Emoção e defesa da advocacia marcaram a posse da Gestão 2022-2024 da OAB/DF

O esperado evento de posse da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) lotou o auditório do Centro de Convenções Ulysses Guimarães na noite desta segunda-feira (28/03). Foram empossados para o triênio (2022-2024) 287 membros de todo sistema OAB, composto por Seccional; Subseções; Escola Superior de Advocacia (ESA); Caixa de Assistência dos Advogados do DF (CAADF); Clube da Advocacia; Fundação de Assistência Judiciária (FAJ) e conselheiros.

O evento foi conduzido pelo presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti, por representantes dos três poderes dos governos Federal e do Distrito Federal, também pela diretoria de outras seccionais e por convidados dos meios jurídico, acadêmico, diplomático, além de familiares e amigos dos empossados. A posse foi transmitida, ao vivo, pelo canal oficial da OAB/DF no Youtube (para assistir, clique aqui).

Beto Simonetti, em seu discurso, enalteceu a gestão do presidente reeleito, Délio Lins e Silva Jr. “Ao ser reeleita, esta diretoria recebe uma missão: representar os interesses de quase 50 mil inscritos. A tarefa é desafiadora, mas as senhoras e os senhores já demonstraram estar à altura dessa missão.”

Dirigindo-se ao presidente da Seccional, Simonetti disse: “Presidente Délio, ao longo dos últimos três anos, acompanhei de perto sua trajetória à frente da OAB/DF. Pude testemunhar a competência do seu trabalho. É um vanguardista da advocacia”, destacou.

Pela primeira vez na história em 61 anos, com a colaboração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi feito um pleito totalmente virtual. O formato adotado possibilitou a participação expressiva da advocacia do Distrito Federal, em plena pandemia. “Um fato histórico, que muito nos orgulha – e que, tenho certeza, dá início a uma nova era em que a tecnologia está a favor de uma maior inclusão e de assegurar a máxima participação em nossas eleições, com segurança e confiabilidade comprovadas”, disse o presidente da OAB Nacional.

Na fala aos presentes, Beto Simonetti elencou algumas das contribuições da OAB/DF: a atuação na luta pela modernização das regras de publicidade na advocacia, o trabalho no aperfeiçoamento dos serviços digitais por meio do programa OAB/DF Digital, a iniciativa de criação da Central de Atendimento Virtual da Advocacia e a importante medida de apoio financeiro concretizada no programa Recupera OAB/DF.

“Essas são ações concretas que confirmam o compromisso com as demandas da advocacia da região. Ampliar essas conquistas é a nossa meta principal. Contem conosco!”, ressaltou o presidente do Conselho Federal. 

Délio Lins e Silva Jr. fez um balanço da gestão anterior, lembrou de grandes vitórias e embates do último triênio em que esteve à frente da Seccional do DF e garantiu que os próximos anos serão de muita luta em nome da advocacia e da sociedade. “Faremos isso, eu e esta diretoria que toma posse unida aqui hoje, usando as bases que construímos no último triênio. Aqui todos têm o direito de pensar de forma diferente sobre variados temas, mas conseguimos trabalhar em conjunto porque existe o respeito, o foco no bem comum e o espírito democrático que, em última análise, é a verdadeira essência e origem da Ordem dos Advogados do Brasil.”

Para ele, o triênio anterior foi apenas o início da caminhada. “Fizemos uma chapa que, hoje, tenho a noção de que era histórica. Realmente paritária de gênero, com 50% de homens e 50% de mulheres. Esse trabalho fez com que nós conseguíssemos abraçar toda a advocacia do Distrito Federal. Um grupo eclético, um grupo plural, um grupo que realmente entendeu o que a advocacia precisava”, disse. 

A afirmativa foi endossada pela vice-presidente da OAB/DF, Lenda Tariana. Em seu primeiro evento após o parto de sua filha, Maya, ela lembrou, emocionada, da campanha que levou ela e toda a diretoria ao comando da advocacia do DF. “Quero agradecer pela confiança e pela força, por todos deixarem claro que uma mulher gestante podia participar da direção de uma entidade como a OAB/DF, por mostrarem em gestos e em ações que a gravidez é uma coisa natural, e que jamais gerar uma nova vida pode ser vista como um problema, que nunca alguém ser mãe será um limitador”, lembrou.

“Esse nosso compromisso não se encerra nas eleições, ele iniciou no dia seguinte em nome dessa advocacia que prometemos entregar para vocês no final do nosso mandato. Agradeço a todos que vieram antes, pois quando cheguei aqui encontrei uma Casa plural, com homens, mulheres, pretos, pretas, pardos, como temos aqui representados hoje.” A manifestação da vice-presidente da OAB/DF encerrou-se com seu marido, o advogado Alex Costa, subindo ao palco com sua filha Maya, com pouco mais de uma semana de nascida.

A secretária-geral adjunta da OAB/DF, Roberta Queiroz, também exaltou o protagonismo feminino na advocacia atual. “Estar aqui hoje falando em nome das mulheres mostra que nosso caminho é de muita coragem, então eu não poderia deixar de agradecer a todas as mulheres que lutaram para abrir esses espaços que nos trouxeram até aqui hoje, e também todas as mulheres que ainda lutam para que possamos ter cada dia mais espaços na advocacia e na sociedade”, exaltou Roberta.

Fortalecendo o discurso de paridade e força feminina, em nome de todas as subseções, Graciela Slongo, presidente da Subseção do Gama e Santa Maria endossou: “Esta gestão não tem as portas abertas para as mulheres, tem as portas escancaradas. Nós mulheres advogadas, que já somos mais de 50% da advocacia nacional e do DF, permaneceremos nos espaços que conquistamos e sendo ouvidas, mas sempre ao lado de homens e advogados valorosos, que diariamente apoiam e aplaudem os nossos esforços para que possamos alcançar essa igualdade tão necessária.”

Realizações

Em sua fala, o presidente da CAADF e do Conselho das Caixas de Assistência da OAB Nacional, Eduardo Uchôa Athayde, fez um balanço de sua gestão à frente da entidade assistencial da advocacia, ressaltando momentos importantes como o enfrentamento à pandemia; a doação de 63 toneladas de alimentos e a garantia de renda mínima a diversas famílias de advogados e advogadas; a vacinação contra a gripe e a posterior doação dos imunizantes ao governo do DF; as melhorias no sistema de saúde suplementar, entre outras medidas.

“Essa também é a primeira oportunidade em que falo diretamente à advocacia do DF após minha nomeação para a Coordenação Nacional das Caixas de Assistência. Mais do que uma vitória pessoal, o espaço que me foi disponibilizado representa uma conquista para todos nós. E, também, o reconhecimento dos resultados alcançados em Brasília na gestão do presidente Délio. Um projeto que atingiu resultados extraordinários exatamente porque foi construído por muitas mãos e todas elas apontado para a mesma direção. Os mais legítimos interesses da Advocacia do DF.”

Ao final de sua fala, Eduardo comentou, ainda, sobre os próximos passos em benefício da advocacia. “Nos próximos três anos, buscaremos insistentemente desenvolver políticas de bem-estar que sirvam para concretizar o compromisso de valorização pessoal e profissional de nossa categoria, agindo sempre em sintonia com a diretoria do Conselho Federal e com o nosso Colégio de Presidentes de Seccionais. Jamais nos afastando da premissa de alcançarmos mais resultados na medida em que trabalharmos todos juntos”, pontuou.

Unidade

Também compuseram a mesa, entre outras autoridades, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Sebastião Reis Júnior; o membro honorário vitalício e coordenador da Procuradoria Constitucional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho e o diretor jurídico do Senado, Luiz Cláudio da Silva Chaves.

Para compor a tribuna de honra, foram convidados, também, representantes de gestões anteriores, como o ex-presidente Juliano Costa Couto (2016 a 2018); ex-vice presidente Cajazeiras (2013 a 2015); Esdras Dantas de Souza (1991 a 1995) e Francisco C. N. de Lacerda Neto (1989 a 1991).

Em um evento que pregou a união da advocacia e de outros ramos da justiça, dos outros poderes e da sociedade civil organizada, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Sebastião Reis, lembrou de seus anos atuando como advogado e da importância da profissão para a democracia. “Fico muito feliz em voltar à OAB/DF, que foi a minha casa por 25 anos. Estou emprestado ao STJ, mas assim que terminar com minhas obrigações por lá pretendo voltar e exercer essa profissão por mais alguns anos. E vendo esse momento em que a sociedade brasileira tem tantos embates pela frente, pela igualdade, a garantia por uma estabilidade política, a garantia de um bom funcionamento de nossas instituições e tantas outras, fico satisfeito em ver que a OAB/DF está tão empenhada e tão dedicada nessa luta, e que está em boas mãos com essa nova diretoria”, concluiu.

Emoção e solidariedade

Em dois momentos a plateia ficou de pé para prestar solidariedade ao povo ucraniano, que enfrenta uma guerra contra seus vizinhos russos. A primeira foi quando o representante do país do Leste Europeu, Ihor Torshyn, 3° secretário da Embaixada da Ucrânia no Brasil, foi anunciado. Na segunda, mesa e plateia, espontaneamente, levantam para aplaudir em pé. Momento de muita emoção.

O presidente Délio, quebrando o protocolo, fez menção a Ihor e prestou seu apoio ao povo ucraniano. “Quero agradecer a presença do Ihor Torshyn aqui conosco essa noite e esperamos que logo essa guerra acabe e os ucranianos possam reconstruir seu país e suas vidas. Deixo aqui o meu carinho e minha solidariedade.  Leve o abraço do nosso país, que a energia positiva dessa noite sirva de algo”, disse Délio, interrompido pelos fortes aplausos da plateia.  

“Fiquei muito tocado, muito comovido com toda essa solidariedade”, disse Ihor. O ucraniano revelou que ficou ainda mais comovido com a homenagem ao lembrar de seu pai, que é advogado.

Confira aqui o momento.

A homenagem aos ucranianos acontece no momento em que a Anistia Internacional denuncia um “aumento dos crimes de guerra”, após mais de um mês de conflito.

Confira aqui mais fotos do evento.

Leia aqui o discurso de posse do presidente Délio Lins e Silva Jr.


Texto: Esther Caldas e Euclides Bitelo
Fotos: Valter Zica, Marcelo Veras e Roberto Rodrigues
Comunicação OAB/DF – Jornalismo

Justiça garante direitos dos aposentados como a “revisão da vida toda” (EBC)

Acumular pensão por morte com a aposentadoria, permanência no Plano de Saúde, prioridade de restituição do imposto de renda, saque integral do FGTS. Esses são alguns dos direitos dos aposentados do INSS.

Em uma decisão recente, o Supremo Tribunal Federal garantiu a “revisão da vida toda” a aposentados do Instituto Nacional de Seguridade Social. O que significa que os segurados podem pedir na Justiça a inclusão de todas as contribuições do INSS no cálculo da média salarial, inclusive as anteriores a julho de 1994.

Wanessa Aldrigues Candido, presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB do Distrito Federal explica que em casos de segurados que não foram contemplados por uma revisão automática do Instituto o ideal é buscar uma ajuda profissional, até mesmo a defensoria pública, para pessoas de baixa renda.

Para saber mais informações, o aposentado deve entrar no site ou aplicativo Meu INSS para verificar a documentação disponível, como o extrato de pagamento, para que seja feito esse o cálculo de revisão.

O endereço é: meu.inss.gov.br

Confira a matéria na íntegra na Agência Brasil.

Problemas com Bet365, Sportingbet, Betfair e Betano explodem no Reclame Aqui (Portal do Bitcoin)

Clientes praticamente não têm a quem recorrer em caso de uma disputa judicial. Leandro Pamplona, advogado membro da Comissão de Direito dos Jogos do Ordem dos Advogados (OAB) do Distrito Federal, afirma que se a aposta é feita dentro do Brasil, ainda que em site estrangeiro, é possível procurar a justiça brasileira

O número de queixas de clientes contras sites de aposta em jogos esportivos explodiu no Brasil durante a pandemia. Os dados do site Reclame Aqui são acachapantes: o Sportingbet teve aumento de 166% (1.725 em 2020 e 4.592 em 2021); Betfair de 115% (227 em 2020 e 490 em 2021); o Bet365 de 119% (2580 em 2020 e 5673 em 2021); e Betano de oito reclamações em 2020 para 859 em 2021.

Embora as empresas operem no Brasil nenhuma delas têm CNPJ, o que torna um problema para o usuário do serviço caso se sinta lesado que queira acionar as empresas na Justiça.

As empresas se mantém fora do país para que não sejam enquadradas na Lei de Contravenções Penais, que proíbe as apostas e jogos de azar.

Tradicional no mundo das apostas, o Reino Unido é sede da Bet365, Spotingbet e Betfair; a Betano tem suas raízes na Grécia. Já outras têm endereços menos tradicionais: Curaçao. A ilha caribenha abriga Amuletobet, Casa de Apostas, Galera.bet e Pixbet.

Ao mesmo tempo em que cuidam para não ter sede aqui, as empresas têm a necessidade de serem sediadas no exterior em países onde o jogo é regulamentado. Lucas Oliveira, representante da empresa de marketing esportivo Epicplay, explicou o imbróglio em artigo publicado no portal Consultor Jurídico.

“Vale lembrar que a atividade só é legalizada atualmente, se for explorada por empresas que são sediadas em outros países, onde as apostas já são totalmente regulamentadas. Portanto, ainda não há nenhuma empresa de apostas esportivas totalmente nacional que atue regularmente dentro do mercado brasileiro”, disse.

Queixas contra Bet365, Sportingbet, Betfair e Betano

Um problema recorrente relatado pelos clientes da Bet365 é que o depósito feito via banco tradicional não se espelha na conta da plataforma. Junto com isso, muitas reclamações de falta de atendimento ao cliente, tentativas frustradas de falar com algum representante da empresa.

A companhia não tem dado nenhuma resposta nas reclamações mais recentes.

Essas mesma reclamações e outras de apostas ganhas que não foram pagas ocorrem com a Sportingbet, mas a empresa tem outro jeito de lidar. Responde quase todos os comentários e, pelo menos ao que parece, trata dos casos por e-mail de forma individualizada e não com um padrão genérico para todos.

Já a Betfair nunca respondeu nenhum comentário no Reclame Aqui. Depósitos não creditados e dificuldades com saque são muito citados.

A Betano também nunca respondeu nenhum cliente. E as reclamações giram entorno dos mesmos temas, de dinheiro não espelhado na conta, saques dificultados, falta de comunicação.

Dificuldade para clientes acionarem empresas

Mas como ficam os milhares de consumidores que sentem lesados e expressam isso em sites como o Reclame Aqui? Leandro Pamplona, advogado membro da Comissão de Direito dos Jogos do Ordem dos Advogados (OAB) do Distrito Federal, afirma que se a aposta é feita dentro do Brasil, ainda que em site estrangeiro, é possível procurar a justiça brasileira.

“Caso o apostador não receba o prêmio ou ainda tenha seus dados indevidamente compartilhados (ex. cartão de crédito) esse deverá entrar imediatamente em contato por chat, suporte on line ou call center disponibilizado pela plataforma”, afirma.

Porém, se ninguem responder, a situação dá um salto de complexidade. O membro da OAB-DF afirma se o cliente não conseguir contato, ele deverá fazer uma reclamação no IBAS (Independent Betting Adjucation Service). Essa é uma plataforma inglesa de ADR (alternative dispute resolution) aprovada pela Gambling Commission para realizar uma mediação ou conciliação sobre disputas que surjam entre as casas de apostas e seus clientes.

“É uma tentativa extrajudicial de resolução do conflito que tem bom percentual de resultado”, afirma.

Por último, poderia ingressar na Justiça brasileira. “O problema dessa última opção seria a dificuldade na citação da casa de apostas, normalmente sediada no exterior, e depois a busca por patrimônio. No entanto, existem diversas ações já propostas”, ressalta.

Apostas online no limbo jurídico

A prática vive um limbo jurídico no país. A Lei 13.756 de dezembro de 2018 autorizou as “apostas de quota fixa” e estabeleceu que os impostos coletados da atividades devem ir para o Ministério da Educação e seguridade social.

A lei foi assinada durante a presidência de Michel Temer e prevê que uma regulação seja aprovada com maiores detalhes em quatro anos, ou seja, até dezembro deste ano.

Ao Portal do Bitcoin, o advogado Pamplona resumiu o panorama caso a lei de Temer não seja atualizada: “São três cenários: fica tudo como está, termina tudo, ou medidas judiciais serão tomadas para que mantenham como está até chegar a regulamentação”, diz o advogado, que é sócio do escritório Bonetti, Krugen & Pamplona Advogados.

Reportagem do jornal El País de setembro de 2021 apurou que existiam 450 sites ativos de apostas no Brasil, movimentando R$ 12 bilhões anualmente.

Bet365, Sportingbet, Betfair, Betano e futebol

Em 2022, o movimento de domínio do patrocínio do futebol brasileiro pelos sites de apostas se consolidou ainda mais: pesquisa do Ibope Repucom divulgada em janeiro deste ano pela ESPN mostra que o setor desbancou o mercado financeiro tradicional na compra de espaço nos uniformes das equipes.

Betano patrocinou em 2021 o campeão brasileiro Atlético Mineiro e o Fluminense; Sportingbet patrocina o São Paulo, o Galera.bet estampou a camisa do Sport, o Pixbet o América Mineiro, a Amuletobet o Atlético Goianiense e a Casa de Apostas o Bahia. Ao todo foram sete patrocínios.

Já o setor financeiro tradicional marcou presença em seis uniformes: Grêmio, Internacional, Juventude (todos com o Banrisul), Flamengo (BRB), Palmeiras (Crefisa) e Santos (Sum Up).

Para se ter uma ideia da força, em julho do ano passado o São Paulo Futebol Clube, que possui a terceira maior torcida do país, anunciou que o acordo de patrocínio com a Sportingbet era até aquele momento o maior feito na história do clube, conforme noticiou o portal Terra. O contrato tem três anos e meio de validade.

Na quinta-feira (24), o Santos anunciou que o novo patrocinador master da sua camisa será a PixBet, substituindo a SumUp. Ocorreu até um congestionamento: a empresa tinha uma patrocínio nas mangas da camisa da Dafabet, mas que irá sair agora por ser concorrente direto do principal patrocinador.

Confira a matéria no Portal do Bitcoin.

CASA JOTA debate a PEC 18/2021 e a participação feminina na política (JOTA)

Painel na quarta (30/3) debate proposta que anistia partidos que descumpriram cotas de candidaturas de mulheres e negros. A presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/DF, Nildete Santana, é uma das convidadas

A CASA JOTA recebe evento para discutir o que está em disputa na PEC na quarta-feira (30/3), a partir das 19h. O painel é organizado pelo comitê de mulheres do Sergio Bermudes Advogados, com patrocínio do escritório. A transmissão será no YouTube do JOTA.

Hoje, o crescimento da participação feminina na política depende de regras sobre o mínimo de 30% de candidaturas de mulheres e patamar proporcional para a distribuição da verba eleitoral para as campanhas delas, conforme introduzido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a partir de 2018. Entretanto, a Câmara dos Deputados discute, na PEC 18/2021, anistiar os partidos que descumpriram essas cotas e flexibilizar as regras nas próximas eleições.

Participam a economista e advogada Elena Laudau, consultora do Sergio Bermudes; a deputada Margarete Coelho (PP-PI), relatora da proposta; a ministra substituta no TSE Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro; a procuradora regional da República Raquel Branquinho; e Nildete Santana de Oliveira, presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/DF. (Inscreva-se para participar do evento)

A representatividade feminina no Legislativo e no Executivo ainda está distante do patamar considerado razoável, a partir de 30% das cadeiras eletivas. Nas eleições de 2018, elas ocuparam 13% das vagas do Senado e 15% da Câmara – no caso da segunda, o aumento foi de 51%. Ainda que insuficiente, a mudança se deve, em grande medida, a uma maior presença das mulheres nas urnas.

Impulsionado pelo engajamento da sociedade em favor da eleição de mais mulheres e negros, esse movimento continuou nos pleitos municipais, em 2020. O número de vereadoras eleitas em todo o país aumentou para 16% ante os 13,5% quatro anos antes. Além disso, 6,3% das eleitas para câmaras eram mulheres negras, o que representou um aumento de 22,8% em relação a 2016.

O descumprimento das regras para fomentar as campanhas de mulheres, como uso de candidatas laranja para desviar verbas para homens, gerou investigações e processos contra legendas pela Justiça Eleitoral. O TSE já cassou vereadores dos municípios de Valença (PI) e de Imbé (RS) por forjarem candidaturas femininas para alcançar o percentual mínimo de 30%, por exemplo.

A PEC 18/2021, do senador Carlos Fávero (PSD-MT), flexibiliza as regras para candidaturas de mulheres, deixando os partidos liberados para conduzir as candidaturas de acordo com decisões internas, sem prestar contas do uso dos recursos para o financiamento de campanhas.

O projeto determina que, caso o mínimo de 30% de mulheres candidatas não seja alcançado em uma eleição, a verba pode ser utilizada em campanhas femininas futuras sem punição. Ele flexibiliza a regra para anos futuros e isenta da punição de irregularidades nas eleições anteriores. As regras seriam válidas também para as cotas de 50% para candidatas e candidatos negros, que segue lógica semelhante.

Os defensores da proposta afirmam que as mudanças afastariam a possibilidade de candidaturas femininas inexpressivas, utilizadas apenas para cumprir o mínimo exigido pela lei, e garantiria maior aproveitamento da relação de candidatas eleitas.

Além do Senado, a PEC já obteve aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça, em dezembro. Agora, é discutido em comissão especial. Em seguida, seguirá para o Plenário, onde será apreciada em dois turnos.

Confira a matéria na íntegra no JOTA

Instituições bancárias: Comissão de Honorários questiona dupla tributação pelo mesmo fato gerador

A Comissão de Honorários da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), presidida pelo advogado Águimon Rocha, tem se deparado com um tema importante a ser discutido. Trata-se da dupla tributação pelo mesmo fato gerador. O presidente explica que a Comissão atua para não permitir ilegalidades acerca da temática envolvendo os honorários advocatícios.

Águimon detalha um caso, no qual a Comissão de Honorários orientou um escritório de advocacia, optante pelo Simples Nacional que não pode sofrer retenção do imposto de renda. “Quando o escritório foi receber os honorários junto à uma instituição financeira, recebeu com desconto de imposto de renda. E ao receber, depois teve que declarar à Receita Federal, emitindo a nota fiscal, quando há incidência do tributo, ou seja, há uma dupla tributação pelo mesmo fato gerador. É cobrança irregular, é ilegal, e não pode ser realizada pelas instituições bancárias”, conclui.

Neste sentido, a Comissão de Honorários está atuando para não permitir que casos como esse continue ocorrendo. Águimon cita, ainda, “a título de atuação da OAB/DF, o recente julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do tema 1076 do repetitivo, fixou que os honorários devem ser em percentual e não por equidade, mesmo que a causa tenha valor exorbitante”.

E completa: “Não podemos deixar que aconteçam essas anomalias, ilegalidades, naquilo em que é mais proeminente para o advogado, que são os honorários, até pela sua natureza alimentar. Então, a Comissão está atuando e o próximo passo é oficiar as instituições bancárias para que não promova o desconto, pois deve ser feito direto ao escritório com recolhimento do tributo, para evitar a dupla tributação.”

Parecer

A Comissão de Honorários da OAB/DF, por meio do relator Oswaldo Othon de Pontes Saraiva Neto, emitiu o parecer 0001/2022 sobre o caso, que se baseou no relato abaixo:

“Foram expedidos em favor da sociedade de advogado a qual pertenço precatórios oriundos de honorários contratuais. Ocorre que a Sociedade de Advogados beneficiária dos honorários contratuais é empresa optante pelo Simples Nacional e não pode sofrer retenções. É dispensada a retenção quando o serviço é prestado por pessoa jurídica imune ou isenta, ou por pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional. No caso de retenção, os valores retidos pela fonte pagadora podem ser deduzidos do valor do IR e das contribuições de mesma espécie devidos, pelo prestador do serviço, que forem apurados a partir do mês da retenção, nas respectivas alíquotas retidas, segundo o artigo 9º da IN RFB nº 1.234/2012. De acordo com o artigo 4º da IN RFB nº 1.234/2012, não haverá retenção nos pagamentos efetuados a pessoas jurídicas – optantes pelo Simples Nacional”.


Comunicação OAB/DF – Jornalismo

Construção de uma ponte mais ampla de intercâmbio entre China e Brasil

“Quando se fala na situação econômica brasileira, a cooperação sino-brasileira é assunto indispensável, acredito que a tendência é: as relações China-Brasil melhorarem cada vez mais”. Assim o presidente da OAB/DF demonstrou boas perspectivas aos amigos das relações China-Brasil

Com o desenvolvimento contínuo das relações China-Brasil, o campo da cooperação bilateral econômica e comercial se estendeu de forma ampla e gradual entre os dois países, o que aumentou, cada vez mais, a necessidade de ter serviços jurídicos nas relações comerciais e empresariais China-Brasil. Nesse contexto, surgiu a Coordenação de Relações Brasil-China da Ordem dos Advogados em Brasília – DF (CRBC).

A Coordenação de Relações Brasil-China foi instituída em 3 de fevereiro de 2022 e pertence à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que é a maior organização de advogados do Brasil criada em 1930 e tem uma história de 92 anos.

Na entrevista exclusiva, o presidente Délio explicou com mais detalhes o motivo da criação da coordenação: “A China é muito importante para o Brasil, hoje é a maior parceira comercial do Brasil. A economia brasileira está profundamente ligada à China, a exportação e importação entre os dois países cresceram nos últimos anos. A China é a maior parceira comercial e importadora do Brasil nos últimos 13 anos. Ainda que seja no contexto da pandemia, o comércio Brasil-China estabeleceu um novo recorde de US$ 138 bilhões em 2021, e a tendência de cooperação entre os dois países ainda é maior. Por exemplo, 30% das sojas brasileiras são destinadas à exportação à China. Além da cooperação econômica e comercial, China e Brasil podem dialogar no âmbito acadêmico, cultural e jurídico.” Esses, também, são meios eficazes para promover entendimento mútuo e diálogo entre os países.

Em relação às funções da Coordenação de Relações Brasil-China da Ordem dos Advogados em Brasília – DF (CRBC), o presidente Délio assim afirmou a este jornalista: “Nosso objetivo é construir ponte entre os dois países, Brasil e China já tiveram amadurecimento na cooperação entre si em economia, comércio, ciência e tecnologia, e nossa profissão jurídica pode fornecer mais assistência na implementação de projetos bilaterais. Estamos dispostos a ajudar os dois países. Os advogados podem utilizar os seus conhecimentos juridicos para garantir mais segurança jurídica aos investidores chineses.

Durante a entrevista, o presidente Délio, também, apresentou Fernando Gu, Presidente da Coordenação das Relações Brasil-China, advogado de ascendentes chineses. Fernando disse este jornalista que, nos casos em que se tratou, é comum haver desconhecimento dos assuntos jurídicos e tributários do país que receber investimento externo. “O sistema tributário brasileiro é complexo e complicado, e os investidores chineses tendem a aceitar tudo, sem saberem de seus direitos e obrigações. Muitos empresários chineses sofrem perdas e prejuizos, porque não têm conhecimento de leis locais.”

Fernando disse aos jornalistas que também é membro da Associação dos Advogados da Amizade Brasil-China (AABRACHIN), que, embora as duas instituições sejam de natureza e funções diferentes, estão contribuindo para o intercâmbio e a cooperação jurídica China-Brasil. “Após a criação da Coordenação, tentaremos organizar algumas atividades iniciais neste ano, o que inclui encontro entre juristas e autoridades legislativas e judiciárias, dos dois países, reuniões com empresários brasileiros e etc, com objetivo de fortalecer as relações entre os dois países, acredito que este será um bom começo para ambas as partes entenderem o sistema e os assuntos legais uma da outra.”

2022 é ano eleitoral no Brasil, e os principais candidatos já estão se preparando ativamente para a eleição. Ao falar sobre o impacto da eleição nas relações China-Brasil, o presidente Délio disse que este ano o Brasil enfrenta uma eleição “polarizada”. A competição do ex-presidente Lula e do atual presidente Bolsonaro é inevitável. “Claro que não tem como saber quem vencerá as eleições gerais este ano, mas o certo é que para o Brasil, que vivenciou a pandemia, recuperar e desenvolver a economia o mais rápido possível é a principal prioridade, e, agora, quando se trata da economia brasileira, é inseparável da China. Portanto, não importa quem seja o próximo Administrador do Governo, ele dará grande importância às relações com a China. Nesse ponto, não só o presidente, mas também os novos governadores do Brasil. Os Estados também desenvolverão seriamente as relações com a China e ficarão cada vez melhores.”

Na entrevista, o presidente Délio, também, expressou a sua expectativa de visitar a China. “É uma pena eu ainda não ter ido à China, mas, admiramos a Shanghai International Import Expo há muito tempo, e também conversamos com empresas brasileiras que participaram da Shanghai International Import Expo. sobre nossas impressões na China. Visite a China, especialmente Shanghai.”

A entrevista acima foi publicada no Jornal Shanghai.

Texto: Zhang Junrong

Tradução: Fernando Gu e Zhang Junrong
Fotos: Valter Zica

Comunicação OAB/DF

Alinhamento: Seccional reúne presidentes de subseções

Nesta segunda-feira (21/3), a Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, representada pelo presidente Délio Lins e Silva Jr., pelo diretor-tesoureiro Rafael Martins e pela diretora de Comunicação Raquel Cândido, recebeu presidentes das subseções para discutir a organização de trabalhos e a agenda dos próximos meses.

O objetivo é manter sempre proximidade com os presidentes de subseção para ter um panorama e promover o alinhamento de ideias. Um novo encontro, com uma pauta mais abrangente, está marcado para 1º de abril, no 2º Colégio de Presidentes das Subseções.


Comunicação OAB/DF – Jornalismo
Foto: Maurício P. Araújo

Conselho Pleno: 5ª reunião contou com a presença de desembargador e a posse de novos conselheiros

Nesta quinta-feira (17/3), o Conselho Pleno da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados (OAB/DF) realizou a 5ª Reunião Ordinária, que contou com o desembargador do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), oriundo do Quinto Constitucional, Robson Teixeira de Freitas. O presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva Jr., enalteceu a visita do desembargador e o agradeceu por prestigiar a Seccional. “Sua presença aqui é muito simbólica, sinta-se abraçado pela nossa Casa.”

O desembargador retribuiu as honras e ressaltou a qualidade e a continuidade da parceria com a Seccional. “Agradeço o respeito mútuo em cada uma das nossas interlocuções presidente, diretoria e colegas advogados. Aproveito para reforçar que o compromisso continua sendo de dedicação máxima e de honrar a confiança que os colegas dedicaram a mim.”

Na ocasião, o Conselho Pleno aprovou a inclusão de mais dois conselheiros titulares, que foram empossados logo em seguida. São eles: Maria Margareth Garcia Vieira e Gustavo Andere Cruz.

Texto: Esther Caldas
Fotos: Valter Zica
Comunicação OAB/DF – Jornalismo

1° Colégio de Presidentes de Caixas de Assistências do país é realizado com Eduardo Uchôa como presidente da CONCAD

O Presidente da CAADF e Coordenador Nacional da CONCAD esteve reunido no 1° Colégio de Presidentes de Caixas de Assistências do país. Além dos representantes dos Estados, estiveram presentes o presidente do FIDA, Felipe Sarmento, Cristiane Damasceno, Conselheira Federal e presidente da Comissão da Mulher Nacional, e o presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti.

Beto Simonetti abriu a reunião e reforçou a importância das CAA’s em todo país: “As Caixas de Assistências possuem um papel mais que assistencial, um papel verdadeiramente humanitário”.

Já o presidente da CAADF e CONCAD, Eduardo Uchôa Athayde, destacou a relevância em unir esforços para que todas as Caixas de Assistência possam oferecer, de fato, acolhimento e assistência aos advogados e advogadas.

Na ocasião foi apresentada a campanha contra Assédio na Advocacia, levada por Cristiane Damasceno, além de expandir o tema para Diretorias dentro da CONCAD. Além disso, foram debatidos projetos de saúde, campanhas de vacinação e iniciativas assistenciais para todo Brasil.

OAB/DF oficia CFOAB: pedido visa a conclusão do julgamento da ação de Revisão da Vida Toda

Matéria é de interesse da população e da advocacia previdenciária, mas está suspensa por pedido de destaque do ministro Nunes Marques

STF já havia formado maioria a favor da Revisão da Vida Toda

A Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), por sua Presidência e pela Comissão de Direito Previdenciário e Seguridade Social, encaminhou ofício ao presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti, pedindo peticionamento de questão de ordem, a ser protocolizado quanto ao Tema 1102 do STF, que discute a Revisão da Vida Toda. O intuito é evitar que o tema saia da pauta do STF indefinidamente.

O ofício é assinado pelo presidente Délio Lins e Silva Jr. e pela presidente da Comissão de Direito Previdenciário, Wanessa Aldrigues, e pode ser acessado, na íntegra, aqui. Délio e Wanessa argumentam que esse pedido do ministro “tornou-se um fato preocupante, pois causa um grande prejuízo à sociedade”.

ENTENDA O CASO

Pouco antes do encerramento do plenário virtual do STF, que julgou essa causa, chamada Revisão da Vida Toda, o ministro Nunes Marques apresentou pedido de destaque. Assim, ficou impedida a conclusão da discussão sobre o tema. A matéria terá de aguardar novo agendamento, presencial.

Nunes Marques apresentou o pedido de destaque como é previsto no art. 4º da resolução 642/19/STF para levar a questão ao julgamento presencial, o que acarreta reiniciar tudo novamente.

Em novo julgamento, os ministros poderão apresentar novos votos, sendo possível alterações em relação às decisões que adotaram até aqui. Podem pedir vistas, e assim manter tudo suspenso.

Para a sociedade que aguarda este debate, para a advocacia e seus clientes é um grande atraso, já que a questão estava praticamente decidida com 6 votos favoráveis e 5 contrários. Leia mais aqui. Nunes Marques já era voto contrário por entender que haveria “impacto econômico que seria suportado pela autarquia previdenciária, ao ponto de afetar a sua sustentabilidade econômica a médio prazo”.

Com a Revisão da Vida Toda seria possível aos segurados considerar todas as contribuições anteriores a julho de 1994. A advocacia é a favor desse posicionamento por entender que seria interessante para se obter um benefício mais justo e maior isonomia entre os segurados que começaram a contribuir antes de 1994 e não tiveram esses recolhimentos incluídos em seu cálculo.

Comunicação OAB/DF