OAB/DF entrega Medalha Myrthes no próximo dia 8, Dia Internacional da Mulher

A Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) entregará na próxima terça-feira (08), Dia Internacional da Mulher, a Medalha Myrthes Gomes de Campos para 10 mulheres que se destacaram por seus relevantes serviços prestados à Justiça, ao Direito e à Sociedade. A comenda homenageia o pioneirismo da primeira advogada brasileira, que enfrentou o preconceito para trilhar uma carreira de grande sucesso.

A outorga acontecerá de forma híbrida, respeitando todos os protocolos sanitários, e será transmitida pelo canal da OAB/DF no YouTube, a partir das 19h. Durante a cerimônia, a ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Maria Cristina Peduzzi, abordará em palestra o tema “Participação Feminina nos Centros de Poder”. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas em nosso site.

A presidente da Comissão da Mulher Advogada, Nildete Santana, falou sobre a escolha da medalha batizada de Myrthes Gomes de Campos e sobre a escolha das advogadas homenageadas. “Myrthes é uma inspiração para todas nós que escolhemos o Direito. As agraciadas são mulheres com trajetória de destaque que contribuem com a advocacia e com sociedade, possuindo representatividade, participação e servem de paradigma para outras mulheres. A escolha visa contemplar a diversidade e a representatividade homenageando mulheres de diversas áreas jurídicas”, disse.

As agraciadas

A lista de indicadas pela Comissão da Mulher Advogada foi previamente aprovada pela Diretoria da OAB/DF, que entendeu que os nomes das indicadas, neste ano, fossem todos da área jurídica.

Serão agraciadas as advogadas: Aline Melo Franco; Andréa Saboia; Célia Arruda; Cristina Tubino; Daniela Teixeira; Fernanda Marinela; Josefina Serra dos Santos e Marília Gallo. Também receberão a Medalha as ministras: Maria Thereza de Assis Moura (STJ) e Dora Maria da Costa (TST).
Para conhecer um pouco mais da trajetória das outorgadas clique aqui (https://oabdf.org.br/impressos/cartilhas/livreto-outorga-da-medalha-myrthes-gomes-de-campos-versao-web/)

Mulheres já são maioria

Foi um longo caminho percorrido pela advocacia feminina desde que Myrthes Gomes de Campos se formou em Direito, em 1898, e resolveu se aventurar como defensora no Tribunal do Júri. Desde então muita coisa mudou, mas isso não quer dizer que as mulheres ainda não sofram com o machismo e o preconceito, diariamente, enquanto exercem suas profissões.

Conforme as atualizações feitas pela OAB Nacional somente em 2021, pela primeira vez, as mulheres superaram o número de homens na advocacia. Na última atualização foram registradas 632.477 advogadas em comparação a 621.643 advogados. No Distrito Federal elas também são maioria, com 22.861 advogadas e 22.642 advogados. Isso demonstra a transformação e a evolução da advocacia e, por consequência, de toda a sociedade.

O presidente da Seccional, Délio Lins e Silva Jr., destaca o trabalho que já vem sendo feito dentro da OAB/DF em busca de paridade de gênero e da valorização feminina. “Desde 2019 instituímos um padrão de paridade em nossa diretoria e em todas as nossas comissões. Nosso sonho é que um dia não precisemos mais falar neste tema, pois a igualdade já será uma realidade”, declarou.

Conheça um pouco sobre Myrthes

Myrthes Gomes de Campos foi a primeira mulher a exercer a advocacia no Brasil. Natural de Macaé, no estado do Rio de Janeiro, concluiu o bacharelado em Direito em 1898, mas, por ser mulher, apenas em 1906 conseguiu ingressar no quadro de sócios efetivos do Instituto dos Advogados do Brasil, condição necessária para o exercício profissional da advocacia.

De 1924 até a sua aposentadoria, em 1944, Myrthes exerceu o cargo de encarregada pela jurisprudência do Tribunal de Apelação do Distrito Federal, que funcionou no Rio de Janeiro de 1926 até 1946. A pioneira da advocacia no Brasil continuou a defender a emancipação feminina até a data de sua morte, no dia 20 de janeiro de 1965, aos 90 anos.

Myrthes também foi uma importante ativista das causas femininas e da sociedade brasileira, estando à frente da luta pela instituição do divórcio no país, pelos direitos das mulheres operárias e fez parte da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, movimento liderado por Bertha Lutz. Em 1922, Myrthes foi oradora do I Congresso Feminista Internacional, evento que abriu espaço para a luta pelo voto feminino no país.

Sobre a comenda

Instituída em 25 de fevereiro de 2016, a medalha Myrthes Campos é concedida pela OAB/DF a advogadas e autoridades com atuação efetiva no cenário jurídico do DF, com destaque para a defesa dos direitos, dos interesses e da valorização das mulheres e de suas prerrogativas.

Texto: Euclides Bitelo
Comunicação OAB/DF – Jornalismo