OAB/DF promove debate sobre a dublagem brasileira como Patrimônio cultural

A Comissão de Direitos Autorais, Imateriais e Entretenimento da OAB/DF, por meio da plataforma Zoom, com transmissão ao vivo pelo YouTube, promoveu um encontro importante com profissionais da dublagem brasileira. Com o tema “Direitos Autorais vs I.A: A Dublagem Brasileira como Patrimônio Cultural”, profissionais da área trouxeram diversas problemáticas sobre o atual cenário da profissão, principalmente diante da possibilidade da inteligência artificial ser desregulada no Brasil.

Para o presidente da Comissão de Direitos Autorais, Imateriais e Entretenimento, Lucas Sérvio, foi um evento histórico. “A OAB/DF abriu as portas para um tema que permeia não só a advocacia, mas a sociedade cultural, em geral. Diversas categorias sofrem com a regulação imprecisa ou interferência de grandes mídias, e isto precisa ter um fim, principalmente com a I.A aparecendo em tantas áreas.”

A dubladora Miriam Ficher expressou entusiasmo com a iniciativa. “Precisamos da adesão de todos que admiram a nossa arte. Dublagem boa é Dublagem Viva! Arte boa é Arte em Movimento”.

“Dublagem Viva”

O segundo painel esclareceu aos espectadores sobre o movimento “Dublagem Viva”, que reúne toda a categoria contra o uso irregular da I.A. Na oportunidade, também foi explicado o papel das associações Dário de Castro (RJ) e Dublar (SP).

Ângela Couto, representante do movimento Dublagem Viva, expressou a importância do evento na Seccional. “Foi um encontro muito especial porque tivemos oportunidade de falar da importância do movimento Dublagem Viva, nos aproximar do nosso público e deixar registrado esse momento de tantas informações, trocas relevantes e memórias grandiosas”.

Sérgio Cantú, presidente da Associação Dário de Castro, se alegrou com a atuação da OAB/DF ao sediar o evento “Somos muito gratos à OAB por ter nos dado esse espaço para expor os problemas da nossa categoria e, principalmente, por toda ajuda que tem nos prestado.”

A questão dos direitos autorais e da I.A vai além das artes, tendo repercussões em várias áreas. Silvio Giraldi, dublador e diretor de dublagem, reforça que “a dublagem tem potencial para ser um patrimônio cultural do Brasil, com imenso poderio econômico e social”.

A dubladora Adriana Torres enfatiza que a dublagem é arte e deve ser tratada como tal, em toda e qualquer relação contratual. “Pra quem não sabe, ou prefere não saber, direitos autorais e conexos são previstos em lei no Brasil. Dublagem é Arte, portanto, dubladores são artistas. As atrizes e atores em dublagem não estão mais pedindo, estão exigindo seus direitos.”

Já a dubladora do personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, Angélica Santos, definiu o evento como informativo e acolhedor. “Participar deste encontro foi uma experiência maravilhosa. Me senti acolhida e cercada por pessoas apaixonadas pela profissão que tanto amo. Foi enriquecedor trocar conhecimentos e discutir sobre os direitos que têm sido negligenciados por tanto tempo. Quero expressar minha gratidão aos organizadores e mediadores pela linda abertura, que muito me emocionou, e dizer que vai ficar com muito carinho na minha memória.”

Ao final do evento, que aconteceu dia 12 de março, Marisa Leal fez uma apresentação cantando a canção do filme “A Pequena Sereia”, onde foi a voz da personagem Ariel e agradeceu pela participação. “Participar do debate sobre Direitos Autorais vs. IA foi uma oportunidade única. Mostrar para muitos os bastidores das negociações na dublagem , conscientizando não só colegas de profissão como também fãs que não sabem o que está acontecendo com a nossa categoria de profissionais.”

Assista a íntegra do evento.


Jornalismo OAB/DF