Brasília, 24/9/2015 – “O movimento social interfere no juízo íntimo de convicção do júri”, expressou o advogado criminalista Cleber Lopes, ao participar do segundo dia do Ciclo de Palestras de Ciências Criminais, que ocorreu na última quarta-feira (24), na sede da Seccional. Segundo ele, o júri tem mudado sua sensibilidade ao longo dos anos, e isso tem ligação direta com a pressão da mídia em relação à violência. “Antes, eles se comoviam, havia um romantismo. Hoje o júri se tornou uma fábrica de condenações e isso começa a representar perigo”, concluiu.
Para ter êxito sobre a decisão do júri, Cleber Lopes acredita que o advogado deve ter uma percepção maior. “O profissional que atua no júri deve ter consciência de que o processo deve ser trabalhado bem antes do julgamento”, disse. Para Cleber, o processo não se ganha no plenário, mesmo que essa etapa seja fundamental. “É preciso que a defesa produza material para ser usado no plenário e isso é uma coisa que só advogados que não se comportam como apenas meros expectadores conseguem”. Ele aconselhou os profissionais a irem à delegacia, juntarem documentos e buscarem o máximo de elementos possíveis.
Para o advogado Raul Livino, o advogado que depende do júri deve aprender a usar a criatividade. Segundo ele, o profissional deve ser capaz de ser capaz de estimular a dúvida nos jurados. “Toda vez que ele pretende dar certeza, acaba se prejudicando o cliente. Quando o advogado gera incerteza, o júri absolve por falta de certeza”, disse. Livino relatou diversos casos que advogou e teve êxito com o júri, e assim compartilhou técnicas e conselhos. “O discurso também deve ser dirigido ao juiz presidente e não somente ao júri”, disse.
Também estiveram presentes o secretário geral da Comissão de Ciências Criminais OAB/DF, Joaquim Pedro; o membro da comissão, Thiago Machado; e o ex-conselheiro da OAB/DF e palestrante do primeiro ciclo, José Gomes.
O evento ainda ocorre nos dias 29 e 30 de setembro e se encerra no dia 1º de outubro.
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Comunicação social – jornalismo
OAB/DF