A Comissão de Direitos Humanos da OAB/DF se manifestou contrária à prisão automática por deserção do sargento Laci Marinho de Araújo, sob os argumentos do princípio constitucional da presunção de inocência e de que o militar precisa de cuidados médicos. O posicionamento da comissão se deu após o relato da mãe do oficial, Francinete Marinho de Araújo. Ela acusa o tenente Ivanildo Clementino dos Santos, superior de Laci, de perseguição, obrigação de execução de serviços prejudiciais e desrespeito aos pareceres médicos referentes ao sargento. Segundo Francinete, exames médicos comprovam que Laci sofre de esclerose múltipla, acrescida por depressão. As somatizações e o isolamento social agravam o quadro clínico. Além disso, laudo feito pelo Hospital Geral de São Paulo do Exército Brasileiro indica outras doenças como hipertensão, epilepsia e transtorno bipolar. O sargento foi preso em 4 de junho por deserção e responde a processo na Justiça Militar. A principal razão seria a pressão sofrida por assumir publicamente o relacionamento homossexual com o sargento Fernando Alcântara. A comissão sustenta que a prisão é indevida. “A prisão decretada de forma automática, sem razão que a justifique, não preenche os requisitos exigidos pela lei e afronta a Constituição e não é demais repetir: doente precisa de tratamento e não prisão”, diz o documento, assinado pela advogada Régia Brasil. A comissão afirma, ainda, que as retaliações vêm ocorrendo por conta da orientação sexual de Laci.