Artigo de Eduardo Uchôa Athayde, presidente da Caixa de Assistência dos Advogados do Distrito Federal (CAADF), nesta terça-feira, 30.
“Não há mal nenhum em mudar de opinião. Contanto que seja para melhor.” É com a frase lapidar de Winston Churchill que abrimos nosso diálogo sobre o momento atual de nosso país. E hoje, todas questões as quais devemos nos debruçar dizem respeito ao efetivo enfrentamento da COVID-19.
O setor privado, como se sabe, busca sempre antecipar-se às tendências para gerar ofertas que atendam às demandas mais pronunciadas, e com isso, gerar maiores volumes de negócios, fazendo, assim, girar a roda da economia.
Por conta disso, nesse momento, já se coloca a favor do correto enfrentamento da pandemia e enxerga que esse é o único caminho plausível para a retomada da normalidade. A pandemia deu às empresas uma real oportunidade de comprovação de que não se importam apenas em gerar lucro aos seus acionistas, mas também que tem em sua atuação um proposito.
As entidades associativas, igualmente, seguem o mesmo diapasão. A Ordem dos Advogados do Brasil, por exemplo, deu suporte aos associados através da postergação do vencimento de suas anuidades e do investimento (através das Caixas de Assistências) em atividades assistenciais e auxílios financeiros para que os colegas atravessassem o momento de dificuldade financeira.
Na Caixa de Assistência dos Advogados do DF (CAADF), casa onde hoje estou presidente, acompanhamos de perto tanto os doentes e pessoas que perderam entes queridos, através da clínica médica e do plano de Saúde, quanto aqueles que, com muitas dificuldades financeiras, buscaram alimentos e auxílios pecuniários.
Mais do que isso, a OAB também desenvolve um papel fundamental de defesa da ciência, da correta utilização dos valores e bens públicos, e principalmente, da necessidade da compra e aplicação das vacinas.
Entretanto, há ainda a necessidade de encaixe de uma peça nessa engrenagem. O propósito empresarial e associativo só existe em função da inserção das empresas e associações no contexto de uma sociedade. Por isso, de nada adianta o esforço conjunto desses vários atores sociais se as instituições e os governantes não fizerem sua parte.
O resultado do incorreto enfrentamento da questão sanitária vem sendo suportado por toda nossa sociedade. Não podemos mais seguir sem uma posição firme e única apontando para o enfrentamento da realidade baseado na ciência, sem mensagens distorcidas por interesses políticos imediatos. Não podemos, a custo de vidas, assistir nossas autoridades emitindo mensagens contraditórias.
Por isso, mais do que apontar culpados, o que consideramos irrelevante em um cenário tão extravagante quanto o que vivemos, importa, nesse momento, identificarmos as oportunidades de real enfrentamento da crise sanitária, com efetivo cuidado com a saúde de nossa população. Devemos finalmente nos aproximarmos do momento em que cooperaremos em uma mesma linha, com o correto senso de urgência.
Só assim chegaremos ao final desse episódio e viraremos a página. O que queremos, em verdade, é produzir uma cepa contagiosa de alegria, de abundância e saúde. O que realmente merecemos.
*Eduardo Uchôa Athayde, presidente da Caixa de Assistência dos Advogados do Distrito Federal (CAADF)
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