Herilda Balduíno é homenageada na OAB-DF

A Comissão da Memória e da Verdade da OAB/DF realizou nesta quinta-feira (25/4) evento que exibiu o média metragem “Direito à Memória”, documentário que retrata os anos de chumbo e a resistência ao ato de invasão da OAB-DF durante a ditadura militar.
 
Na oportunidade foi realizado debate com os convidados Chico Santana, Maninha, Erika Kokay, Márcio Gontijo, Victor Neiva e Lucas Rafael. Também esteve presente no ato Gustavo Balduino, filho da Dra Herilda Balduino que a representou na entrega da placa em homenagem a sua relevante atuação na defesa do Estado Democrático de Direito.
 
A presidente da Comissão, Maria Victoria Hernandez, ressaltou a importância da discussão do tema da Memória e Verdade em espaço livre e democrático, como a Casa do Advogado. Os convidados, com experiências vividas nos anos de repressão, lembraram os atos de resistência da advocacia e o papel fundamental da OAB no resgate da nossa democracia. Ressaltaram também a importância de levar ao conhecimento das novas gerações os horrores vividos no período autoritário, de cassação de liberdades.
 
A presidente em exercício, Cristiane Damasceno, também esteve presente e afirmou que a OAB-DF não é somente a Casa do Advogado, mas a Casa da Sociedade e da Democracia.

Roda de conversas sobre capoeira marca noite na OAB/DF

Na noite desta terça-feira (25), a Seccional, por meio da Comissão da Memória e da Verdade, promoveu o ciclo de conversas sobre o Direito à cidade: capoeira, negritude e brasilidade, com a palestra do professor de educação física e capoeirista Tiago Baldez. De acordo com o presidente da comissão, Álisson Lopes, o intuito da roda de conversas foi trazer questões que envolvem a história e o presente.

“O que é a capoeira hoje? É uma capoeira que mantém os traços de pertencimento de negritude ou é uma capoeira que cresceu e perdeu suas características? O que representa a capoeira como resistência hoje nessa polaridade que estamos inseridos?”, questionou. “Discutimos o que representa a firmeza de manter uma negritude, uma raiz, mas a capoeira ter uma questão de, culturalmente, precisar se adaptar à atualidade”, explicou.

Durante a palestra do professor de capoeira Tiago Baldez, foi discutido como é a rotina de dar aula de capoeira em escolas. “É muito legal a gente poder levar um pouco da nossa cultura para as crianças e o melhor de tudo é o retorno que recebemos. A criançada gosta, sente a força, a brasilidade e entende a noção de pertencimento, do que é ser negro, preto e pardo e não ter vergonha de ser chamado assim”. De acordo com ele, ao dar aula de capoeira em escolas, as questões étnico-raciais são repassadas não só para o aluno, mas para todo o ambiente coletivo de comunidade escolar.

Comissão da Memória e da Verdade relembra fatos e pessoas importantes na história brasileira

Para relembrar alguns fatos históricos do país, a Seccional promoveu duas palestras para tratar das lembranças e dos esquecimentos na história do Brasil. O evento, organizado pela Comissão da Memória e da Verdade, foi realizado na noite desta segunda-feira (9), no plenário do 4º andar, da sede da OAB/DF, e contou com a participação de Bruno Antunes, indigenista e advogado membro da comissão, e de Paulo Parucker, membro da Comissão Anísio Teixeira de Memória e Verdade da Universidade de Brasília.

Para o presidente da comissão, Alisson Rafael Lopes, o objetivo do evento foi trazer um resgate da memória de algumas pessoas e fatos importantes da história brasileira. “Essa é a nossa quarta ação com esse objetivo de relembrar alguns momentos. A nossa comissão vai além dos acontecimentos da época do regime militar. Nós queremos trazer esse debate porque entendemos que a sociedade brasileira e brasiliense deve se empoderar dos conhecimentos históricos, sobretudo os advogados, que têm cada vez mais uma visão multidisciplinar”, explicou.

O palestrante e indigenista Bruno Antunes trouxe a figura de João Mendes de Almeida Júnior como um ilustre desconhecido pela sociedade brasileira. Para ele, “aquilo que aconteceu na história e foi contada pelos historiadores permanece na memória, mas a história de João Mendes Júnior não foi assim. Apesar de ter produzido muito no Direito e na política brasileira, ele não é citado pelos historiadores porque sempre lutou para acabar com a república e, evidentemente, não teve êxito, mas continuou atuando no Direito”.

Paulo Parucker palestrou sobre as memórias subterrâneas e sobre as questão das comissões da verdade. Para ele, “ouvir essas memórias subterrâneas dá voz a pessoas que um dia foram caladas. As comissões da verdade se inserem no âmbito da justiça de transição, que é aquela faceta não somente jurídica, mas também política, social, etc. Essas comissões lidam com esses temas da chamada história do tempo presente”.