Mais de 300 pessoas prestigiam primeiro dia do Congresso de Direito Tributário da OAB/DF - OAB DF

“Ser inclusivo, ser plural, ser independente,
ser uma referência no exercício da cidadania.”

DÉLIO LINS

Mais de 300 pessoas prestigiam primeiro dia do Congresso de Direito Tributário da OAB/DF

Brasília, 12/9/2013 – O auditório da Seccional da OAB do Distrito Federal ficou lotado durante a abertura do 1º Congresso de Direito Tributário da OAB/DF, que tem como tema principal “Guerra Fiscal e Insegurança Jurídica”. O evento segue até sexta-feira (13), com várias oficinas, que vão discutir as nuances do Direito Tributário.

Representando o presidente da OAB/DF, o vice-presidente Severino Cajazeiras promoveu a abertura do evento. Para ele, o tema trata do direito à cidadania, onde o Estado aplique bem as receitas. “O que não pode é o país ter a mais alta carga tributária do mundo e ter o pior IDH. A sociedade cobra. Essas manifestações nada mais são do que a cobrança pela justa aplicação dos recursos tributários”.

Em seguida, o organizador do evento, o conselheiro e presidente da Comissão de Assuntos Tributários e Reforma Tributária, Jacques Veloso, agradeceu a presença de todos os presentes e os convidou a partipar dos painéis de sexta-feira. “O tema é polêmico, por isso teremos mais oito painéis que tratarão dos diversos aspectos do assunto”.

O palestrante da noite, mestre pela Universidade Federal de Pernambuco, doutor pela PUC/SP e livre docente da Universidade de São Paulo, Heleno Taveira Torres, disse que o Brasil precisa se afastar do modelo de sistema tributário simbólico. “Para o cidadão, o que importa é a segurança jurídica, dentro de uma certeza de que o crédito de que ele tem direito será respeitado”. Segundo ele, o contribuinte convive com uma carga tributária altíssima. “A grande demanda da sociedade é viver com segurança, previsibilidade firme. Nessa grande busca de confiança, entre Fisco e contribuinte, é que se insere a necessidade de uma reforma tributária urgente”, argumentou.

“Precisamos criar um modelo eficiente, que olhe para o futuro. Observamos a insegurança plena em matéria de tributação e as dificuldades que temos para assegurar o futuro. Observamos necessidades reais em matéria de despesa pública. Porém, como ninguém quer mais tributo, temos de reorganizar o que temos, equilibrar o federalismo”, explicou o palestrante Heleno Torres.

tributario2Também palestrante, o ex-secretário da Fazenda no Estado de Pernambuco e no Distrito Federal e ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, abordou mais especificamente a guerra fiscal. “Competição fiscal não é um erro, é inerente às histórias do Tributos. É um instrumento de diferenciação na locação dos produtos”, afirmou.

Ele comentou sobre as causas da intensificação da guerra fiscal do ICMS. “Primeiramente foi a liberdade para fixação de alíquotas, em segundo a vedação de concessão de isenções pela União, a terceira foi a incorporação dos impostos únicos à base do ICMS e, por último, o enfraquecimento da capacidade da União de coordenar o ICMS”, pontuou. Ele ainda citou a falência dos programas de desenvolvimento regional e a obsolescência da Lei Complementar nº 24/1975, que dispõe sobre os convênios para a concessão de isenções do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias, e cita outra providência. “Uma guerra se encerra com um armistício, com a exigência de uma nova lei complementar”, disse o palestrante.

Ele ainda apontou outras sugestões para o fim da guerra fiscal, como mitigação do princípio da unanimidade, especificação de matérias não sujeitas à deliberação pelos Estados, tratamento dos virtuais créditos decorrentes das práticas de guerra fiscal, novo regime para incentivos fiscais, instituição de sanções efetivas pelos descumprimento e convalidação do Confaz.

Reportagem – Tatielly Diniz
Fotos – Valter Zica
Comunicação social – jornalismo
OAB/DF