A Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), por meio da Comissão de Advocacia Multiportas da Subseção do Núcleo Bandeirante, Candangolândia e Park Way, promoveu o evento “Mês da Saúde, Segurança e Inclusão: Um Olhar Multiportas” na última sexta-feira (11/04), com transmissão ao vivo pelo YouTube. O objetivo foi promover um espaço de escuta ativa, troca de experiências e conscientização sobre a importância da acessibilidade, da empatia e da segurança no atendimento à população — valores que se refletem diretamente na atuação da advocacia.

Patrícia Thury, presidente da Comissão organizadora do evento, destacou que o encontro nasceu da escuta das dores reais das pessoas. “Este evento foi preparado com muito carinho, escuta e dedicação. Ele nasce do compromisso com uma advocacia que olha primeiro para o ser humano. O Direito só cumpre seu papel quando serve à dignidade, à saúde, à segurança e à resolução de problemas. Hoje, temos aqui profissionais que fazem a diferença com vivência e coragem. Esse é um espaço de acolhimento e construção coletiva.”
Ela também convidou os participantes a refletirem. “De que forma eu, com as ferramentas que tenho, posso ser parte da solução nos desafios que envolvem saúde, trabalho e inclusão?”
O palestrante e presidente da Comissão de Defesa da Pessoa com Deficiência da OAB/DF, Gerson Wilder, trouxe a perspectiva das pessoas com deficiência e reforçou a urgência da inclusão real. “Sou advogado, atuo em diversas áreas. A deficiência me limitou em alguns aspectos, mas me fez crescer em outros. Queremos estar inseridos na sociedade, queremos trabalhar. Ainda enfrentamos preconceitos e barreiras, inclusive no acesso à própria OAB. Vivemos num mundo em que a aparência ainda vale como um cartão de crédito. Isso precisa mudar.”
Superação
A advogada e copresidente da 156ª Subseção da OAB/MG, Gabrielle Arnaut Senador, abordou a saúde mental no ambiente de trabalho, especialmente no contexto feminino. “Dados do Ministério da Previdência Social mostram que, em 2024, as mulheres representaram 63,8% das mais de 470 mil licenças concedidas por transtornos mentais. Isso escancara a urgência de políticas organizacionais saudáveis e preventivas. Precisamos olhar para o trabalho como espaço de vida, não de adoecimento. A palavra ‘saúde’ carrega o sentido de integridade, de preservação da vida — e isso precisa estar no centro do debate.”
Durante o debate, emocionada, Gabrielle também trouxe sua experiência pessoal com o câncer de mama. Em seu depoimento, ela falou sobre a trajetória ao lado da mãe, que também enfrentou a doença, e sobre os aprendizados que esse caminho lhe trouxe. “Essa experiência me ensinou algo de valioso: que a maior justiça se defende na alma, que a dignidade é a última veste de quem sofre, e que não há profissão que nos salve da dor — mas há, sim, uma dor que pode salvar nossa profissão do vazio.”
Gabrielle concluiu sua participação deixando uma mensagem de resiliência a todos os presentes. “Deixo aqui e partilho com vocês, mais do que palavras, um testemunho de que é possível continuar, mesmo sem garantias; de que é possível viver com sentido, mesmo diante do incerto; e de que sim, podemos fazer do nosso trabalho um reflexo mais humano, mais compassivo, mais inteiro.”
Já o gerente comercial da clínica NEFROSTAR, Giuliano Silva, trouxe exemplos práticos da atuação voltada à segurança dos pacientes em clínicas de hemodiálise. “Nossa segurança começa no transporte: temos motoristas treinados para agir em emergências. Na clínica, o paciente recebe pulseiras de risco, cartões com informações, e as máquinas calculam com precisão o líquido a ser retirado, evitando erros que poderiam ser fatais.”
Ele pontuou ainda o papel da advocacia nesse contexto. “Com o envelhecimento da população, enfrentaremos mais sinistros e menos contribuintes. E os planos de saúde já começam a cancelar contratos — é preciso estar atento.”
Assista ao evento completo:
Jornalismo OAB/DF