OAB/DF lança campanha “Saia do Transe” em celebração ao Dia da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha - OAB DF

“Ser inclusivo, ser plural, ser independente,
ser uma referência no exercício da cidadania.”

DÉLIO LINS

OAB/DF lança campanha “Saia do Transe” em celebração ao Dia da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha

No Brasil, também, é celebrado o Dia Nacional de Tereza de Benguela, a Rainha Tereza. É Dia da Mulher Negra

A Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) lança campanha antirracista, no 25 de julho, Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha; também Dia Nacional de Tereza de Benguela (Dia da Mulher Negra). A campanha traz imagens e inspiração de mulheres extraordinárias como a própria Tereza de Benguela, que no século 18 liderou o Quilombo Quariterê, na luta contra a escravidão; Virgínia Brindis de Salas, Maria Remédios Del Valle e Sara Gomez, além de uma música exclusiva, composta e interpretada pela artista Realleza, uma voz feminina do Rap de Ceilândia, e produzida pelo LP D’Doctor.

Assinada pela Diretoria de Igualdade Racial e Social, pela Comissão da Mulher Advogada e pela Comissão de Igualdade Racial, a campanha quer fazer muito mais do que celebrar o 25 de julho. Quer acordar a sociedade do transe, do chamado surto coletivo que é o racismo e o sexismo.

Neste sentido, a vice-presidente da OAB/DF, Lenda Tariana, explica que o racismo tem muitos prismas e se expressa de diversas formas. “Hoje, mesmo com a ampliação dos espaços para que as mulheres se expressem, ainda é possível perceber e ouvir de outras mulheres que o preconceito ainda é muito presente. O empoderamento é uma conquista, as mulheres estão se sentindo cada vez mais seguras para externalizar suas angústias e vivências que por anos ficaram silenciadas. A campanha ‘Saia do Transe’ veio no momento oportuno e tem o grito e sentimento de basta! Mulheres podem e devem ocupar espaços sociais diversos daqueles estruturalmente bloqueados para o povo preto, especialmente mulheres pretas.”

A diretora de Igualdade Racial e Social, Lívia Caldas, pontua que no Brasil a data da mulher negra, latino-americana e caribenha celebra também o dia internacional de Tereza de Benguela, que liderava um quilombo de negros e indígenas, resistente à escravidão. “Celebrar Benguela é celebrar a mulher negra e seus feitos, apagados pela história. A OAB/DF aproveita a data para fazer justamente isso, dar destaque às mulheres negras que sempre fizeram muito e pouco foram vistas. Aliás, nos juntamos ao coro que pede pela visibilidade da mulher negra no Brasil.”

Nildete Santana, presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/DF, explica que a proposta da campanha é dar visibilidade às mulheres negras, latino-americanas e caribenhas, “saindo do lugar comum do eurocentrismo e valorizando as mulheres que fazem parte da história mais próxima de nós”.

Ela completa que para além da cultura, “estamos destacando mulheres que tenham contribuído para a sociedade e lançando luzes sobre esses nomes, contribuindo para retirar da invisibilidade essas mulheres tão importantes perante a sua comunidade e a sociedade.”

Patrícia Guimarães, vice-presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB/DF, destaca que a data de 25 de julho é um marco histórico na vida da mulher negra. “Ser uma mulher quilombola por si só já representa um símbolo de força. Sou filha de quilombola e vejo que nos quilombos muitas mulheres são líderes e carregam a responsabilidade de manter a união do seu clã, fazendo das pessoas que fazem parte dele, pessoas fortes e unidas em prol uns dos outros. A campanha foi pensada para que pudéssemos mostrar a importância dessa data não só para as mulheres negras, mas para todo o povo preto e para a sociedade no contexto geral.”

Para Realleza, que também é bacharel em Direito, a parceria com a OAB/DF significa a expansão do trabalho artístico e do ativismo contra o racismo e sexismo. “É uma honra. Essa parceria comprova, mais uma vez, que o lugar da mulher negra é primeiramente onde ela quiser, e a contribuição que eu venho trazendo para a sociedade por meio da minha arte está sendo reconhecida nos espaços onde também se discute direitos, onde também somos reconhecidas pela nossa intelectualidade.”

“Saia do Transe”

Autora e intérprete: Realleza

Produção Musical: LP Studios

Saia do transe, nós somos múltiplas

Nossos passos vêm de longe

Rainhas ancestrais

Saia do transe

(Nosso lugar é em todo lugar 3x)

Conhecendo a história, construindo novos futuros

Celebrando nossas vitórias, como o 25 de julho

São mulheres negras, latinas-americanas, caribenhas, indígenas, africanas,

Mães da terra, mães da vida

Múltiplas, divinas, como as estrelas do céu

Intelectuais, artivistas, liderando os seus

Muito além da base, somos essência

Mulheres da ciência, do Direito e da docência

E de tudo que quiser ser

(Refrão)

Saia do transe, nós somos múltiplas

Nossos passos vêm de longe

Rainhas ancestrais

Saia do transe

(Nosso lugar é em todo lugar 3x)

Somos Tereza de Benguela, Maria Remédios Del Valle, Solitude, “Mãe Coragem”

Somos ancestralidade, ancestralidade

O amanhã é construído agora

Seu preconceito nunca fez sentido

Protagonista da história

Do afeto fizemos abrigo.

(Refrão)

Saia do transe, nós somos múltiplas

Nossos passos vêm de longe

Rainhas ancestrais

Saia do transe

(Nosso lugar é em todo lugar 3x)

Ouça aqui a música “Saia do Transe”.

25 de julho



Texto: Euclides Bitelo – Comunicação OAB/DF
Comunicação OAB/DF