A Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF, representada por sua Comissão de Direitos Autorais, Imateriais e Entretenimento, realizou nesta segunda-feira (29/07), a terceira edição do Podcast Vozes Autorias.
Na ocasião, foi discutido a relação dos brasileiros com a dublagem, que humaniza e personaliza o conteúdo audiovisual; a importância do trabalho técnico para a manutenção da qualidade e autenticidade das produções dubladas; a expansão do mercado de dublagem para outras regiões do Brasil e o uso de home estúdio durante a pandemia e a valorização dos profissionais da técnica, como engenheiros de som e tradutores, essenciais para o processo de dublagem.
O episódio contou com a participação de Adriana Torres, atriz e dubladora; Daniel Lima, engenheiro de som; Kevin Bueno, dublador e tradutor; Luda Lassah, tradutora; e o engenheiro de som e Rodrigo Cabral, engenheiro de som.
Adriana Torres comentou sobre o Projeto de Lei 2338, PL que regulamenta Inteligência Artificial no Brasil, destacando a necessidade de cautela. “Sobre a questão do 2338, é o que todo mundo já falou: é um projeto realmente genérico. Ele está atendendo vários setores, não só o nosso. A base dele é justamente a transparência, a compensação e o consentimento. Dentro de tudo isso que conversamos, acho que para cada setor, temos que nos perguntar se realmente teremos alguma chance de consentimento nessa equação e como se dará a transparência.”
Daniel Lima, engenheiro de som, explicou o processo técnico envolvido na dublagem. “Durante a gravação, o técnico já edita enquanto o dublador termina um trecho e recebe instruções do diretor, ajustando tudo em questão de segundos. A gravação segue uma logística que já vai fazendo ajustes para ficar praticamente perfeito. Após gravar todos os personagens, o filme está pronto e vai para a pós-produção, com três etapas principais: a edição propriamente dita, a mixagem e a revisão interna.”
A tradutora, Luda Lassah, levantou questões sobre o uso de inteligência artificial na tradução.“Eu sei que já existem estúdios que fazem tradução por IA e mandam para os revisores corrigirem, mas o resultado fica horrível. Eles gastam muito tempo corrigindo, o que não gera uma economia boa para nós.”
Rodrigo Cabral, engenheiro de som, ressaltou a importância do trabalho técnico. “O dublador, quando chega, você tem que microfoná-lo, manter um nível de gravação coeso para na hora da mixagem o mixador ter menos problemas e cuidar mais das outras situações de ambiente do filme. Hoje em dia, se você pegar um técnico, ele é praticamente um assistente de direção dentro do estúdio, e editor também.”
Jornalismo OAB/DF