Estefânia fala sobre o papel da mulher e sobre advocacia - OAB DF

“Ser inclusivo, ser plural, ser independente,
ser uma referência no exercício da cidadania.”

DÉLIO LINS

Estefânia fala sobre o papel da mulher e sobre advocacia

Um concerto da pianista Jacy Toffano abriu na segunda-feira (2) o 6º Encontro de Qualidade de Vida de Mulher para Mulher, apresentado por Lúcia Garófalo, proprietária da rádio Super Brasília FM. Foi uma tarde dedicada às dimensões do “fazer” feminino e dos papéis da mulher na sociedade. A presidente da OAB/DF, Estefânia Viveiros, abordou o tema Ser mulher à frente de uma organização tradicionalmente dirigida por homens há 47 anos.

A abertura do evento foi feita pela presidente do Instituto Brasileiro de Qualidade de Vida, Elizabet Garcia Campos, e pela embaixatriz de Portugal, Isabel Eça de Queiroz, anfitriã do encontro. Em sua palestra, a presidente da OAB/DF falou das dificuldades enfrentadas desde que assumiu a direção da entidade. Estefânia contou que no início sofria um preconceito triplo, por ser jovem, nordestina e mulher. “Tudo isso a gente retribui com competência, trabalho e inteligência”, disse Estefânia, que hoje, à frente do seu segundo mandato na OAB/DF, já é reconhecida pela atuação em defesa das prerrogativas dos advogados e pela gestão eficiente da Ordem. Ao final da palestra, a advogada foi aplaudida de pé por quase 300 mulheres. Antes de encerrar a exposição, Estefânia lembrou das conquistas de suas conterrâneas. Única mulher eleita presidente de uma Seccional da OAB nas eleições de 2003, Estefânia Viveiros lembrou sua origem, o Rio Grande do Norte, berço de inúmeras lideranças feministas. Ela destacou, dentre outras, Nísia Floresta, poetisa do Século XIX, autora do primeiro manifesto feminista no mundo; e Celina Guimarães, a primeira mulher a votar na América do Sul, em 1927. A advogada também afirmou que a platéia era privilegiada por ter consciência dos direitos e deveres de um cidadão. No entanto, na análise de Estefânia, grande parte da população brasileira não possui essa compreensão. “Se todos fossem conscientes e não houvesse preconceito contra a mulher, não haveria necessidade de leis como a Lei Maria da Penha”, afirmou. Após a palestra, foi ministrado um painel sobre as várias dimensões do fazer feminino. Participaram a presidente da ONG Vida Positiva, Vicky Tavares, a diretora-geral do Iesb, Eda Machado, e a jornalista e diretora do grupo Athena Carla Furtado.