OAB atua na defesa de pagamento de precatórios e tem decisão favorável no STF

A OAB Nacional obteve decisão favorável na Ação de Inconstitucionalidade (ADI) 7064, movida em face do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação questiona a constitucionalidade de normas relativas aos regimes fiscal e de pagamento de precatórios, como a Emenda Constitucional 114/2021, conhecida como “PEC do Calote”.  

Em julgamento virtual que terminou na quinta-feira (30/11), o ministro do STF Luiz Fux decidiu parcialmente em favor do Conselho Federal da OAB, bem como da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que também figura como requerente no processo.

Na ação, foi questionada a constitucionalidade de diversas normativas, as quais, de acordo com os requerentes, criam obstáculos para o pagamento de precatórios ao cidadão, “ao autorizar o parcelamento de débitos previdenciários dos Municípios”. Entre elas, estão o § 9º do art. 100 da Constituição Federal; o § 5º do art. 101 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT); o art. 107-A do ADCT; os artigos 3º e 5º da Emenda Constitucional 113/2021; e o artigo 8º da Emenda Constitucional 114/2021. 

Sistema de freios e contrapesos

Em relação ao artigo 6º da Emenda Constitucional 113, por exemplo, Fux acatou os argumentos da OAB. “Aduz a Ordem dos Advogados do Brasil que o estabelecimento de uma comissão de controle externo junto ao Poder Legislativo para avaliação dos precatórios expedidos pelo Poder Judiciário destoa do sistema de separação de poderes posto na Constituição Federal”, afirmou. “Razão assiste à requerente. A Constituição Federal esquadrinha a distribuição de competências em matéria orçamentária de modo a equilibrar o sistema de freios e contrapesos.”

“O regime de precatórios consagra a representação de um modelo estatal de responsabilidade fiscal, guarnecido por elementos como a moralidade e a transparência na gestão do orçamento público. O sistema constitucional que estabelece as regras sobre finanças públicas é enfático ao adotar ditas premissas”, concluiu Fux.  

Outras decisões favoráveis à OAB, na decisão do ministro do STF:

1) Dar a interpretação conforme a Constituição ao caput do artigo 107-A do ADCT, incluído pela Emenda Constitucional 114/2021, para que seus efeitos somente operem para o exercício de 2022

2) Declarar a inconstitucionalidade, com supressão do texto, dos incisos II e III do art. 107-A do ADCT, entre outras. 

3) Reconhecer a inconstitucionalidade, com supressão de texto, dos incisos II e III, e dos §§ 3º, 5º e 6º do art. 107-A do ADCT;

4) Reconhecer a inconstitucionalidade do art. 6º da Emenda Constitucional 113/2021, bem como dos arts. 100, §§ 9º, da Constituição Federal, e 101, § 5º, do ADCT, com redação estabelecida pelo art. 1º da EC 113/21; 

5) Dar a interpretação conforme a constituição ao art. 100, § 11, da Constituição, com redação da EC 113/21, para excluir a expressão “com auto aplicabilidade para a União” de seu texto; 

Leia aqui na íntegra a decisão do ministro Luiz Fux. 

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Jornalismo OAB/DF com informações da OAB Nacional

Vitória da advocacia: após atuação da OAB, MEC suspende liberação de cursos à distância

Após intensa atuação da OAB em conjunto com entidades de outras profissões, o Ministério da Educação publicou, nesta quarta-feira (29/11), uma portaria que suspende os processos que poderiam levar à autorização da existência de cursos de direito à distância no país.

Segundo o presidente nacional da OAB, “a suspensão é uma vitória da advocacia, que não abre mão da qualidade do ensino jurídico no país”. Ele afirma que a Ordem “pleiteia o fechamento dos vários cursos presenciais que funcionam sem ter condições adequadas para formar os alunos e busca também um amplo debate sobre eventual liberação dos cursos à distância”.

“Temos que frear essa indústria que tira dinheiro dos estudantes e não os prepara para um mercado saturado e cada vez mais competitivo”, diz Simonetti.

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Qualificação do ensino do direito pautou ações da OAB

A portaria do MEC suspende os processos de autorização de cursos à distância de direito e de diversas outras áreas, cujas instituições representativas também manifestam preocupação quanto à qualidade da formação que os estudantes têm recebido.

O tema da qualidade das graduações de direito e do ensino jurídico foi também um dos tópicos da Carta de Belo Horizonte, documento final da 24ª Conferência Nacional da Advocacia, realizada de 27 a 29 de novembro de 2023, em Belo Horizonte. Leia aqui a carta.

Jornalismo OAB/DF com informações da OAB Nacional

Educação indígena: escolarização e a etnoeducação é tema de evento da OAB/DF

Nesta quarta-feira (29/11), a Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) promoveu, por meio da Comissão Especial de Defesa do Direito dos Povos Indígenas, o evento “Educação indígena em perspectiva: interface entre a escolarização e a etnoeducação”. O objetivo do encontro foi discutir a inserção, a resistência e as perspectivas indígenas no sistema educacional brasileiro.

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Lançamento do livro “Direito à Educação Indígena — Vozes da Amazônia”

Durante a noite, foi lançado o livro “Direito à Educação Indígena — Vozes da Amazônia”. A obra, de autoria de Igor Barros Santos, é uma compilação de ensaios, entrevistas e narrativas que destacam as experiências e percepções de líderes indígenas, educadores e pesquisadores engajados na promoção da educação nas comunidades da Amazônia. A obra oferece uma visão abrangente dos desafios enfrentados, desde a falta de infraestrutura até a preservação da identidade cultural nas salas de aula.

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Para adquirir o exemplar, acesse: https://www.jurua.com.br/shop_item.asp?id=30271

Filme: “Amazônia Viva”

Em paralelo ao lançamento do livro, foi exibido o filme “Amazônia Viva”. Dirigido por Estevão Ciavatta, da Pindorama Filmes, e conta com 10 minutos de duração, o filme é uma experiência imersiva pela região do Rio Tapajós, que utiliza filmagens em 360° para desvendar um dos lugares mais importantes do planeta e, assim, aproximar a Amazônia cada vez mais das pessoas. A cacica Raquel Tupinambá — da comunidade de Surucuá, onde também é respeitada liderança indígena — faz as honras da casa e guia o espectador durante a viagem virtual totalmente interativa por um dos biomas mais relevantes e bonitos.

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Debate: educação indígena

Na ocasião, a Comissão convidou especialistas no tema para abordarem sobre o direito à educação indígena como ferramenta de autonomia política e social nas práticas formativas dos povos originários, tanto no Ensino Fundamental, quanto no Médio e Superior. Um dos convidados foi Potyra Terena, pedagoga da Secretaria de Educação do Distrito Federal.

“Quanto à educação, enfrentei obstáculos de acessibilidade durante minha formação, o que impactou minha trajetória. Embora tenha sido professora em duas escolas especiais, meu caminho pela educação pública federal foi marcado por dificuldades, pois estava situado em uma região onde o acesso era limitado. Apesar disso, continuo comprometida com a educação, produzindo materiais que destacam a diversidade cultural e promovendo práticas inclusivas,” afirmou Potyra.

A pedagoga, observou ainda que é crucial falar sobre e valorizar a riqueza da cultura local. “Na busca por uma educação mais sensível às diferenças culturais, acredito que as universidades precisam repensar suas abordagens. Muitos professores, especialmente no Brasil, enfrentam desafios ao tentar incorporar essas nuances em suas salas de aula. Essa é a minha abordagem pessoal ao ensino, centrada na valorização e promoção da diversidade”, disse.

Jornalismo OAB/DF

Carreiras OAB/DF: abertas as inscrições para o programa de residência jurídica

A Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB/DF) abriu, nesta terça-feira (28/11), o edital para a nova turma do Programa de Residência Jurídica do Carreiras OAB/DF. Desenvolvido especialmente para a jovem advocacia, o projeto proporciona aulas teóricas aliadas à imersão prática em escritórios de advocacia parceiros do programa. O segundo semestre do programa disponibiliza 100 vagas. 

As inscrições estão abertas desde terça-feira, dia 28 de outubro e se estendem até o dia 10 de dezembro, podendo ser realizadas através da página oficial da OAB/DF. Podem se inscrever advogados e advogadas com até cinco anos de inscrição na Ordem, desde que estejam em dia com todas as obrigações do Sistema OAB. Ao total serão 360 horas de curso, sendo 140 de abordagem teórica e 220 de prática em escritórios.  

Segundo Lenda Tariana, vice-presidente da Seccional, “o programa representa uma oportunidade única para a jovem advocacia aprimorar seus conhecimentos teóricos e vivenciar a prática jurídica.”

Acesse o link para se inscrever: https://oabdf.org.br/formulario-residencia-juridica/

Para mais informações, os interessados podem acessar o e-mail carreiras@oab/df.com ou pelo telefone (61) 99659-2570 (WhatsApp).

Jornalismo OAB/DF

Nota de pesar pelo falecimento de Itamar País do Nascimento Ornelas

As diretorias da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) e da Caixa de Assistência dos Advogados do Distrito Federal (CAADF), lamentam o falecimento de Itamar País do Nascimento Ornelas, pai da advogada Carla Eugênia Nascimento.

Neste momento difícil e delicado, a OAB/DF e a CAADF se solidarizam e desejam força, coragem e muita união aos familiares e amigos(as).

Diretoria da OAB/DF
Diretoria da CAADF

Em palestra, OAB/DF orienta sobre direitos de alunos autistas na matrícula e na rematrícula escolar

Nesta terça-feira (28/11), a Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) por meio das Comissões de Defesa dos Direitos das Pessoas com Autismo e de Direito do Consumidor realizou a palestra “O Código de Defesa do Consumidor e a falha na prestação de serviços educacionais para a inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista”, com objetivo orientar os responsáveis por crianças e adolescentes autistas na hora da matrícula e da rematrícula nas escolas particulares.

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O evento abordou questões cruciais, destacando a vulnerabilidade da família como componente mais sensível na relação consumerista. Um dos pontos centrais discutidos foi a necessidade do termo de aditamento contratual, visando compelir a instituição de ensino a fornecer o serviço educacional especializado, conforme estabelecido pela Lei 13.146/15, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência.

A presidente da Comissão de Direito do Consumidor, Aline Torres, afirmou que o evento trouxe uma oportunidade de conscientização e preparação para a efetiva inclusão das pessoas com autismo no ambiente escolar. 

“É comum a resistência de escolas, especialmente nas particulares, para recepcionar o aluno com autismo e, pior, para fazer a correta adaptação curricular, individualizada e adequada para cada caso. Com isso, os pais se veem obrigados a buscar profissional capaz de assessorá-los em demandas, como: análise do contrato escolar — se possui cláusulas específicas que garantem a correta prestação do serviço educacional, em observância às necessidades especiais do aluno com autismo no processo de aprendizagem, se há fornecimento do Plano de Educação Especializado (PEI), ou adequação curricular, monitor especializado, entre outros pontos”, disse Aline Torres. 

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Já Flávia Amaral, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Autismo da OAB/DF, reforçou o papel do Sistema OAB. “A OAB está buscando unir forças e conhecimento das comissões para auxiliar pessoas do espectro autista e suas famílias a ter mais informação e mobilização quanto aos seus direitos, além de gerar a reflexão para encontrar caminhos para a melhoria da inclusão de alunos autistas no ambiente escolar. Nesse sentido, é necessário o debate e questionamentos em reação ao direito do consumidor e o direito dos autistas para a construção da real efetividade das leis”, afirmou Flávia.

Palestra

A palestrante e advogada Ana Cristina Lacerda, especialista em autismo e orientadora educacional especializada em educação especial e inclusiva da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF), falou sobre como os responsáveis por estudantes atípicos poderão fazer valer os direitos deles no processo de matrícula e de renovação do registro escolar, mediante as previsões da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência / Lei 13.146/15).

A palestrante observou a importância da adequação curricular e do PEI de cada aluno. “Crianças autistas, com deficiência ou altas habilidades e superdotação têm o direito a uma adequação do currículo e uma análise criteriosa, que é o Plano Educacional Individualizado. Apesar de as escolas particulares fazerem essa adequação de modo formal, ou seja, com o documento, temos recebidos muitos clientes que, materialmente, percebem que essa adequação é inviável, não funciona, não obedece aos requisitos de marcadores de desenvolvimento. Temos visto uma falha, um vício na prestação de serviço”, finaliza.

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Agenda

Ao término do evento, Flávia Amaral estendeu um convite aos presentes para participarem da iniciativa “Eixão Atípico” da OAB/DF, marcada para o dia 10/12 no Eixão do Lazer, localizado na 109 da Asa Sul, das 9h às 13h. 

O objetivo do projeto é fomentar o convívio entre pessoas diversas, promovendo a redução do preconceito e da discriminação, ao mesmo tempo, em que busca gerar inclusão por meio de atividades destinadas a adultos e crianças. Este encontro configura-se como um momento de confraternização, informação e distribuição de materiais educativos, incluindo cartilhas anti-bullying para crianças e para o público.

Para mais informações sobre o evento, acesse: https://oabdf.org.br/evento/1o-eixao-atipico/

Veja as fotos do evento

Jornalismo OAB/DF

Caso Samira Aline: OAB/DF aprova desagravo público e fará ato em Ceilândia

O Conselho Pleno da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) aprovou na noite desta quinta-feira (23/11) desagravo público à advogada Samira Aline Lima Souza, agredida por policiais militares do Distrito Federal em fevereiro, em Ceilândia. A OAB/DF promoverá um ato público em Ceilândia.

O caso de Samira foi relatado pela conselheira seccional e Diretora de Comunicação Raquel Cândido. Após a decisão do Conselho Pleno, Raquel Cândido comentou: “Conceder o desagravo público à doutora Samira Aline é uma medida mínima que podemos fazer para reparar os imensos danos sofridos por ela e os atos de violência e constrangimento que ela sofreu na porta de sua residência, na sua comunidade, onde ela é tida como uma referência e uma defensora dos direitos de todos por meio da advocacia. Nossa OAB/DF não transigirá nesses atos inaceitáveis cometidos contra uma jovem advogada, mulher que estava ali apenas e tão somente realizando o seu trabalho na defesa dos direitos de seus vizinhos.”

“A doutora Samira Aline foi vítima de uma sequência inadmissível de agressões e de abusos (de autoridade). A OAB/DF irá prosseguir de maneira firme e constante para punir os responsáveis pelas agressões nas esferas cível, penal e administrativas, sem prejuízo do desagravo público”, declarou o procurador-geral de Prerrogativas da Seccional, Inácio Alencastro.

“Desde o primeiro momento que a nossa equipe de Prerrogativas tomou conhecimento dos fatos, entrou em contato com a doutora Samira Aline e, imediatamente, adotou todas as providências que seriam cabíveis. Entendemos ser inadmissível a violência que ela foi acometida. Esta violência escancara um racismo e um preconceito estruturais, seja do ponto de vista do gênero, em relação à mulher; do ponto de vista da cor da pele, por ela ser negra, ou do ponto de vista social, por ser o local uma periferia”, disse o Diretor de Prerrogativas, Newton Rubens, reiterando que a OAB/DF vai manter-se vigilante, atuando firme em respeito às prerrogativas e pelo respeito aos direitos humanos: “Tomaremos todas as providências, civis, criminais e administrativas, em desfavor dessas autoridades.”

Coragem

Na reunião do Conselho Pleno, o presidente Délio Lins e Silva Jr. cumprimentou a advogada pela “postura e coragem” e a convidou a atuar em uma das comissões da OAB/DF. “Sugiro prerrogativas”, afirmou.

Samira Aline que integra a advocacia iniciante e a criminal na Subseção de Ceilândia ficou interessada. “Seria incrível fazer parte de uma comissão que defende a advocacia, como agora acontece comigo. Quando tudo isso passar, vou considerar sim”, comentou. Ela acompanhou a reunião e, após a decisão, agradeceu à advocacia do Distrito Federal pela “solidariedade”. “Desde o primeiro momento, senti que fui abraçada pela OAB/DF”, afirmou.

MEMÓRIA

Há vídeos que foram gravados à época dos fatos e neles é possível ver os PMs usando spray de pimenta na advogada. Um deles puxou a advogada e tentou entrar na casa de uma vizinha dela.

Tudo isso aconteceu em decorrência de uma denúncia feita à PM sobre uma festa em uma das casas na rua em que Samira Aline morava. O que se reclamava era do barulho da festa e da obstrução da rua sem autorização.

“Uma moradora me chamou porque os PMs estavam usando spray de pimenta em geral. E eram apenas 17h, com crianças na rua. Saí e me identifiquei o tempo todo como advogada e com a carteira da OAB na mão. Queria intermediar uma solução pacífica. Mas um PM usou spray contra mim e após tentar entrar na casa de uma moradora, me agarrou e me arrastou. Ele queria entrar na residência sem mandado judicial e sem dar voz de prisão. Eu disse que esse policial estava passando dos limites. Pedi respeito. Tentei, ao máximo, ajudar a resolver o conflito entre moradores e policiais pedindo, por favor, na educação. Não deu. Eles queriam encerrar a festa e só foram embora quando a rua foi desobstruída e equipamentos de som guardados dentro da casa”, explicou a advogada.

Logo após esse episódio acontecer, a OAB/DF apresentou notícia-crime contra o policial acusado de abuso de autoridade.

Jornalismo OAB/DF

35 anos da Constituição: congresso da OAB/DF debate papel das mulheres nos Tribunais Superiores

Comemoração teve por objetivo abordar as conquistas e desafios das mulheres nos tribunais superiores

A OAB/DF (Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil) por meio da Comissão de Advocacia nos Tribunais Superiores promoveu nesta quarta-feira (22/11) um evento sobre o papel das mulheres nos Tribunais Superiores, em celebração aos 35 anos da Constituição de 1988.

O presidente da Seccional, Délio Lins e Silva Jr., abriu o encontro expressando o compromisso da Ordem em promover a paridade de gênero e valorizar as contribuições das mulheres na advocacia.“Nos tribunais superiores e no Sistema OAB, as mulheres têm desempenhado papéis cada vez mais relevantes, ocupando posições de destaque e influência.”

No encontro, Tiago Conde, presidente da Comissão de Advocacia nos Tribunais Superiores da OAB/DF, afirmou que “a atuação destacada das mulheres nos tribunais superiores é não apenas um testemunho das conquistas passadas, mas também uma inspiração para futuras gerações de advogadas a buscarem a excelência em suas carreiras jurídicas.”

Danúbia Souto, coordenadora da Subcomissão STJ/STF da Comissão de Advocacia nos Tribunais Superiores da OAB/DF, destacou a importância fundamental da paridade de gênero no processo decisório do Judiciário.“Para que as decisões do Judiciário sejam efetivamente justas, elas precisam ser tomadas com pluralidade. Somente quando pessoas de diferentes gêneros, raças, crenças e contextos de vida participarem dos julgamentos é que a justiça será efetivamente equânime e inclusiva. Visões diferentes trazem pra roda da Justiça a diversidade que o nosso país carrega na sua essência”, disse.

A representatividade feminina nos Tribunais Superiores

Um dos temas destacados durante o evento foi “Os 35 Anos da Constituição e o Avanço dos Direitos das Mulheres”, com uma palestra da advogada Andrea Magalhães. Durante sua apresentação, Andrea ressaltou que, desde a aposentadoria da Ministra Rosa Weber, a representação feminina no topo do Judiciário brasileiro é de apenas 9%. “Esse índice é o mais baixo entre todos os países da América Latina, Caribe e Península Ibérica, exceto a Argentina, conforme apontam dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).”

Segundo Andrea, “a situação se reflete também no Congresso Nacional e no Poder Executivo, apesar das vagas ociosas e do discurso progressista.” A ausência de representatividade dificulta a reversão do machismo estrutural nas instituições brasileiras e a superação de vieses decisórios de gênero.”

Em sua abordagem, a advogada mostrou que, embora tenham sido mencionados alguns avanços normativos e jurisprudenciais, como cota para promoção de magistradas e leis de igualdade salarial, grandes retrocessos, como o aumento de vítimas de feminicídio, violência doméstica e avanços conservadores no Congresso, ainda persistem.

“A inclusão feminina, medida por indicadores como mercado de trabalho, mobilidade, remuneração, aposentadoria e empreendedorismo, não se limita a ações afirmativas ou combate ao feminicídio, abrangendo uma gama de direitos. O direito à creche, por exemplo, impacta não apenas a inserção da mulher no mercado de trabalho, mas também questões previdenciárias, patrimoniais e criminais. A presença feminina nos tribunais superiores é fundamental para identificar e abordar essas nuances”, pontuou Andrea. 

Julgamentos Virtuais nas Cortes Superiores: Avanços e Retrocessos

Já no painel “Julgamentos Virtuais nas Cortes Superiores: Avanços e Retrocessos”, a advogada Camila Nascimento de Souza, destacou o papel fundamental que as mulheres desempenharam nos últimos 35 anos nos Tribunais Superiores na interpretação e aplicação da Constituição brasileira. “As mulheres em posições de destaque nesses tribunais exercem papéis cruciais como modelos e líderes, influenciando não apenas as decisões judiciais, mas também promovendo uma cultura jurídica mais sensível às questões de gênero dentro do sistema judiciário”, analisou.

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Segundo ela, “a presença feminina nesses tribunais trouxe uma abordagem mais inclusiva na interpretação constitucional, resultando em análises mais sensíveis às questões de gênero, reconhecendo as nuances e desafios específicos enfrentados pelas mulheres na sociedade.”

Lançamento do livro “Controvérsias no Direito Tributário Contemporâneo”

No encerramento do congresso, aconteceu o lançamento do livro “Controvérsias no Direito Tributário Contemporâneo”. A obra, coordenada pelos advogados Thabitta Rocha e Bruno Teixeira, foi apresentada pelo presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva Júnior.

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O livro oferece à comunidade jurídica as mais recentes discussões em direito tributário. Essas discussões são enriquecidas com doutrina e jurisprudência, sem perder de vista a análise crítica característica dos operadores do direito. Para adquirir o livro, acesse aqui.

Jornalismo OAB/DF

Entrega de carteiras: 57 novos profissionais são recebidos na OAB/DF

Em uma cerimônia solene realizada no auditório da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), nesta quinta-feira (23/11), 57 novos advogados e advogadas foram recebidos nos quadros da Ordem. Onde se comprometeram a seguir o Código de Ética e Disciplina da OAB.

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Na ocasião, o presidente da Casa, Délio Lins e Silva Júnior, ressaltou a importância dos novos advogados permanecerem constantes ​​e dedicados aos valores essenciais da liberdade e democracia em sua jornada profissional.“Essa Casa é o templo da liberdade e democracia. E é com esse pensamento e intuito que seguiremos em frente, lutando pela liberdade, democracia e pelo juramento que vocês não devem esquecer jamais. Se lembrem todos os dias do que declararam nessa cerimônia, principalmente quando desanimarem,” declarou.

Pedro Azambuja de Souza Thompson Flores, orador da turma, lembrou aos colegas da grande responsabilidade de exercer a advocacia com ética. Ele enfatizou que “o advogado deve estar conscientes da importância, acima de tudo, da ética no exercício da advocacia.”

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Ele finalizou sua fala observando os desafios da carreira na advocacia e encorajando seus colegas. “Assim como qualquer profissional liberal recém-empreendendo os desafios iniciais de sua carreira, nós, advogados, também estamos sujeitos a esses desafios. Portanto, nessa nova profissão, sejamos corajosos na busca pela justiça, pela legalidade e pela defesa da justiça, seja por meio da lide ou extrajudicialmente, sempre zelando pela ética de nossos atos”, disse o orador.

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Nesse contexto, o paraninfo da turma, Francisco Thompson Flores, ressaltou o papel fundamental dos advogados como elementos essenciais na promoção da administração da justiça. “Gostaria de ressaltar que a sociedade clama pela chegada de vocês. Isso é, pois, a sociedade exige a chegada de novos profissionais capacitados, atualizados e aptos a enfrentar os mais variados desafios que este ritmo de mudanças nos revela, dia após dia. Nós, advogados, somos indispensáveis ​​na administração da justiça e, como tal, devemos ser vigilantes e atuantes no combate aos mais variados problemas vivenciados nos tempos atuais”, analisou.

Jornalismo OAB/DF

OAB/DF Promove a 2ª Edição do Projeto “Papo Legal”

A Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), por meio de sua Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, Adolescente e Juventude, realizou nesta terça-feira (21/11) a 2ª edição do projeto “Papo Legal”. O evento contou com a participação de alunos do Centro Educacional 04 do Guará e da Coordenação Regional de Ensino do Guará.

Durante o encontro, foram discutidos temas pertinentes à realidade dos jovens, abrangendo questões como violência, bullying, abuso sexual, além de assuntos mais contemporâneos, como inteligência artificial e segurança na internet.

A Lei Henry Borel e a alienação parental foram abordadas de maneira acessível, proporcionando uma compreensão mais profunda aos jovens presentes sobre seus direitos e a legislação que os resguarda. O evento possibilitou que os adolescentes compartilhassem experiências pessoais, tanto individuais quanto relacionadas ao ambiente escolar.

O presidente da Comissão, Charles Bicca, destacou a importância do projeto para as crianças e adolescentes. “O evento não apenas forneceu informações valiosas, mas também concentrou-se em ouvir e capacitar os adolescentes, fornecendo ferramentas para que exerçam seus direitos em qualquer contexto e diante de qualquer pessoa. Com base na premissa de que, embora a Constituição Federal assegure absoluta prioridade aos direitos da criança e do adolescente, essas vozes muitas vezes não são ouvidas.”

Segundo Marcia Tranquillini, vice-presidente da Comissão, “este projeto alcança diretamente os adolescentes que têm o poder de fazer a diferença. Parabéns aos alunos que demonstram grande interesse no ‘Papo Legal'!”

Krisley Queiróz, secretaria-geral da Comissão, pontuou que “a iniciativa concede aos jovens a oportunidade de ter um espaço de fala ao instigar a participação desse público em debates sobre temas importantes para nossa sociedade. Promover reflexão, conhecimento e fomentar o protagonismo nos adolescentes, valendo-se de espaço e linguagens próprias dos jovens, é nossa missão.”

Durante o evento, a diretoria da Comissão entregou aos alunos presentes uma Cartilha de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, elaborada pela própria Comissão, contendo diversas dicas de proteção.

Jornalismo OAB/DF