A juíza do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios Maria Isabel da Silva e a advogada do Centro Feminista de Estudos e Assessoria Myllena Calazans de Matos ministraram palestra na quinta-feira (16), com o tema Art. 7° enfrentamento à violência contra a mulher, no 1º Simpósio Distrital de Direitos Humanos da OAB/DF. O moderador da mesa foi o advogado Márcio Palma. As palestrantes falaram da evolução do direito até os dias atuais. Lembraram que antigamente a mulher que cometia adultério era levada à morte, enquanto que o homem não sofria nenhuma punição. Hoje, existe a lei que defende o direito da mulher: a Lei Maria da Penha. A norma aumentou o rigor das punições quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar. Maria Isabel destacou que os principais motivos da violência domestica são: inconformismo dos homens por causa da separação, utilização das mulheres como instrumento de submissão e disputa pela guarda dos filhos menores. Ela afirmou que em 99% dos casos de violência contra a mulher o agressor está bêbado ou sob efeito de substância entorpecente. Segundo a juíza, a medida penal não resolve tudo, também é necessário um acompanhamento psiquiátrico. “Nós de classe média quando temos um problema familiar corremos para um psicólogo e o pobre não tem isso”, afirmou. Para as palestrantes, a sociedade não quer discutir a questão do aborto. “Tem que parar com essa hipocrisia, porque a mulher que tem dinheiro vai para uma clinica de aborto equipada e aquelas que não tem vão para a mão de um açougueiro e morre”, ressaltaram.