Nesta sexta-feira (15/12), a Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) realizou uma cerimônia de entrega de carteiras em celebração ao Dia da Mulher Advogada, que é comemorado nacionalmente em 15 de dezembro. O evento recebeu 50 novas advogadas nos quadros da Ordem.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Beto Simonetti, abriu a cerimônia e destacou a relevância do evento e o compromisso da instituição em promover a igualdade de gênero, enfatizando, sobretudo, a necessidade de reconhecer, em primeiro lugar, o papel da mulher brasileira e da advogada brasileira.
“A pauta feminina é uma pauta que me atrai, é uma pauta que me tomou verdadeiramente para que eu pudesse ser um agente de afirmação dessa pauta. E, ao longo do caminho, eu pude perceber algumas coisas que ficaram muito fortes em minhas falas. Uma delas é dizer primeiro, é primeiro reconhecer a imprescindibilidade da mulher brasileira, a imprescindibilidade da advogada brasileira. É poder dizer para os mais de 1 milhão e 300 mil advogados, entre homens e mulheres, que quando uma mulher avança, nenhum homem retrocede. É dizer que a coletividade é que nos faz avançar a parceria ou consórcio entre homens e mulheres, sem preconceitos”, ressaltou o presidente da OAB Nacional.
Lenda Tariana, vice-presidente da Seccional, expressou o significado da entrega de carteiras no dia da Mulher Advogada. “Pegar a OAB no Dia da Mulher Advogada é, sem dúvida, um marco duplo, uma responsabilidade dupla, talvez. Hoje pela manhã, tivemos um evento na Câmara Legislativa aqui do Distrito Federal, um evento muito bonito, onde discutimos muitos temas, e gostaria de compartilhar algumas palavras com vocês. A primeira delas é sobre o quanto hoje fazemos parte da mudança da história. Acho importante que tomem conhecimento disso, que tenham ciência disso. Comemoramos hoje o Dia da Mulher, e precisamos falar sobre as mulheres, impactar com imagens de mulheres, para que saibam da luta que é para nós exercermos nossa profissão”, analisou.
A oradora da turma, Adriele Reis de Oliveira, destacou a capacidade de persistir diante das adversidades na carreira das advogadas. “Gostaria de reconhecer publicamente que jamais saberia descrever os obstáculos que todas passaram até chegar aqui, mas posso imaginar que o processo foi árduo e que muitas pensaram em desistir diante das dificuldades, porém partilhamos de dois sentimentos universais que nos colocam ao lado umas das outras: O sentimento de perseverança e fé. A fé nos trouxe até aqui hoje porque acreditamos que basta uma palavra para mover montanhas, e a perseverança nos deu a força necessária para escalar essas montanhas.”
Edilene Lôbo, ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi paraninfa da solenidade, e abordou sobre a presença das mulheres, especialmente das mulheres negras, na justiça brasileira.“Quando falamos de justiça, aprendemos que ela não tem correspondência com a realidade sem a advocacia. Sem advocacia, não há justiça. E sabemos que sem mulheres, não há democracia, e igualmente, não há justiça. Portanto, nosso compromisso hoje, ao ouvir o hino nacional, é fazer uma reflexão sobre ele, pois, infelizmente, não fala de nós, mulheres. Não fala de nós, mulheres negras. Apesar de termos contribuído para construir esta nação, muitas vezes nossa presença é negligenciada.”
Ela encerrou o seu discurso dizendo que, “na advocacia, as mulheres mostram sua força, mas a luta é constante. Dizer que somos fortes é pouco; queremos não apenas ser fortes, mas ocupar os mesmos espaços que nossos companheiros”, disse.
Assista à cerimônia na íntegra:
Jornalismo OAB/DF