Nesta segunda-feira (7/3), 92 novos profissionais prestaram o juramento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em duas cerimônias híbridas, presenciais e com participações remotas, organizadas pela Seccional do Distrito Federal. Foram respeitados todos os protocolos sanitários e realizadas transmissões pelo canal oficial da OAB/DF no Youtube. Pela manhã, 45 novos advogados e advogadas receberam as tão esperadas carteiras e, de tarde, mais 47.

As duas cerimônias foram comandadas pela vice-presidente da OAB/DF, Lenda Tariana, que recebeu a incumbência do presidente Délio Lins e Silva Jr., em homenagem ao mês das mulheres. “A paridade de gênero já é uma realidade na OAB/DF, e fomos uma das seccionais pioneiras em dar espaço às mulheres, aos negros e aos jovens em nossas diretorias. Se isso hoje é um fato, temos muito a agradecer aos que vieram antes e que lutaram para que isso acontecesse”, disse Lenda. A copresidente também convidou os novos profissionais a se integrarem aos projetos, comissões e pautas defendidas pela OAB/DF. “Lembrem-se sempre que essa é a casa dos advogados e advogadas, logo, essa é a nossa casa”.

Em sua fala, Délio lembrou que há 21 anos ele vivia essa mesma emoção de receber sua carteira de advogado. “Nunca esqueci aquele momento em que eu estava sentado ali na terceira fileira de nosso auditório, por isso essa entrega das carteiras é sempre especial para mim. Cada um que toma posse aqui tem essa missão de lutar pela democracia, pela advocacia e deixar sua contribuição para as futuras gerações”, comentou.
As primeiras cerimônias de março também foram prestigiadas por membros da diretoria da Casa, de comissões e de subseções.

Evento da manhã

O primeiro evento de entrega de carteiras do mês de março, um dia antes do Dia Internacional das Mulheres, contou com uma maioria de mulheres entre os novos membros da advocacia do Distrito Federal. A oradora foi Gabriela Silva dos Santos, que falou das dificuldades enfrentadas até o dia de hoje e se emocionou ao lembrar das vidas perdidas para a Covid-19 nos últimos anos. “Enfrentamos desafios e tivemos que renunciar muita coisa, muitos tiveram que lidar com a dor da perda. A partir de agora iniciamos outra dura missão, que é a de lutar contra as injustiças. Mesmo que pareça um clichê, a frase que diz que a advocacia não é para covardes é muito verdadeira” comentou.

O paraninfo da turma, o advogado e ex-diretor da OAB/DF, Francisco José do Campos Amaral, lembrou que em 2022 a Seccional do Distrito Federal já tem 62 anos de serviços prestados à advocacia e à sociedade. “O trabalho realizado antes da chegada de vocês e pela atual gestão prepararam o terreno de uma advocacia forte e respeitada para que vocês possam exercer a nossa profissão. Não tenham dúvidas, só com o papel que vocês passam a desempenhar, a partir de hoje, teremos um país com menos injustiças, com mais democracia e com os direitos humanos de todos sendo respeitados”, ressaltou.

Falando em nome das mulheres e da advocacia jovem, a presidente do Instituto da Criança e do Adolescente de Taguatinga, Nauane Buriti, exaltou o discurso da oradora. “Me passou um filme na cabeça, pois há pouco mais de dois anos recebia minha carteira em uma sessão também presidida por uma mulher, e isso demonstra que a OAB/DF tem cada vez mais espaços para nós advogadas e para os jovens”, disse.

A presidente da Comissão da Mulher Advogada, Nildete Santana, convidou os presentes a acompanharem nesta terça-feira (08) a entrega da Medalha Myrthes (para saber mais clique aqui) e ressaltou a luta das mulheres advogadas por espaço e reconhecimento. “Nós mulheres não conseguimos nada sem luta. Já conquistamos muito e a cada dia buscamos mais espaços de liderança e de poder”, disse Nildete, que finalizou dizendo que as portas da Seccional estão sempre abertas para os novos profissionais. “Participem das nossas comissões e busquem sempre a nossa OAB/DF em busca de desenvolvimento profissional e pessoal. O início na advocacia sempre traz dúvidas e dificuldades, mas estamos aqui para ajudá-los”, finalizou.

Evento da tarde

A oradora da solenidade da tarde, Suziany Venâncio do Rosário, iniciou seu discurso exaltando a participação da mulher advogada em uma semana importante para a luta feminina. “Nossa profissão foi vista por muito tempo como essencialmente masculina e atualmente isso já mudou. Mas seguimos em busca de uma igualdade de fato, que se reflita nos espaços de poder e em nossa remuneração, que em alguns casos ainda é menor que a dos homens”, lembrou. Sua fala terminou com a citação do poema “Nosso Tempo”, de Carlos Drummond de Andrade, e sua citação à justiça. “As leis não bastam. Os lírios não nascem da lei, disse o poeta, lembrando que é preciso que alguém faça essa mediação entre a letra fria da legislação e a Justiça. E esse é o nosso papel como advogados”.

A paraninfa da turma, a advogada criminalista Débora Dutra, também lembrou os desafios do dia a dia da advocacia e dos desafios que cada um enfrentou até, finalmente, ter a carteira de advogado em mãos. “O sonho de vocês iniciou quando vocês entraram na faculdade de Direito, a partir daí vocês tiveram uma série de renúncias para enfrentarem todas as dificuldades, as noites mal dormidas, os dias longe da família e dos amigos por conta dos estudos. Hoje vocês iniciam um ciclo novo, mas valorizem essa história de vida, pois ela irá impactar de maneira muito importante na maneira que vocês irão exercer a advocacia”, declarou.

A carteira número 70 mil

Um Estádio Nacional Mané Garrincha lotado. Este é o número de advogados e advogadas que exercem ou já exerceram a advocacia no Distrito Federal desde a criação da OAB/DF, em 1960. Coube ao Vanderson Satelis dos Santos, funcionário da Casa, receber a carteira de número 70 mil da seccional. Emocionado, o jovem advogado lembrou de sua caminhada, agradeceu a todos que o ajudaram e lembrou a missão do Direito para a sociedade. “Nós advogados temos a missão de proteger princípios. A justiça carrega em uma mão a balança do equilíbrio, mas na outra carrega a espada da luta contra as desigualdades. A partir de hoje, como advogados, colocamos nosso conhecimento adquirido para promovermos a igualdade, a defesa da democracia e a garantia dos direitos sociais e individuais”.

O presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva Jr., destacou a caminhada de Vanderson até ele receber sua carteira da Ordem. “Acompanhamos sua batalha até esse momento, dos perrengues que ele enfrentou até ser premiado com essa carteira de número 70 mil. Tenho certeza que tanto ele quanto seus colegas aqui presentes transformarão essas dificuldades em força para advogarem sempre em nome de nossas prerrogativas e em busca de uma sociedade mais justa e humana”, finalizou Délio.

Veja na íntegra a solenidade da manhã aqui
Confira a solenidade da tarde aqui

Fotos: Valter Zica
Texto: Euclides Bitelo
Comunicação OAB/DF