O Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/DF dará prioridade aos processos que apuram ligações de advogados com o crime organizado e o tráfico de entorpecentes. A postura atende a recomendação do presidente do Conselho Federal da OAB, Ophir Cavalcante. Ele enviou ofício aos presidentes das 27 seccionais, pedindo preferência na investigação desses casos. “Objetiva-se, com isso, não só a agilização e a tramitação prioritária de processos ético-disciplinares dessa natureza, mas também reafirmar nosso compromisso com o primado da ética, essencial à credibilidade e à respeitabilidade do advogado como função essencial à administração da justiça”.

Segundo Ophir, alguns juízes da execução penal não fazem distinção das situações em que existem provas da participação direta de advogados com organizações criminosas. O presidente da OAB lembrou os recentes episódios divulgados sobre gravações de áudio/vídeo de conversas de presos com seus visitantes, inclusive entrevistas com advogados. Destacou que o mais importante é manter a bandeira da ética na advocacia e demonstrar à sociedade que a classe não se compadece com as más práticas profissionais, “tampouco abranda o tratamento daqueles que utilizam as prerrogativas profissionais em nome do crime e do ilícito”.

O presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/DF, Claudismar Zupiroli, disse que a recomendação do Conselho Federal é oportuna. “Soma-se ao esforço da atual gestão do TED para dar celeridade a tramitação dos processos que investigam desvios de condutas éticas dos profissionais da advocacia”.