Brasília, 18/08/2011 – Na quarta-feira (17/08), o I Seminário de Saúde Pública realizado pela Comissão de Bioética, Biotecnologia e Biodireito da OAB/DF discutiu a relação do profissional de saúde com o paciente, sob os aspectos bioéticos e jurídicos. Para o presidente da comissão, Antônio Marcos da Silva, há grande polêmica. “A repercussão desse tema é enorme, porque existe um aumento considerável de pacientes buscando a Justiça, por entender que determinada prática profissional não corresponde àquilo que deveria ser feito ou à expectativa gerada.”
A mediadora da noite, Aline Oliveira, da Sociedade Brasileira de Bioética do DF, disse que os debates foram positivos, considerando que os palestrantes abordaram assuntos fundamentais.
“Os pontos apresentados sobre a relação médico x paciente, envolvendo a questão da precarização da mão de obra médica e a interferência do mercado influenciam na autonomia do paciente. Esse seminário levanta questões que a sociedade precisa enfrentar e principalmente assumir sua responsabilidade quanto a soluções para a melhoria das condições da saúde pública no Brasil”, explica Aline.
O professor da Universidade Federal Fluminense (RJ) e presidente da Associação de Direito Médico e da Saúde daquele Estado, Antonio Macena de Figueiredo, explicou que os princípios que norteiam a relação do médico com o paciente estão esquecidos. “O médico tornou-se um prestador de serviço, e para ser eficiente tem que atender ao maior número de pacientes possível, ocorrendo a erosão da confiabilidade que deve existir entre médico e paciente.”
“A situação em que se encontra a saúde no país é preocupante. O caos que acontece no nosso sistema é causado por má gestão, e ela acontece por fatores como corrupção, desorganização e desatenção do gestor com esses setores básicos”, afirma o médico e conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal, Alexandre Morales Castilho Olmedo.
O último debatedor da noite, professor da Universidade de Brasília, Natan Monsores, expôs que a autonomia das pessoas deve ser preservada. “As pessoas só vão ter liberdade de escolha em relação à sua própria saúde, aos seus próprios tratamentos, na medida em que todos os direitos básicos forem garantidos de alguma maneira. Nesse Estado Democrático em que vivemos, autonomia é quase sinônimo de empoderamento, de emancipação.”
Reportagem – Priscila Gonçalves
Foto – Valter Zica
Assessoria de Comunicação – OAB/DF