Artigo: A liberdade, o Supremo e a Constituição

Brasília, 23/2/2016 – O secretário-geral adjunto da OAB/DF, Cleber Lopes, teve artigo publicado na segunda-feira (22), no site jurídico Migalhas, a respeito da recente decisão do Supremo Tribunal Federal que passou a permitir que a pena de prisão de réus seja executada já depois da condenação em segundo grau.

Leia a íntegra do artigo, abaixo:

Cleber Lopes

Havendo um levante popular contra outras garantias constitucionais poderá haver mais retrocesso no plano dos direitos fundamentais.

O homem nasce para ser livre e disso ninguém discorda, sendo a liberdade o valor máximo da nossa existência, do que servem de exemplos as inúmeras passagens da história em que a sociedade lutou para defender a liberdade. Não pretendo aqui mostrar de maneira pormenorizada a forma como a liberdade foi tratada ao longo dos séculos.

Quero cuidar da nossa realidade a partir do que preconizado na Constituição de 1998, pois a meu sentir essa deve ser a matriz teórica para discutir a decisão tomada pela Suprema Corte no último dia 17 de fevereiro. Sim, não importa o que dizem os ordenamentos jurídicos dos países citados pela maioria, nem tampouco as lições da doutrina alienígena, pois nada disso pode modificar o texto da nossa carta maior, cuja obediência deve ser de todos, em especial de quem tem o dever de guardá-la e defendê-la em favor da sociedade. Quero ressaltar, a propósito, que o Supremo é guardião, mas não é dono da Constituição. A Constituição é da sociedade.

Veja-se que a liberdade está em posição de destaque no texto constitucional, não só quando assegura a presunção de inocência, mas quando garante o devido processo legal, a ampla defesa, o relaxamento da prisão ilegal, o direito de não ser preso sem motivação idônea, o habeas corpus, e a indenização em caso de erro judiciário. Enfim, não há como negar que a nossa constituição é libertária.

No ponto, importa ressaltar que a garantia segundo a qual ninguém pode ser considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, ao lado das demais garantias acima referidas, encontra-se protegida pela nota de cláusula pétrea, ou seja, somente o constituinte originário poderia suprimi-la do rol das garantias individuais do homem. Esse é o argumento central que me entusiasma a escrever esse modesto artigo, pois o que o Supremo fez, em última análise, ainda que movido pela melhor das intenções, foi suprimir, ou relativizar, uma garantia fundamental, coisa que o Congresso Nacional que aí está não poderia fazer, nem mesmo por meio de emenda ao texto constitucional. A questão é simples assim!

Fora disso, como todo o respeito, a questão vira sofisma e só confirma a tese de que o Direito é mesmo uma massa de modelar. Ao lado desse ponto matricial da questão, vejo com muita preocupação a guinada na jurisprudência, pois isso me faz pensar que a Suprema Corte poderá dizer daqui a pouco que não há mais reserva de jurisdição para a quebra do sigilo das comunicações telefônicas, por exemplo, como já está sinalizando ao dizer que a Lei Complementar 105 é constitucional.

Vejam a gravidade do problema, pois a argumentação da maioria ao autorizar o cumprimento da pena após a confirmação da sentença pelo segundo grau de jurisdição, passa pelo sentimento da sociedade e isso me leva a concluir que havendo um levante popular contra outras garantias constitucionais poderá haver mais retrocesso no plano dos direitos fundamentais.

Pois bem. Se o problema está na nossa Constituição, sejamos francos e honestos para propor uma nova carta mais ajustada aos anseios da nossa sociedade, o que não me parece o caso, pois a nossa Constituição, embora pródiga no capítulo dos direitos fundamentais, ainda está longe de ser inadequada para nossa realidade, sobretudo quando se sabe que a sociedade quer é comida, diversão, escola, hospital, segurança, estradas, emprego e, claro, menos corrupção, mas não é por conta de meia dúzia de réus endinheirados que permanecem soltos por que ainda não condenados em definitivo que faremos essa mutilação do texto constitucional.

Estou certo de que pagaremos um preço alto por essa mudança de rumo na jurisprudência, pretensamente motivada pelo sentimento da sociedade, isso por que não vai demorar para vivermos um quadro em que pessoas inocentes, principalmente os costumeiros clientes do sistema punitivo, serão levados ao cárcere e depois postos em liberdade por que a decisão estava errada. Penso que a decisão do Supremo enfraquece a jurisdição extraordinária, que é prestada pelo STJ e pelo próprio STF, na medida em que sugere que o Recuso Especial e o Extraordinário, são apenas meios de protelação da conclusão do processo, quando se sabe que há muitos casos – não tenho os números – em que há provimento desses apelos excepcionais, senão para absolver, mas para reduzir a pena e isso pode mudar o regime de cumprimento, com as consequências que todos conhecemos.

Outro aspecto que me preocupa diz com os critérios que serão adotados para definir quem e quando haverá o cumprimento imediato da pena, pois tenho lido que a prisão vai depender de pedido do MP. Isso me parece mais grave ainda, pois se a prisão está autorizada por que em conformidade como o texto constitucional, como admitir que dependa de pedido do MP? Ou o acórdão deve ser executado imediatamente por que estamos falando de cumprimento da pena, ou estamos criando uma nova espécie de prisão cautelar fora do plano normativo, em franca ofensa ao princípio da legalidade, até agora vigente entre nós, ao menos até que o Supremo lhe tire a validade. Outra questão que me atormenta é o fato que a decisão tomada pelo Supremo se mostra na contramão do esforço que tem sido feito para reduzir o número de presos provisórios no país. Vale dizer, com a decisão confirmada ou não pela segunda instância, haverá um enorme número de pessoas – os de sempre – que irão para a cadeia antes que terem uma sentença com trânsito em julgado, o que irá degradar ainda mais o que já é a reinvenção do inferno.

Some-se a isso, o fato de que o STJ e o STF irão conviver em breve com uma enorme quantidade de processos com réus presos, o que que irá gerar uma demanda ainda mais sensível, tendo em vista a garantia, ainda vigente, da duração razoável do processo, ou seja, em breve, estaremos vendo os Ministros da duas Cortes em desespero com tantos réus presos e os advogados pedindo preferência no julgamento, tudo por conta de uma irrefletida decisão que não levou em conta todas essas consequências, supondo que iria apenas fechar uma das janelas da impunidade. É o que penso, com a devida vênia.

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*Cleber Lopes é advogado em Brasília.

Fonte – Migalhas

 

Após requerimento da Subseção, museu de Planaltina agora abre aos fins de semana

Brasília, 22/2/2016 – O Museu Histórico e Artístico de Planaltina (DF) agora será aberto ao público também aos fins de semana, de 8h às 12h e de 14h às 18h, a partir desta semana. A mudança ocorreu após requerimento da Subseção da OAB na cidade, presidida por Dalton Ribeiro, que oficiou a administração regional da cidade para que o local também recebesse o público aos sábados e domingos.

“Além de proporcionar a cultura, tal medida vai fomentar o turismo e o comércio local, contribuindo com o desenvolvimento da região”, destacou Dalton Ribeiro. “Planaltina tem seus 156 anos e o Museu tem muita história à disposição de todos, por isso a Subseção e a Comissão de Direitos Sociais trabalham pela preservação deste patrimônio histórico”. O Diário Oficial do Distrito Federal publicou, no dia 15 de fevereiro, o ato assinado pelo administrador Vicente Salgueiro.

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OAB/DF

Justiça Federal da 1ª Região anuncia suspensão de prazos para substituição de software

Brasília, 19/2/2016 – A Justiça Federal da 1ª Região informou à Ordem dos Advogados do Brasil que os sistemas eletrônicos de toda a jurisdição sob seus limites ficarão indisponíveis no período de 18 a 27 de março de 2016. Em consequência, os prazos processuais serão suspensos no mesmo período.

A portaria ainda fixou a suspensão do expediente interno e externo nos dias 21 e 22 de março, em razão da necessidade de substituição de software utilizado pelo Tribunal e da atualização de bancos de dados.

Clique aqui para ler a Portaria

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OAB/DF

Seccional participa de mutirão contra violência doméstica


Brasília, 19/2/2016 – A Seccional da OAB do DF, por meio da Comissão de Combate à Violência Familiar, tem participado do mutirão de audiências de justificação e de instrução e julgamento, no Juizado de Violência Doméstica e Familiar de Taguatinga. Neste mês, a ação será realizada até o dia 26. Em março, de 28/3 a 8 de abril. A Comissão indicou 24 profissionais, advogadas e advogados voluntários, para assistirem às partes nas audiências designadas.

Em face do movimento grevista dos servidores do Poder Judiciário, que teve início em 9 de junho de 2015 e que encerrou apenas em novembro, inúmeras audiências de justificação e, especialmente, de instrução e julgamento não foram realizadas. Isso ocasionou o não-cumprimento dos mandados distribuídos aos oficiais de justiça, relativos às intimações para audiências e a não-realização das escoltas judiciais dos réus presos. Em virtude dessa situação, a Seccional da OAB foi convidada a participar do mutirão com o intuito de desafogar o grande número de processos e trazer alento às famílias que necessitam de ajuda.

Durante o Mutirão, está prevista a realização de 160 audiências de justificação e de 160 audiências de instrução e julgamento. A audiência de justificação é aquela preliminar, onde são homologadas as medidas protetivas. No segundo momento, é realizada a audiência de instrução, na qual as testemunhas são ouvidas e apresentadas provas de alegação.

IMG_1822Lucia Bessa, que preside a Comissão, disse que o mutirão é um medida hábil e necessária para adequar a pauta e oferecer a prestação jurisdicional necessária nos prazos legais.”Uma Justiça tardia é injustiça. Quando a Justiça não se faz presente no momento em que é necessária e vital, as famílias sofrem e continuam sofrendo. Quando a Justiça é tardia há a revitimização da vítima”, disse. “A importância desse Mutirão é bastante significativa, pois a celeridade processual representa uma prestação jurisdicional rápida e eficaz, podendo, além de atender aquela demanda específica, servir como inibição de outros atos de violência”, argumentou Lúcia Bessa.

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OAB/DF

Mudanças na legislação tributária são discutidas em evento na OAB/DF

Brasília, 19/2/2016 – A OAB/DF, em parceria com o Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista/DF), promoveu nos dias 17 e 18 de fevereiro o I Seminário Tributário, no auditório da Seccional. O objetivo do evento foi discutir as alterações ocorridas na legislação tributária no final de 2015 e as que devem entrar em vigor em 2016. O evento contou com a participação de mais de 300 pessoas, entre advogados, tributaristas, contadores e estudantes.

Durante a abertura, o presidente da OAB/DF, Juliano Costa Couto, disse que entender e tentar simplificar o emaranhado de normas tributárias no Brasil é um desafio preocupante, pois a realidade que nasce dessa teia de leis, decretos e portarias é uma grande insegurança jurídica. E ressaltou, diante disso, a importância de se debater ideias de soluções para enfrentar essa realidade.

O presidente do Sindiatacadista, Roberto Gomide Castanheira, disse que o evento poderia se chamar Desvendando o Caos Tributário. “Perdoem-me o tom, mas este foi o termo mais ameno que encontrei para classificar o quadro atual. Preliminarmente ressalvo que não são críticas à Secretaria de Fazenda, mas um protesto ao conjunto das normas tributárias a que temos sido submetidos”, disse o representante ao externar o total descontentamento com a alta carga tributária a que tem sido submetidos comerciantes e população.

“Os governos uma vez mais anunciaram a fórmula falida de que como receita diminuiu, não tem outra solução a não ser aumentar impostos. Será que é difícil eles enxergarem que o limite já estourou e que ninguém aguenta mais?”, criticou. Castanheira não poupou críticas ao sistema de arrecadação nacional e também do Distrito Federal. “O Simples, sob todos os aspectos, só tem de simples o nome. É um emaranhado de regras, exceções, normas do comitê e anexos que ninguém consegue dominar. E cada vez que tentam simplificar, aumentam a complexidade”.

seminario tributario 17-02-2016 096O conselheiro Erich Endrillo, presidente da Comissão de Direito Tributário da Seccional, salientou a importância da discussão do tema. “O evento pode ser considerado um grande sucesso, principalmente de público do setor produtivo. Foram discutidos temas relevantes sobre mudanças na legislação do ICMS, em que os palestrantes trouxeram várias atualizações e posicionamentos sobre o tema. Foi uma oportunidade da OAB se integrar com a comunidade, trazendo para a nossa casa debates relevantes como o que o aconteceu neste seminário”.

Participante do seminário, o procurador do DF, Eduardo Muniz Cavalcanti, abordou a abrangência da Emenda Constitucional 87/2015, com enfoque no ICMS nas operações interestaduais. No segundo bloco, foram discutidos os impactos da nova norma na fiscalização e na arrecadação do governo local, com o secretário adjunto da Secretaria de Fazenda do DF, Wilson de Paula. Confira aqui a apresentação do procurador Eduardo Muniz.

Houve mais discussões sobre a alteração da Emenda 87/2015 e o impacto disso na Lei 5.005/2012, que trata do regime do ICMS do setor atacadista do DF. O debate contou com a participação do presidente do Sindiatacadista, Roberto Gomide Castanheira, e do secretário-geral da OAB/DF, Jacques Veloso. Castanheira fez uma apresentação com as principais mudanças na legislação tributária. Confira aqui.

Veloso abordou, entre outros assuntos, a recente liminar Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu cláusula de convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) sobre ICMS em comércio eletrônico. A decisão, proferida na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5.464, suspende a cláusula nona do convênio, que inclui as micro e pequenas empresas optantes pelo Simples no novo regime do comércio eletrônico.

O relator da ADI, ministro Dias Toffoli, disse que em seu entendimento a norma prevista na cláusula nona do convênio cria novas obrigações que ameaçam o funcionamento das empresas que optaram pelo Simples, e invade área reservada a disciplina por lei complementar – o Simples é regulado pela Lei Complementar 123, de 2006. Segundo o relator, a norma criada pela cláusula nona do convênio contraria o regime diferenciado das micro e pequenas empresas previsto na legislação.

seminario tributario 18-02-2016 043“O convênio não tem força legislativa. O sistema de tributação do Simples é um sistema à parte. Com essa liminar, a partir de agora as empresas não são mais obrigadas a pagar essa alíquota. A decisão potencializou o ganho da inscrição no Simples em relação ao normal, o que pode potencializar a sonegação, a fraude. A fiscalização, contudo, se aprimorou muito e os casos de exclusão estão cada vez mais frequentes”, alertou Veloso.

Também participaram do evento o presidente do Sindiatacadista Roberto Gomide Castanheira; o secretário-adjunto de fazenda do DF, Nilson de Paula; o procurador do DF, Eduardo Muniz; o presidente do Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais do Distrito Federal, José Hable; o secretário-geral da Seccional, Jacques Veloso; o conselheiro de presidente da Comissão de Direito Tributário, Erich Endrillo; o presidente do Conselho Regional de Contabilidade, Adriano Marrocos; o presidente da Comissão de Assuntos Regulatórios, Glauco Santos; o conselheiro Wesley Bento e a advogada Simone Garcia.

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OAB/DF

OAB/DF realiza ato de desagravo em favor de advogados ofendidos no CADE

Brasília, 19/02/2016 – O Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal realizou, nesta quinta-feira (18), ato de desagravo público em favor de dois advogados que tiveram suas prerrogativas profissionais desrespeitadas por membros da diretoria do Conselho Administrativo de Direito Econômico (CADE). A nota de desagravo foi lida durante a 2ª Sessão Plenária do atual triênio, pelo presidente da OAB/DF, Juliano Costa Couto, em presença de um dos desagravados, o advogado Alexandre Augusto Reis Bastos.

Durante a leitura da nota, Juliano Costa Couto relatou que Alexandre e outro advogado, Laércio Nilton Faina, sofreram constrangimento e foram ofendidos durante o  exercício regular da profissão. As ofensas foram causadas pelo superintendente-geral interino do Cade, Eduardo Frade Rodrigues, e o presidente do Conselho, Vinicius Marques de Carvalho, durante reunião ocorrida na própria sede do Cade, em Brasília. Ambos, presidente e superintendente, procederam com desrespeito aos advogados, ao dirigir-lhes expressões grosseiras.

“Expressões injuriosas proferidas no ‘debate intenso’ extrapolam a mera discordância ou crítica da reclamação levada ao conhecimento daquele Órgão”, disse Juliano durante a leitura da nota. “[…] a OAB/DF reafirma seu trabalho pela proteção das prerrogativas profissionais dos advogados se insurgindo firmemente contra toda e qualquer mácula à dignidade da advocacia”, concluiu.1º pleno 18-02-2016 121

O presidente da Seccional lembrou ainda que o artigo 6º da Lei 8.906/94, o Estatuto da Advocacia, determina que autoridades e servidores públicos devem, não só assegurar condições para que advogados possam atuar de forma desembaraçada e plena, como também  dispensar aos defensores tratamento respeitoso, em concordância com a dignidade professada pelo exercício da atividade. “Tal comando legal foi nitidamente desrespeitado pelas autoridades desagravadas”, observou Juliano.

Condecoração

Os conselheiros aprovaram também, na sessão desta quinta, a criação de uma medalha a ser concedida, pela OAB/DF, a mulheres que se destaquem no meio jurídico. Iniciativa da Comissão da Mulher Advogada, a condecoração terá o nome da primeira mulher a exercer a advocacia no Brasil, Myrthes Gomes de Campos (1875-1965).

Nascida em Macaé (RJ), Myrthes, embora tenha concluído o bacharelado em Direito em 1898, só efetuou o registro no então Instituto dos Advogados do Brasil em 1906, em virtude do preconceito e da discriminação impostos a ela. Ainda em 1899, a advogada foi a primeira mulher a atuar no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ao participar de um júri. Na ocasião, Myrthes tornou-se notícia ao reverter a condenação de um réu, contrapondo de forma implacável os argumentos da promotoria.

Nas próximas sessões, o Conselho Seccional deve definir o regulamento e as condições para a concessão da medalha de honra ao mérito.

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Imagens: Valter Zica
OAB/DF

 

OAB/DF lamenta decisão do Supremo que fragiliza a presunção de inocência

Brasília, 18/2/2016 – O presidente da OAB/DF, Juliano Costa Couto, lamentou a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta quarta-feira (17/2). Por sete votos a quatro, os ministros decidiram mudar a jurisprudência da Corte e passaram a permitir que a pena de prisão de réus seja executada já depois da condenação em segundo grau.

Costa Couto lembrou que a Constituição Federal é literal ao fixar, em seu inciso LVII do artigo 5º, que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Trata-se, segundo ele, de um princípio que não poderia ter sido mitigado. “O Supremo, como sabemos, tem a prerrogativa de errar por último. E, neste caso, o Tribunal, de fato, errou”, afirmou.

O presidente da Seccional declarou apoio à nota emitida pela diretoria do Conselho Federal da OAB e do Colégio de Presidentes Seccionais.

Leia a nota

Nota

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e o Colégio de Presidentes Seccionais reafirmam sua histórica posição pela defesa das garantias individuais e contra a impunidade.

A OAB possui posição firme no sentido de que o princípio constitucional da presunção de inocência não permite a prisão enquanto houver direito a recurso.

A entidade respeita a decisão do STF, mas entende que a execução provisória da pena é preocupante em razão do postulado constitucional e da natureza da decisão executada, uma vez que eventualmente reformada, produzirá danos irreparáveis na vida das pessoas que forem encarceradas injustamente.

Não se pode deixar de levar também em consideração o alto índice de reforma de decisões de segundo grau pelo STJ e pelo próprio STF.

Nesse cenário, o controle jurisdicional das cortes superiores mostra-se absolutamente necessário à garantia da liberdade, da igualdade da persecução criminal e do equilíbrio do sistema punitivo, ao que a Ordem permanecerá atenta e atuante.

Diretoria do Conselho Federal da OAB e Colégio de Presidentes Seccionais

Foto: Carlos Humberto/SCO/STF (17/02/2016)

OAB/DF e Comissão Justiça e Paz, da Arquidiocese de Brasília, construirão projetos conjuntos

Brasília, 17/2/2016 – O presidente da OAB/DF, Juliano Costa Couto, se reuniu na manhã desta quarta-feira (17) com o arcebispo Metropolitano de Brasília, Dom Sérgio da Rocha, que também é o atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O presidente da Ordem fez a visita de cortesia para apresentar ao arcebispo algumas das principais ideias da nova gestão da Seccional em relação à atuação junto à comunidade e a movimentos sociais.

Os membros da Comissão conversaram sobre a necessária aproximação das duas entidades e sobre como o trabalho conjunto em alguns setores sociais pode surtir mais efeito para a melhoria da vida em comunidade. Há preocupações mútuas sobre diversos temas, como fiscalização do respeito à população carcerária, atendimento à população de rua, ocupação de terras públicas, combate à corrupção, entre outros.

Um dos articuladores da reunião, o advogado Melillo Diniz do Nascimento, vice-presidente da Comissão Justiça e Paz de Brasília, afirmou que o encontro foi importante para que as instituições reconheçam a importância uma da outra e identifiquem as causas em que possam trabalhar de forma alinhada e em cooperação. A reunião, segundo Diniz, foi exitosa.

Juliano Costa Couto abordou também a importância da liberdade religiosa e de culto, fazendo referência aos trabalhos já iniciados pela comissão da Ordem dos Advogados que cuida da questão. As instituições pretendem continuar a conversar para estabelecer projetos conjuntos de atuação.

Entre as atribuições da Comissão Justiça e Paz está a de estimular o exercício da cidadania e da democracia nas dimensões política, civil (com a promoção dos direitos humanos), econômica, social e cultural.

Participaram do encontro Juliano Costa Couto, presidente da OAB/DF; Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília; Pe. José Ernanne Pinheiro, assessor eclesial da Comissão Justiça e Paz de Brasília; José Márcio de Moura Silva, presidente da Comissão Justiça e Paz de Brasília; Melillo Diniz do Nascimento, advogado e vice-presidente da Comissão Justiça e Paz de Brasília; Paulo Suzano, advogado e tesoureiro da Comissão Justiça e Paz de Brasília; e José Geraldo de Souza Júnior, advogado e membro da Comissão Justiça e Paz de Brasília.

Seccional realiza primeira reunião de trabalho com TJDFT

Brasília, 15/2/2016 – O presidente da OAB/DF, Juliano Costa Couto, esteve reunido nesta segunda-feira (15) com o presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), desembargador Getúlio de Moraes Oliveira. Participaram do encontro o conselheiro Leonardo Mundim, a primeira vice-presidente do Tribunal, desembargadora Carmelita Brasil, e o corregedor da Corte, desembargador Romeu Gonzaga.

Juliano Costa Couto apresentou algumas ideias da nova gestão da Seccional, bem como projetos em comum que pretende realizar em parceria com o TJDFT. “Agradeço a gentil recepção, usual da administração da Corte, e o entusiasmo com alguns projetos que podemos tocar em parceria. Estou também à disposição para o que for preciso”.

reunião TJDFT Toldo Taguatinga 15-02-2016 025O presidente Getúlio Moraes disse que a parceria é profícua. “Fico muito feliz porque o Tribunal e a OAB sempre caminharam de mãos dadas. Tudo indica que vão continuar assim. Juliano saberá conduzir a OAB em bons destinos, sempre em parceria com o Tribunal”.

Na ocasião, foi formalizado pedido de instalação de um toldo no Fórum de Taguatinga, entre o estacionamento dos advogados e o prédio do fórum, para que os profissionais tenham mais comodidade no descolamento. A Seccional e o Tribunal implementarão estudos para saber a viabilidade do projeto, pelo setor de engenharia da Corte, para posterior financiamento pela OAB.

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OAB/DF

OAB/DF entrega carteira para 150 novos advogados

Brasília, 15/2/2016 – “Há entre os membros da Ordem uma unidade para enfrentar todos os desafios”, disse o conselheiro federal e ex-presidente Ibaneis Rocha (2013-2015) em seu discurso de paraninfo da primeira turma de advogados a receber a carteira profissional da OAB/DF em 2016. Nesta segunda-feira (15), foram realizadas duas solenidades de entrega de carteiras para mais de 150 novos advogados, na sede da Seccional.

entrega carteiras 15-02-2016 058O paraninfo Ibaneis Rocha salientou ainda que esta unidade é necessária para enfrentar o difícil período pelo qual atravessa o país. “Temos a maior crise ética da história desse país. Crise ética não se resolve apenas com diálogo e política, temos de ter instituições fortes representando o povo brasileiro. O momento é de união. O compromisso de vocês com a democracia brasileira é cada vez maior”, disse ao lembrar o importante papel da Ordem como representante da sociedade civil.

Juliano Costa Couto, presidente da OAB/DF, agradeceu ao ex-presidente Ibaneis por ter aceito o convite de ser o primeiro paraninfo de 2016. “Entendo que está também apadrinhando a nossa gestão, que continua conjunta”. Em seguida, Costa Couto ressaltou que a união entre os advogados deve ser o mote para enfrentar as mazelas. “Temos, sim, que nos unir, nos mobilizar e enfrentar os desafios e dificuldades. Faremos isso e esperamos contar com o apoio de todos. Aqui cabem todos os advogados do Distrito Federal. A OAB/DF é uma nação e todos que partilharem dos mesmos objetivos democráticos são bem-vindos”.

entrega carteiras 15-02-2016 016A oradora da primeira turma, Izabella Leal, enfatizou a tarefa do advogado enquanto defensor do direito do próximo. “Seremos protagonistas, coadjuvantes e até mesmo diretores”, disse. “A advocacia é uma arte e como qualquer arte deverá ser desenvolvida com ética, amor, dedicação e respeito. Agora temos a responsabilidade de cuidar da imagem da advocacia, devemos ser vistos como profissionais sérios, éticos e essenciais, assim como prevê a Constituição Federal”, afirmou.

O orador da segunda turma, Peterson Faber Barbosa Matias, lembrou que ser advogado é mais do que uma vocação, é a missão de fazer Justiça. “Justiça nós faremos quando dissermos a verdade, calarmos a mentira e findarmos todo abuso. Justiça faremos quando as mãos dermos aos probos para acabar com a tirania e desinfetar nossa República de toda esta anarquia”, disse.

entrega carteiras 15-02-2016 317O paraninfo da segunda turma, o conselheiro federal Severino Cajazeiras, comentou sobre a importância do bom relacionamento com todos. “Trate seus pares sempre com respeito. Nossa sociedade precisa mais disso, de tolerância e de respeito. É assim que você se torna respeitado”.

Compuseram mesa nas solenidades o ex-presidente e conselheiro federal Ibaneis Rocha, o conselheiro federal Severino Cajazeiras, o secretário-geral Jacques Veloso, o secretário-geral adjunto Cleber Lopes, o presidente da Caixa de Assistência dos Advogados Ricardo Peres, além dos conselheiros Andre Lopes, Camilo Noleto, Carlos Augusto Lima Bezerra, Erich Endrillo, Felipe Ribeiro de Mello, Hellen Falcão, Glauco Alves e Santos, Indira Quaresma, Jackson Domenico, Leandro Daroit Feil, Leonardo Mundim, Liliana Marquez, Lucia Bessa, Kleider Rodrigues, Dionne Felipe, Mariana Prado, Rafael Vasconcellos, Ronald Siqueira, Silvestre Rodrigues, Thais Riedel e Wendel Lemes. Ainda esteve presente o presidente da Subseção do Gama Amaury Santos de Andrade, o conselheiro da Subseção de Taguatinga Alberto Gois, a vice-presidente da Comissão de Fiscalização de Concursos Públicos da OAB/DF, Thaisi Jorge, o vice-presidente da Comissão de Honorários, Kauê Machado, a integrante da Comissão de Direito Sindical, Eliane Cesário; Juliana Ataídes representando as jovens advogadas, e os advogados Tiago Santana e Guilherme Souza.

Leia abaixo algumas ideias dos oradores da cerimônia:

entrega carteiras 15-02-2016 029Izabella Leal
Por que você escolheu ser advogada?
Desde muito nova resolvi fazer Direito e fui conhecendo o curso e a carreira. Para mim, é uma questão de dom. Quando prestei vestibular, tinha duas opções e nas duas coloquei Direito. Eu tenho muito senso de Justiça, de saber dos meus direitos e de lutar pelo próximo.

Como você se vê profissionalmente daqui 10 anos?
Hoje em dia sou servidora pública. A OAB, a principio, não era o meu objetivo, mas mudei de ideia e espero estar concursada em um cargo como juíza ou promotora, com minha carreira estabilizada. Eu gosto muito da magistratura, gosto de Direito do Trabalho e Direito de Família.

Qual o papel da Ordem na sua jornada profissional?
Eu não tinha noção do que era a OAB. Eu quero conciliar minha carreira de servidora com a advocacia. Todo bacharel que se forma deve estudar e conhecer essa parte do Direito, ter essa experiência. É muito gratificante. Tenho acompanhado há pouco tempo o trabalho da OAB, mas tenho conhecido o trabalho das Comissões em prol dos advogados e da sociedade. Isso vem ao encontro do meu ideal de vida, de lutar pelo próximo e pela Justiça.


entrega carteiras 15-02-2016 284Peterson Faber Barbosa Matias
Por que você escolheu ser advogado?

Na minha família, tanto meu pai quanto meus irmãos são advogados. Como caçula, também fui influenciado e acabei gostando. Minha primeira opção foi veterinária, mas acabei fazendo Direito e me apaixonei.

Como você se vê profissionalmente daqui 10 anos?
Eu me vejo com uma equipe boa. Pretendo seguir carreira de concurso, como a Defensoria Pública. Eu gosto muito de Direito Penal e de Direito Civil.

Qual o papel da Ordem na sua jornada profissional?
A OAB sempre me deu um bom suporte. Eu acompanho sempre o site e o noticiário e vejo o posicionamento da diretoria em prol dos advogados. É muito importante saber que a Ordem luta pelos direitos dos advogados.

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