
“Essas três iniciativas que eu citei para vocês, além de todas terem sido feitas por alunos de graduação de Direito, demonstram a diversidade que há no potencial da inteligência artificial. Se vocês pensam em fazer uma pós-graduação, considerem fazer em estatística, programação, ciência de dados e empreendedorismo. Esses temas estão em ascensão no mundo digital. Vocês devem fazer a diferença no mercado de trabalho para que se destaquem”, aconselhou.