ESA/DF ao vivo: professor defende cautela aos empregadores neste momento de crise

Em transmissão ao vivo pelo Instagram da OAB/DF e da ESA/DF, na manhã desta segunda-feira (30/3), o professor de Direito Gaudio de Paula analisou os efeitos de uma eventual aplicação do artigo 486 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) durante o período de vigência das medidas restritivas contra o Covid-19. O dispositivo delega ao governo arcar com o pagamento de indenizações trabalhistas em casos de demissões que tenham sido consequência de paralisação temporária ou definitiva do trabalho por ato de governo municipal, estadual ou federal.

Mediada pelo presidente da Comissão de Direito do Trabalho e Sindical da OAB/DF Fernando Abdala, a live é a segunda realizada pela Escola Superior de Advocacia da OAB/DF (ESA/DF) como piloto de um projeto de ensino à distância, que foi antecipado em razão da necessidade de isolamento social. O objetivo é oferecer alternativas de conhecimento de qualidade à advocacia, sem necessidade de deslocamento, e discutir as questões relacionadas à pandemia que impactam diferentes campos do Direito.

Polêmica
A polêmica sobre a aplicação do artigo da CLT surgiu na última sexta-feira, quando o presidente Jair Bolsonaro citou o 486 para afirmar que prefeitos e governadores que decretaram o fechamento do comércio e de serviços por causa da pandemia do coronavírus terão de pagar indenização aos trabalhadores eventualmente prejudicados. A fala se insere em contexto de atritos políticos entre o presidente da República e os chefes dos executivos estaduais e municipais.

O professor Gaudio de Paula explicou que a situação nos coloca diante a denominada “Teoria do Fato do Príncipe”, segundo a qual a Administração Pública não pode causar danos ou prejuízos aos seus administrados, ainda que em benefício da coletividade. Porém, se esses prejuízos forem inevitáveis, surge a obrigação de indenizar. “Este conceito parece se enquadrar como uma luva em relação a essas determinações. É um ato estatal que provocou ruptura: não há como a atividade continuar em determinados setores, como os restaurantes, por exemplo. Há uma prevalência, entretanto, do entendimento de que não seria o caso de invocar este instituto, porque nestes atos praticados pelo estado há uma margem de discricionaridade”, explicou.

Para Gaudio, há, portanto, “argumentos para defender o Fato do Príncipe, assim como para rechaçar”. “Para aqueles que admitem, é preciso considerar que efeitos teriam. Se o operador decide realizar a dispensa, precisa ter em mente que está assumindo o risco de, em juízo, ser condenado a pagar aquilo que achou que não devia”, disse.

Para ele, o mais adequado no momento é a cautela. “Nenhum tipo de afirmação pode ser considerada solução definitiva. Não existem respostas simples para os problemas que estamos vivendo. Talvez o mais adequado seja pensar naquilo que seria mais estratégico e urgente para cada empreendedor”, aconselhou ele.

O conselheiro Fernando Abdala também destacou a importância da cautela neste momento. “Sem dúvida nenhuma, a insegurança jurídica é o que hoje predomina para o empregador”, comentou.

Atendimento remoto é prorrogado até 17 de abril

A OAB/DF prorrogou até 17 de abril o regime de atendimento remoto na Seccional, na Subseção de Taguatinga, na Fundação de Assistência Judiciária e no Clube dos Advogados. As medidas estão em vigor desde a última semana, em consonância com as ações emergenciais adotadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) e pelo Poder Judiciário para diminuir os impactos da pandemia do coronavírus causador da Covid-19.

Para facilitar o cotidiano da advocacia e viabilizar a atuação dos profissionais no amplo direito de defesa dos cidadãos, está em funcionamento desde o dia 16 de março um portal de serviços online. Pela plataforma, que integra o programa OAB Digital e teve seu lançamento antecipado em razão das medidas emergenciais contra o coronavírus, é possível solicitar inscrições de advogado, estagiários, certidões, baixa de impedimento, comunicações de cargo público, ingressos em comissões e licenciamentos ou cancelamentos de inscrições, bem como cancelamentos de licenciamentos.

O portal oferece também os serviços de justificativa eleitoral no sistema OAB e permite acompanhar as solicitações, além de receber ocorrências de violação de prerrogativas e de manifestações pela Ouvidoria Geral. A sede da OAB/DF permanecerá funcionando em regime de plantão por meio de atendimento remoto das 13h às 19h.

Salas de Apoio
A norma altera ainda o funcionamento das salas de apoio localizadas no Complexo Penitenciário da Papuda e na Penitenciária Feminina do Distrito Federal. As salas passarão a funcionar de acordo com a portaria conjunta da OAB/DF e da Subsecretaria do Sistema Penitenciário da Secretaria de Segurança Pública (Sesipe).

Firmada na última sexta-feira (20/3), a portaria conjunta define o horário de atendimento de advogados e advogadas aos internos de 13h30 às 17h30 e restringe as entrevistas apenas aos profissionais da advocacia que agendarem previamente pelo sistema Agenda OAB. A norma define apenas dois atendimentos por bloco de cada unidade prisional, com entrevista de apenas um interno por horário, não podendo ultrapassar uma hora de duração.

A portaria da OAB/DF desta sexta-feira mantém suspensos os atendimentos ao público nas salas de apoio instaladas nos seguintes locais:

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
Cartório de 7o Ofício de Notas, em Samambaia
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE)
Procuradoria Geral da República
Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-DF)
Superior Tribunal de Justiça (STJ)
Supremo Tribunal Federal (STF)
Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF)
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF)
Subseções com sede própria
Departamento de Polícia Especializada da Polícia Civil (DPE)
Edifício Ok Office Tower
Terminal de Integração de Vans
Clube da Advocacia
Fundação de Assistência Judiciária (FAJ)

As subseções e as salas de apoio localizadas nos tribunais diversos dos elencados acima funcionarão de acordo com o horário de atendimento das respectivas cortes.

Serviço:
Telefone geral: (61) 3036-7000
E-mail: [email protected]
Portal de Serviços OAB/DF Digital: www.oabdf.org.br/oabdfdigital
Central de Alvarás: [email protected]

Confira a íntegra da portaria.

Santa Cruz abre série de lives da ESA/DF no Instagram

Ao inaugurar, na manhã desta sexta-feira (27/3), o programa de transmissões ao vivo no Instagram da Escola Superior de Advocacia do Distrito Federal (ESA/DF), o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, anunciou que pediu à Presidência da República a inclusão da advocacia privada no rol de atividades e serviços públicos essenciais neste período de enfrentamento ao coronavírus causador da Covid-19.

Ao lado do presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva Junior, em transmissão cada um em sua casa, Santa Cruz falou sobre esta e outras medidas que a Ordem vem adotando em razão dos perigos da doença. Délio Lins também detalhou as ações que a diretoria da Seccional têm buscado garantir junto ao Judiciário e aos órgãos administrativos para proteger a advocacia e a sociedade. Desde as primeiras medidas de enfrentamento ao coronavírus, a OAB/DF enviou 52 ofícios a tribunais e órgãos administrativos e de governo.

Délio Lins anunciou ainda a prorrogação até 17 de abril do atendimento remoto na Seccional, na Subseção de Taguatinga, na Fundação de Assistência Judiciária e no Clube dos Advogados. As medidas estão em vigor desde a última semana, em consonância com as ações emergenciais adotadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) e pelo Judiciário para diminuir os impactos da pandemia.

Entre as medidas do Conselho Federal anunciadas na transmissão, Santa Cruz defendeu a ampliação da abrangência do decreto presidencial 10.292/2020. A norma reconhece como serviço essencial apenas as atividades de representação judicial e extrajudicial, assessoria e consultoria jurídicas exercidas pela advocacia pública. “Queremos incluir a advocacia privada, cujo trabalho é elementar para o atendimento das necessidades inadiáveis da população no tocante à obtenção da prestação jurisdicional. Se o pleno acesso à Justiça não estiver disponível, coloca em perigo a sobrevivência, a saúde e a segurança da população”, disse ele, que anunciou também a primeira reunião, nesta sexta-feira, do Comitê de Crise Covid-19, criado pelo Conselho Federal. Délio Lins lembrou que no Distrito Federal a atividade da advocacia privada não entrou no rol de atividades comerciais que o governador limitou. 

Recursos
Outro ponto discutido na live foram os alvarás. Délio Lins lembrou que conseguiu garantir prioridade na expedição de alvarás junto ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e no Tribunal Regional do Trabalho da 10a Região (TRT-10). Santa Cruz lembrou o esforço do Conselho Federal no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio do conselheiro federal da OAB/DF Francisco Caputo, para garantir que a medida valesse em todo o território nacional. “A situação da advocacia é muito variada: existe uma que pode aguardar o momento crítico passar e existe outra mais sofrida, nossos colegas mais novos, e para eles precisamos buscar soluções”, disse Santa Cruz.

O presidente do Conselho Federal também falou que está em debate a possibilidade de pedir ao  CNJ a liberação dos prazos do PJe. “Sabemos que a tendência é uma escalada de busca pelo Judiciário neste período”, justificou.

O presidente da OAB/DF destacou que o assunto ainda divide a classe, o que torna o debate necessário. “Essa decisão é difícil porque as coisas vão evoluindo a cada dia e estamos diariamente refazendo as análises. Há três dias entendíamos que é não é hora do processo eletrônico voltar a correr prazo, mas tenho visto a classe dividida. Todos os dias recebo pedidos para que atuemos para liberar os prazos. Ao mesmo tempo, diariamente recebo pedidos para que permaneçam suspensos”, explicou.

Santa Cruz lembrou ainda que o Conselho Federal liberou recursos às seccionais para apoiar as ações contra o coronavírus e flexibilizou o pagamento das anuidades. “Vínhamos com uma política de austeridade, mas tivemos de agir, porque as seccionais são os espaços de enfrentamento dos problemas no cotidiano”. Délio Lins destacou que a Seccional obteve junto ao Banco de Brasília (BRB) linha de credito para apoiar a advocacia.

Ensino à distância
As transmissões ao vivo integram o projeto de modernização da ESA/DF iniciado no ano passado. Antecipadas para oferecer alternativas de conhecimento à advocacia neste período de isolamento social, as lives funcionarão como piloto de um projeto de ensino à distância que está sendo desenvolvido pela Escola e que será oferecido pela primeira vez na história da ESA/DF e da OAB/DF. “Essas lives são a primeira expressão do mergulho que a ESA/DF pretende dar no ensino à distância. Então, vamos aproveitar este difícil momento para, de um lado, proporcionarmos à advocacia acesso a conhecimento e, de outro, fazermos disso o piloto de um projeto de ensino à distância em que já vínhamos trabalhando”, explica o diretor da ESA/DF, Fabiano Jantalia.

As lives ocorrerão às segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 10h, no Instagram da OAB/DF e da ESA/DF, com participações de um professor e de um dirigente da Seccional. Serão abordados temas como, por exemplo, o planejamento financeiro em momentos de crise para auxiliar advogados e advogadas na organização da carreira neste período de pandemia.

Na segunda-feira (30/3), a live será sobre as questões trabalhistas decorrentes das Medidas Provisórias 927 e 928, publicadas nesta semana, com o presidente da Comissão de Direito do Trabalho e Sindical, Fernando Abdala, e o professor da ESA/DF, Gaudio de Paula. Estão previstas também lives sobre os impactos das medidas de isolamento social na violência doméstica e no sistema prisional.

 

Comunicação OAB/DF
Texto: Ana Lúcia Moura

Nota de pesar pelo falecimento de Genesco Resende Santiago

 
A OAB/DF lamenta profundamente o falecimento do advogado Genesco Resende Santiago. Sócio responsável por demandas individuais, controle de atuação e logística do contencioso do escritório Cajaty e Santiago, Genesco Santiago era conhecido por seus modos simples, sua generosidade e sua luta intransigente pelo justo e o correto. 
 
À família, aos amigos e colaboradores, a OAB/DF externa solidariedade e condolências.

ESA/DF ao vivo: Escola oferecerá lives no Instagram para levar conhecimento gratuito à advocacia

O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, inaugurará uma série de lives que a Escola Superior de Advocacia da OAB/DF (ESA/DF) fará no Instagram para oferecer à advocacia conhecimento gratuito e de qualidade neste período de medidas emergenciais para conter o coronavírus causador da Covid-19.

Ao lado do presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva Junior, em participações cada um na sua casa, o dirigente do Conselho Federal falará, nesta sexta-feira (27/3), sobre o papel da Ordem durante a pandemia. A partir de segunda-feira (30/3), outros especialistas estarão na rede discutindo temas que impactam diferentes campos do Direito neste momento.

As transmissões ao vivo integram o projeto de modernização da Escola iniciado no ano passado, e foram antecipadas para oferecer alternativas de conhecimento à advocacia neste período de isolamento social. As lives funcionarão como piloto de um projeto de ensino à distância que está sendo desenvolvido pela Escola.

“Essas lives são a primeira expressão do mergulho que a ESA/DF pretende dar no ensino à distância. Então, vamos aproveitar este difícil momento para, de um lado, proporcionarmos à advocacia acesso a conhecimento e, de outro, fazermos disso o piloto de um projeto de ensino à distância em que já vínhamos trabalhando”, explica o diretor da ESA/DF, Fabiano Jantalia.

O dirigente destaca que esta é primeira vez na história da ESA/DF e da OAB/DF que o conhecimento será oferecido à distância e de forma gratuita. “É uma ação social que estamos tentando empreender em todos os sentidos, não só porque democratizamos acesso ao conhecimento como também estamos fornecendo um conhecimento gratuito numa época importante para a advocacia”, complementa Fabiano Jantalia.

Temáticas
As lives ocorrerão às segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 10h, no Instagram da OAB/DF e da ESA/DF, com participações de um professor e de um dirigente da Seccional. Serão abordados temas como, por exemplo, o planejamento financeiro em momentos de crise para auxiliar advogados e advogadas na organização da carreira neste período de pandemia. Na segunda-feira (30/3), a live será sobre as questões trabalhistas decorrentes das Medidas Provisórias 927 e 928, publicadas nesta semana, com o presidente da Comissão de Direito do Trabalho e Sindical, Fernando Abdala, e o professor da ESA/DF, Gaudio de Paula.

Estão previstas também lives sobre os impactos dos atos de isolamento social na violência doméstica e no sistema prisional. “Neste projeto piloto, estamos procurando priorizar o conhecimento que é mais importante e urgente neste momento. Todas as transmissões ao vivo que faremos terão por mote a transmissão de conhecimento rápido, fácil, acessível, de uma maneira resumida, para que os advogados possam enfrentar melhor este momento”, esclarece o diretor da ESA/DF.

Modernização
As lives piloto do projeto de ensino à distância se inserem num contexto maior de ações de modernização da ESA/DF e da própria OAB/DF. Desde o ano passado, a Escola tem passado por um processo de reformulação. As instalações físicas foram reformadas, os processos administrativos reformulados e um novo portfólio de cursos adotado.

As próximas entregas, além de uma plataforma de ensino à distância, serão um novo site, no próximo mês, em fase final de desenvolvimento, e a contratação de um sistema de gestão educacional que vai permitir aos alunos gerirem seus próprios conteúdos, terem acesso aos certificados e aos seus cursos anteriores.

“Estamos reposicionando a ESA/DF para que ela cumpra um papel mais proativo e útil na carreira dos nossos alunos. Essa gestão tem procurado estabelecer a Escola como um dos mecanismos de contrapartida da OAB/DF que a advocacia deve ter. A gente enxerga a ESA/DF como um mecanismo para democratizar o acesso ao conhecimento, porque a gente ministra conhecimento com alta qualidade a um preço muito mais acessível que nos encontrados no mercado”, conclui Fabiano Jantalia.

Serviço
Live inaugural da ESA/DF
Participantes: Felipe Santa Cruz, presidente do Conselho Federal da OAB, e Délio Lins e Silva Junior, titular da OAB/DF
Horário: 10h
Onde: no Instagram da OAB/DF (@oabdf)

OAB/DF propõe ao GDF que moradores de rua sejam abrigados em locais com condições para evitar o contágio pelo coronavírus

A OAB/DF propôs ao governador Ibaneis Rocha que as pessoas em situação de rua, especialmente os aglomerados no Setor Comercial Sul, sejam abrigados em locais com higiene e alimentação adequadas, podendo ser escolas, ginásios e até mesmo o Estádio Nacional Mané Garrincha. No pedido, feito na segunda-feira (23/3) pelo presidente Délio Lins e Silva Junior e o diretor tesoureiro Paulo Maurício Siqueira, a Seccional ofereceu apoio para colaborar com o Governo do Distrito Federal (GDF) em ações, grupos de trabalho e quaisquer diligências necessárias.

O pedido da OAB/DF se baseia no acompanhamento que a Seccional tem feito das ações do Instituto Cultural e Social No Setor. A OAB/DF alertou, no pedido, que a organização tem atendido um volume cada vez maior de pessoas em situação de rua no Setor Comercial Sul, que deixaram se ser assistidas com refeições normalmente doadas pelos restaurantes. Os estabelecimentos foram fechados em cumprimento às medidas para evitar aglomerações e a consequente disseminação do novo coronavírus. “São graves os efeitos colaterais da pandemia na população de rua do DF”, afirmou Délio Lins.

Desde o último dia 16, o diretor social do Instituto, Rogério Barba tem se reunido com a Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal para debater a situação. De lá para cá, foram arrecadados alimentos, itens de higiene pessoal e até banheiros químicos pela entidade. “O governo tem aberto muitas portas para a escuta ativa e atuado acertadamente para proteger a sociedade dos riscos da exposição ao vírus, porém é preciso uma ação específica para a população em situação de rua. Neste momento, boa parte do voluntariado que usualmente a assiste, está em casa seguindo as orientações para frear o avanço da doença”, complementou Paulo Maurício, coordenador do Comitê de Gestão Emergencial do Covid-19 da OAB/DF.

Os dirigentes da OAB/DF explicaram que, neste momento, o Setor Comercial Sul, através da organização de Rogério Barba, é uma das poucas áreas que oferta assistência a esta população, e, por isso, começa a concentrar e aglomerar pessoas em busca deste auxílio. “Apesar do trabalho integrado das pessoas que compõem o Instituto e da liderança de Rogério Barba neste processo, não há equipe, recursos e muito menos informações suficientes para coordenar a quantidade de pessoas em situação de vulnerabilidade que estão clamando por ajuda no local neste momento. É fundamental o apoio do GDF”, concluiu o presidente da Seccional.

 

Comunicação OAB/DF
Imagem do destaque: Pedro Ventura/Agência Brasília/GDF

 

 

 

Central vai auxiliar a advocacia nas novas regras de expedição de alvarás garantidas pela OAB/DF junto ao Judiciário

A OAB/DF instalou uma central para auxiliar a advocacia no pagamento de alvarás, após a adoção de novas regras pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e também pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10a Região (TRT-10) para prevenir o coronavírus causador da Covid-19.

As normativas são resultado de vitória da Seccional, que conseguiu garantir junto às duas Cortes prioridade na expedição de alvarás e de outras medidas que impactam na remuneração direta de advogados e advogados, como pedidos de levantamento de importância de dinheiro ou valores, substituição de garantias e liberação de bens apreendidos, pagamento de precatórios, Requisições de Pequeno Valor (RPVs) e guias de depósito. No TJDFT, as medidas estão reguladas pela Portaria Conjunta número 33/2020. No TRT-10, pelo Ato Conjunto 1/2020.

O pedido de inclusão destes atos entre os que devem ser tratados como prioritários pelo Judiciário durante o período de pandemia foi articulado também pelo Conselho Federal da Ordem, com participação da OAB/DF, junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Na última sexta-feira (20/3), os conselheiros aprovaram resolução uniformizando as diferentes medidas adotadas pelas cortes nos estados para evitar a disseminação do Covid-19.

“Passamos todos os dias da semana passada batalhando nos tribunais e no CNJ para que a expedição dos alvarás fosse garantida como prioritária, assim como outras medidas que vão para além da advocacia e impactam toda a sociedade. Quem tem algum alvará a receber e não dispõe de outros meios de renda, vai sobreviver deles neste período de pandemia. Então, a medida era essencial”, comenta o presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva Junior.

Pelas novas regras do TJDFT e TRT-10, advogados e advogadas devem peticionar nos autos indicando as contas bancárias, valores, percentual dos clientes e dos honorários, CPFs e demais informações necessárias. Em razão do fechamento das agências bancárias, os magistrados expedirão os alvarás ou liberarão os valores de forma eletrônica e enviarão diretamente aos bancos também por meio digital. A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o Banco de Brasília (BRB) estão cientes da medida.

Pela central da OAB/DF, advogados e advogadas podem tirar dúvidas sobre as novas regras sem precisarem sair de casa. O contato é pelo e-mail: [email protected].

Atendimento da advocacia no Núcleo de Custódia da PM será feito somente por agendamento ao telefone

Em portaria conjunta, a OAB/DF e a Polícia Militar do Distrito Federal definiram como deve ser o agendamento do atendimento de advogados e advogadas aos custodiados do Núcleo de Custódia da PM durante o período de pandemia do coronavírus causador da Covid-19. Inicialmente as medidas valem até 6 de abril, mas podem ser prorrogadas por mais dias, a depender das medidas emergenciais adotadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) e o Ministério da Saúde para conter a propagação do vírus.

Pela normativa assinada nesta segunda-feira (23/3), os profissionais da advocacia devem solicitar o agendamento exclusivamente pelo telefone (61) 99609-6671, preferencialmente por intermédio do aplicativo Whatsapp, até às 17h do dia anterior ao horário solicitado. A confirmação dependerá da disponibilidade de horário.

Serão disponibilizados cinco horários diariamente, com intervalos entre eles para assepsia da sala de entrevista. Será limitado, por horário, um atendimento com duração de 60 minutos. Fica assegurado ao interno o direito de ser entrevistado por seu representante legal uma vez por semana mediante disponibilidade de vaga. Estão suspensos os atendimentos de advogados e advogadas não agendados previamente. 

Assinada pelo presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva Junior, e o comandante do 19o Batalhão da PM, Fabiano de Oliveira Ananias, a portaria determina ainda que o advogado ou a advogada que apresentar qualquer um dos sintomas da Covid-19 não poderá, em nenhuma hipótese, entrar nas dependências do 19° Batalhão de Polícia Militar, onde fica o Núcleo de Custódia da corporação.

 

Comunicação OAB/DF
Texto: Ana Lúcia Moura
Imagem do destaque: Gabriel Jabur/Agência Brasília/GDF

 

Entidades pedem ao TJDF que presos do semiaberto fiquem em prisão domiciliar para evitar colapso dos presídios com Covid-19

A OAB/DF, a Defensoria Pública do Distrito Federal, o Instituto de Garantias Penais (IGP), a Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim) e a Associação Nacional dos Advogados Criminalistas (Anacrim) pediram ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) que atenda a recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de antecipar a progressão dos apenados do regime semiaberto para o aberto.

O pedido de habeas corpus coletivo é destinado aos internos que alcançarem em até 120 dias os requisitos para a progressão, sobretudo aqueles que se enquadrem nos grupos de risco para o coronavírus causador da Covid-19, entre os quais estão gestantes, lactantes, mães ou responsáveis por crianças de até 12 anos, pessoas com deficiência, idosos e indígenas. Nestes casos, ou seja, de antecipação da progressão, deve ser estabelecida a prisão domiciliar, segundo o pedido das entidades.

Para a OAB/DF e as quatro instituições autoras do pedido, a medida é necessária para evitar o colapso que o Covid-19 pode causar aos internos do sistema penitenciário do Distrito Federal, que soma hoje cerca de 17 mil encarcerados. “O sistema penitenciário do DF tem a 3ª pior porcentagem de superlotação carcerária do país e se enquadra perfeitamente nos critérios da recomendação do CNJ”, justifica o presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva Junior. “Confinar ainda mais os presos só vai agravar o quadro de expansão da doença, cujas perspectivas de controle já são difíceis diante da carência de estruturas sanitárias adequadas”, acrescenta.

No último sábado (21/3), a juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal (VEP/DF), adotou medida contrária à recomendação. A magistrada decidiu suspender todas as saídas temporárias de presos, devido ao risco de transmissão do coronavírus. A decisão inclui as saídas quinzenais, inclusive as previstas para o período de 9 a 13 de abril; as saídas para trabalho externo; para cuidados terapêuticos, caso dos internados na Ala de Tratamento Psiquiátrico; e o trabalho interno de presos idosos.

“A situação de calamidade gerada pela pandemia faz com que o sistema penitenciário do DF seja um ponto de contaminação e propagação do Covid-19, caso ocorra a contaminação de qualquer das pessoas que estão em contato com o sistema”, afirma o defensor público das Tutelas Coletivas da Defensoria Pública do Distrito Federal, Werner Rech.

Ele alerta que “a situação do nosso sistema penitenciário é muito diferente dos países europeus, onde a superlotação não chega nem perto dos índices que temos por aqui. “É importante diminuir o máximo e o mais breve possível a aglomeração nas unidades prisionais, pois se trata de um contingente de pessoas com baixa imunidade e sem alternativa de locomoção para se isolar”, defende.

Saída antecipada
No último dia 17, o CNJ recomendou aos magistrados com competência sobre a execução penal que concedam saída antecipada dos regimes fechado e semiaberto para reduzir os riscos epidemiológicos. A recomendação é destinada sobretudo aos presídios com ocupação superior à capacidade e aos internos de grupos de risco. “A diretriz principal do pedido impetrado está em plena harmonia com a recomendação do CNJ”, afirma o presidente da Anacrim, Bruno Espiñeira Lemos. “O habeas corpus coletivo demonstra a preocupação da OAB/DF, do IGP, da Abracrim e da Anacrim com a saúde da população carcerária do DF, de seus familiares e de toda a sociedade”, acrescenta.

Sobre os pedidos de antecipação de progressão, a magistrada entendeu que devem ser feitos caso a caso. “Análises individuais e burocráticas não respeitam o cenário emergencial, tornando a recomendação do CNJ absolutamente sem efeito, já que, quando for levado à cabo, será tarde demais. Deveria a magistrada ter determinado a imediata progressão de regime daqueles que vieram a alcançar os requisitos para tal, determinando-lhes a prisão domiciliar, como estamos propondo”, afirma o presidente da OAB/DF, reforçando que os internos, na maioria das vezes, não tem condições de arcar com advogados para pleitear a progressão, tampouco a Defensoria Pública tem profissionais suficientes para atender a todos dentro do tempo necessário.

“A decisão da VEP talvez tenha sido uma das mais duras proferidas nesse período conturbado do país, a ponto de reunir as principiais instituições de defesa das garantias fundamentais para evitar uma injusta punição daqueles que não deveriam estar regredindo para o regime fechado, mais ainda, em tempos de pandemia, quando todo o resto do país caminha no sentido de humanizar e dar a esses a oportunidade de sobrevivência”, afirma o conselheiro federal e presidente da Comissão de Legislação do Conselho Federal da Ordem, Ticiano Figueiredo.

A petição lembra, ainda, que o pedido das entidades se limita a uma pequena parcela dos presos, os quais segundo a própria justiça já possuiriam direito de cumprirem suas penas em regime mais benéfico, não fosse a pandemia. “A defesa dos direitos humanos, dentre mês a saúde, e da dignidade da pessoa humana é extremamente essencial nesse momento. Há necessidade de se pensar em tudo e em todos. Este habeas corpus pensa no bem estar da sociedade do Distrito Federal”, comenta o presidente da Abracrim, Fernando Parente.

 

Comunicação OAB/DF
Texto: Ana Lúcia Moura
Imagem do destaque: Pedro Ventura/Agência Brasília/GDF

 

Covid-19: OAB/DF pede que serviços de telefonia, água e luz não sejam cortados por 90 dias

Em mais uma iniciativa em defesa da sociedade, em meio à pandemia do novo coronavírus, a OAB/DF pediu às operadoras telefônicas e ao Governo do Distrito Federal (GDF) que, durante o prazo de 90 dias, mantenha ininterruptos os fornecimentos de água e luz e os acessos à telefonia e internet, ainda que os consumidores não possam pagar pelos serviços no período.

Os pedidos foram feitos aos presidentes da Claro, José Antônio Guaraldi Félix; da Oi, Rodrigo Modesto de Abreu; da Tim Brasil, Pietro Labriola; da Algar Telecom, Jean Carlos Borges; e da Telefônica Brasil, Christian Mauad Gebara.

Ao governador Ibaneis Rocha, a Seccional pediu a publicação de ato garantindo a continuidade dos serviços de telefonia. Solicitou também a não suspensão do fornecimento de água e luz por igual prazo, ainda que o consumidor não tenha condições de arcar com as faturas no período. Os pedidos foram feitos individualmente também aos presidentes da CEB, Edison Antônio Costa Britto Garcia, e da Caesb, Daniel Beltrão de Rossiter Corrêa.

Cobranças devidas
O objetivo dos pedidos é garantir a continuidade dos serviços essenciais durante o período de isolamento e quarentena necessários ao controle da pandemia causada pelo Covid-19. O presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva Junior, explica que não se trata de isenção. “As respectivas cobranças continuarão sendo devidas, contudo o que se pede é que, nos casos de consumidores em dificuldades financeiras, os serviços sejam mantidos em caráter excepcional”, explicou.

O dirigente argumenta que, em tempos de isolamento social, o telefone e a internet permitem acesso às informações de saúde, à continuidade de serviços de atendimento telefônico e virtual em diversos segmentos da economia, a viabilização de cursos, aulas e outras atividades cotidianas interrompidas presencialmente por causa da doença, além de promoverem aproximação de pessoas que precisam manter distância física em prol da saúde coletiva”, justificou Délio Lins, nos pedidos feitos às operadoras de telefonia e ao governador Ibaneis Rocha.

O presidente da Seccional argumentou ainda que a pandemia “trará reflexos para a sociedade, com impacto negativo também na economia do país, pois afeta não só a saúde física como também a saúde financeira da população em geral”. “É preciso destacar que faculdades e escolas recorrerão ao sistema de ensino a distância, bancos terão o atendimento presencial ao público comprometido, sendo o serviço de internet indispensável para continuidade de uma série de atividades”, ressaltou.

Délio Lins reforça que estes são serviços essenciais,  previstos na nossa legislação. “Cabe à Ordem pugnar para que sejam garantidos. É papel da nossa instituição defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático de Direito, os Direitos Humanos, a Justiça Social, assim como a aplicação das leis e a rápida administração da Justiça”, concluiu.